Sonetos : 

«« Sedativo ««

 
Onde perdi a consciência ou a transfigurei,
Opondo-me á razão da sobrevivência
Inércia impenetrável da aparência
Quanto mais me busco, mais me afastei

Das raízes rugosas dos poemas que matei
Enfeitei-os de nada sem dor ou clemência
Extasiei-me no fácil e na ausência
Neguei a mensagem, na rima que afoguei


No oceano da facilidade, fútil vaidade
Matizei-me poeta, do repetitivo
Escrevi no limite do nada,com agilidade

Coroei-me de louros em papel cativo
Utópico livro sem estante ou claridade
Será que sou poema, porventura estou vivo?


Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 30/06/2009 21:22  Atualizado: 30/06/2009 21:22
Membro de honra
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 Re: «« Sedativo ««
Sem dúvida que és poema, vestido de 14 elegantes versos!

Também acho que a poesia pode ser sinónimo de «sedativo».

Um beijinho, Antónia

Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 30/06/2009 23:13  Atualizado: 30/06/2009 23:13
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Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: «« Sedativo ««
Vivíssimo!!
para mim, perfeito!
beijo Antônia

Maria

Enviado por Tópico
Betha Mendonça
Publicado: 01/07/2009 00:00  Atualizado: 01/07/2009 00:00
Colaborador
Usuário desde: 30/06/2009
Localidade:
Mensagens: 6699
 Re: «« Sedativo ««
Antònia,
Apreciei bastante o soneto.Gosto do conteúdo introspectivo e das rimas ABBA usadas nos quartetos que derem-lhe um ritmo muito bacana a leitura.
Bjins.