Como um sopro que no peito se instala,
Demente e só no vazio que traz
Um pulsar de nada em corpo que jaz,
Um murmúrio em grito que fala.
A dor de amor que se sente e se cala,
Olhos cravados na estola lilás,
Lágrima que em sorrisos se desfaz,
Explodindo no afago de secá-la.
O que é, não sei, que me põe e me tira
Tiras de morte, pedaços de vida,
A própria vida, não pois será?...
Eu, tão doce fui, afogo-me em ira,
Por ti, porto de chegada e partida,
Morro-me no dia que nascerá.
27 de Março de 2015
Viriato Samora