Voltei a ti, flor do meu pensamento,
Sabendo-te ausente em mais um regresso,
Sem caminho de chão, à chuva, ao vento,
É teu nome a lonjura que não meço.
Toda a vida em passo mortiço e lento,
Seixas, valas de gente em que tropeço,
A queda que se vence sem alento,
Sem ti já não valho nem interesso.
Na mais cruel dúvida da razão,
Crente na descrença da morte, em vão,
No infinito universo de quem sou…
Voltei a ti em rito de oração,
Perdido e sei que por aí já não vou,
Que é noite e a flor pensada se fechou.
18 de Junho de 2021
Viriato Samora