Penso-te, logo sou, desconhecido
neste ser mortiço a que dás alento,
Dos baixios tristes donde me ausento,
Talvez mais vencedor do que vencido.
Penso-te, logo sou, arremetido
às vagas colossais do linchamento,
Aos castigos mais cruéis do relento,
Com poções bebidas a sós contigo.
Penso-te, logo sou, nesta loucura,
Rosto sardento emprestado à ternura,
Onde toda a tristeza se desgraça…
Penso-te, logo sou, bem que perdura,
O desejo no beijo que se abraça,
Que sejas toda um tempo que não passa.
06 de Fevereiro de 2023
Viriato Samora