Esta guerra tem fome de gente
E de cada passo rojado na lama
Que faz pequena minha sombra
O pouco olhar que não se sente
Sonho sem juízo que me chama
Aos alvos sepulcros na alfombra
Esta guerra tem alma de morte
E esses olhos criança que chora
Vendidos por um pedaço de pão
O sol arrasta-se nos pés à sorte
D'esta vida onde ninguém mora
Menino sem tempo de ter chão
Esta guerra sem cores tem dor
E flores num pensamento vadio
E mãos e essa voz que se calou
E tem-me a mim e a ti tal amor
Que como fogo arde sem fastio
Se fez gente qu'a guerra saciou
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma