Sonetos : 

Canta para mim, pede-me o cipreste

 
Canta para mim, pede-me o cipreste,
Ansioso na tarde que falece,
A seus pés, sulcados na terra agreste,
Ainda ali ecoando uma ou outra prece.

Rega-me com lágrimas que verteste,
Não me sinto triste e não me apetece
Fingir a dor que ainda não me impuseste;
Fala-me de tudo o que te enlouquece.

Ao descobrir, a lua passageira,
A azeite alumiando pelas campas,
Deu à árvore o canto desejado…

Leu-se numa lápide ainda sem poeira,
Vulgar e única entre mil outras tantas,
O meu nome entre datas bem guardado.

18 de Novembro de 2010


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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