Repousando meus olhos indolentes,
No ígneo leito dos teus, fulminantes,
Cerro-os, mas abro-os em tempos distantes,
D’ ontem, d’ hoje e d’outros dias nascentes.
Rutilavam e eu pensei nos videntes,
Depois no cavaleiro de Cervantes,
Em quem nunca afagou belos semblantes,
E em ignorantes de alma e peito ardentes.
Sinto ora teu gentil toque enlevar-me,
Para além do céu que nunca ousei pedir,
Formoseado por teu perfume e charme…
Não sou eu quem fala, mas meu sentir,
Sôfrego por ti, oh!... Vem vida dar-me,
Vem! Depressa! Não me deixes partir!
21 de Junho de 1995