Poemas : 

Lágrima de Rupert

 
Resisto ao peso, à bala e ao relâmpago.
Sou cidade cercada, realeza.
Vítreo de corpo, todo fortaleza
Nem chumbo, nem aço abalam meu âmago.

O mundo se curva à minha beleza.
Sou mais do que os bárbaros, os vândalos.
Mais resistente que os hunos, ciganos:
Sou a força maior da natureza.

Mas ai de mim, que trago em meu disfarce
Um ponto, um nada — a cauda traiçoeira.
Se a tocas, expões toda minha debilidade :

Sou lágrima, explosão, súbita poeira,
Mil estilhaços numa só face:
Força extrema beira a... fragilidade!


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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