A voz que clama assertiva e me chama,
Sem que a oiça, num descrer desmedido,
Leva-me ao desespero sem sentido,
Prega no epitáfio a minha chama.
O tempo, cavaleiro desabrido,
A pele engelha a alma que se derrama,
Pelas órbitas de quem tanto te ama,
Cobarde e triste, mas nunca vencido.
Desossado, inútil, vou-me chegando,
Para lá desse lugar que não existe,
Sob o pensamento e a escuridão…
É mais um poema em que digo cantando,
O que em mim não verás, não vês, nem viste,
Porque amado sou pela solidão.
14 de Dezembro de 2019
Viriato Samora