Fiel amiga tocha vigilante,
Quantas vezes o sono me trocaste,
Pelos versos que a meu peito furtaste,
Sem me abandonares um só instante?
Quanta luz me deste, quão fui avante,
Sem medo em cem sonetos que inspiraste,
Foi o meu nome que em todos chamaste,
Contigo fui mais do que eu, fui gigante.
A minha dor baila na tua chama,
Funde-se e é já sangue que se derrama,
Do meu outro eu, vertido pelos dedos…
Só tu dás paraísos aos meus degredos,
Por isso a ti só conto os meus segredos,
Seja esse o proveito da minha fama.
05 de Novembro de 2009