Sobre ti a noite abateu-se fria,
Ousei rever-te num sonho de ausência,
Tudo já dado à razão da demência,
Às portas da dor, a morte batia.
No absurdo de te ver, já não te via,
Desperto em galopes de sonolência,
Rasguei vestes sagradas à ciência,
Remorri num coração que batia.
Pensei depois se te tinha revisto,
Na cama da noite, a dúvida existe,
As formas mais belas são do pecado…
Chamei ao diabo o nome de Cristo,
Espantei o olhar, não sei se me viste,
Que eu, a sombra, regressei do passado.
16 de Dezembro de 2024
Viriato Samora