Sonetos : 

Cego e crente na descrença de tudo

 
Cego e crente na descrença de tudo,
Em espaços lúgubres, circundantes,
Às mãos do mundo, sufocado e mudo,
De joelhos vivo os últimos instantes.

Mortiço olhar, palavras soluçantes,
No patíbulo, ó carrasco sisudo!
Com jeitos sem piedade e possantes,
Lança das entranhas um grito agudo.

E é quando decepado enfim me levas,
Me amortalhas, me aqueces e me enlevas,
E dás-me a descobrir o mundo teu…

Ressuscitas-me como um deus ateu,
Dos sempiternos braços de Morfeu,
Por ti revejo a luz nas minhas trevas.

30 de Maio de 2006

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
18
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
0
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.