Regressou à velha casa paterna,
Veio ocupar um espaço não seu,
Não seu, leu-o bem quem assim o leu,
Na velha casa, diferente e terna.
Ei-lo na sua cúmplice caverna,
Onde estudou, cresceu, riu e sonhou,
Nela um dia morreu e enlouqueceu,
Fugaz vida que se julgou eterna.
Logo hoje, que se sente dispensável,
Absorto e só na vacuidade que é,
Átomo do átomo mais pequeno…
Prostrado na cama bruta e amável,
Em que tudo se evoca e vive até,
Esqueceu-se onde guardou o veneno.
14 de Junho de 2013
Viriato Samora