No âmago do sonho vive a loucura,
Fugidia, da ciência alerta,
Mostra-se e grita na praça deserta,
Esconde-se na catacumba escura.
Luta então com a ilusão que a aperta,
A utopia, a fantasia, a clausura,
Tornou-se doença, quase sem cura,
A insânia neste poema desperta.
Como titãs de forças gigantescas,
Na arena do cérebro que as comporta,
Buscando na dor um só vencedor…
Por fim, soerguendo-se em formas grotescas,
Sobre o sonho, a loucura emerge morta,
E afinal do que se trata é de amor.
13 de Julho de 2021
Viriato Samora