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Ser poeta

 





Florbela Espanca
( 08/12/1894 — 08/12/1930)
Autores Clássicos no Luso-Poemas

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dize-lo cantando a toda a gente!
 
Autor
Florbela Espanca
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/04/2009 20:07  Atualizado: 11/04/2009 20:07
 Re: Ser poeta
Eh Lá!!! Para tudo! Como é que o Trabis vos conctatou? Desculpem-me! Apresento-me. Haeremai uma poetisa do futuro. Já agora porque vos desenterrou o Trabis? No vosso tempo não havia net, mas ao que sei estavam muito avançadas para a época. Já têm Blog? Gostaria de vos Visitar.
Não vos beijo porque estes não chegam a fantasmas.


Enviado por Tópico
jlpf
Publicado: 11/06/2009 00:27  Atualizado: 11/06/2009 00:27
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Usuário desde: 16/02/2009
Localidade: Lisboa
Mensagens: 137
 Re: Ser poeta
Ser poeta é ser mais alto, é ter sede de infinito, mas devo confessar que muitas vezes o poeta é aquele que tem sede de infinito através dos desejos mais baixos e primários. Por vezes um poeta é uma besta, no sentido em que se rege por emoções, sentidos, e sensações primárias e humanas.
João