"Descortinando sonhos"
"Descortinando sonhos"
De dentro de mim os laços, desfio.
Descortino os sonhos, sigo a rima.
Buscando com sede de sobrevivência
Ânsias que a vida molda e repagina.
E se os massacrantes dias são de espera.
Cheios de palavras tortas, sem calor.
De falas sem ênfases e entrecortadas,
Ciclos não concluídos, silêncio devastador.
Então o amor chega solto, sorrateiro.
Vestindo de ilusões os dias vãos.
Arrastando pra bem longe o desvario.
Embalando meus versos, hoje sãos.
É árvore centenária, viçosa e frondosa.
Deu ao poema represado, fala forte.
Refletiu dos dias verdes, todo o viço.
Hoje os rios dos meus sonhos, já têm norte.
Glória Salles
"Luz na madrugada" - Soneto
"Luz na madrugada" -Soneto
Das horas, o silêncio de repente posso entender
Vi no acúleo das palavras amarrado meu sonho
Destino impreciso, alheios ao meu frágil saber
E a luz tênue me impede de ver o futuro risonho
Adestro as linhas, e traço versos na madrugada
Como se pontos e vírgulas fossem sujeição à dor
Uso as rimas como escudo, me protejo desse nada
Faço pacto com as palavras, ato lúdico, sonhador
Porque esgoto todo o verbo nessa ânsia de alento
E como quem rege a vida, reputando o pensamento
A chama do candeeiro derruba a noite no horizonte...
Ainda que atras das nuvens, o sol reacende a crença
Molhando a claridade que impõe do dia, a presença
Traz a lucidez das respostas no calor de sua fonte...
Glória Salles
04 dezembro 2008
Santa Casa de Adamantina SP
03:33 hr
“Página branca”
Meu coração se apressa em te lembrar
No raro encanto que teu olhar encerra
O calor do teu afago a me queimar
Restringindo a tortura dessa espera
Deusa de tuas noites, apenas quero
Enlanguescer perdida no teu abraço
Aspirar todo encanto, que com esmero
Ofereces no aconchego do teu regaço
Vem, leva o inverno que em mim mora
Quando da tua ausência, farta me vejo
Traz teu olhar, que meus sentidos aflora
Entontece-me com a fúria do teu desejo
Toma meus sonhos nos lençóis de cetim
Sou tua página branca, rabisca em mim
Glória Salles
No meu cantinho...
QUERO O TEU...
Quero o teu amor
E o teu calor...
Vem, para abrandar
A minha alma que
Queima de paixão.
As Quatro estações...
PRIMAVERA
Estação das flores,
estação da beleza em flor,
primavera estação que te conheci
flores me ofereceu
VERÃO
Estação do calor,do sol da praia,
Estação das mais gostosas férias
Nela começamos a namorar,
Beijos você me deu.
OUTONO
Estação onde as folhas se secam e caem,
Estação cheia de magia,vibrações alegres
Aliança você colocou na minha mão
Meu coração batia forte de emoção.
INVERNO
Estação do frio,do aconchego,do amor,
Estação para os amantes apaixonados
Estávamos felizes e nos amando ainda mais,
Trocamos nossas alianças,estação do nosso casamento.
Quatro estações,quatro ciclo da minha vida
Quanto amor fizemos,quanta paixão vivemos.
Quatro estações muitas emoções.
CORAÇÃO DE CRIANÇA
As crianças são iguais aqui e do outro lado da vida. Faz tempo que convivo com crianças dos dois planos, e sempre me emociono com as suas reações amadas.
Certo dia, alterei minha voz para falar com alguém da minha família (isso acontece, quando não temos paciência), então, escutei o choro sentido de uma criança do outro lado da vida.
Perguntei porque chorava assim, e ela me disse:
- "Dói... dói... dói...."
- O que dói, meu anjo?
- "Você, xingando com a fulana. Dói muito.
Emocionada, pedi perdão à criaturinha de Deus, e ela sorriu, e me fez transparecer o seu sorriso num calor que tomou conta do meu corpo, e depois um alívio muito grande.
Estas crianças divinas fazem com que eu seja mais humana e mais leve nas minhas reações.
Afinal, logo mais elas estarão aqui convivendo conosco, e precisam sentir todo o amor de que somos capazes, para que a vida lhes seja suave e feliz.
Um Adeus
Cheguei, toda eu era ternura!
Mas logo vi com amargura
E as açucenas me vieram dizer;
Porquê as rosas deixáste morrer?
Também as margaridas cheias de penas
E os goivos murchos, de coração partido
Me falaram, tal qual as açucenas.
Morreram as petúnias, por te teres ído!?
Me aprontei a matar-lhes a sede.
Mas era tarde, foram morrendo de calor
E agora só há tristeza nos meus olhos. Vê-de!?
Na verdade nesta despedida houve dor.
A jacarandá está verde! Mas nega-se a dar flor!
E os orvalhos também disseram adeus, sem rancor.
Só as hortências esperaram por mim, resistiram ao calor.
Mais a um cantinho ainda encontrei as capuchinhas
E bem ao lado, as zínias suas vizinhas.
Prepara-se agora o cacto para sua flor abrir
Bem à noitinha quando chegar o luar
Só prara ver o meu olhar sorrir.
Sabendo que eu vinha, que estava para chegar.
Também a buganvília estava aborrecida!
Por não saber o que fazer à Vida.
E a palmeira? Essa estava bem altaneira!
Olhando lá de cima a vizihança
Nem bulia...sem vento, pois era dia de bonança.
Espalhavam música as cigarras cantadeiras
Bem escondidas nas dálias, ou nas folhas das trepadeiras.
E no céu nuvens escuras de lágrimas contidas
Hoje choram comigo, com saudade
das minhas rosas perdidas.
rosafogo
Ausente alguns dias, confrontei-me com muitas flores já mortas e outras já a despedirem-se.
Riquezas
Riquezas tem meu querer.
Mas tão pobre é meu viver .
Falta a esperança.
Falta a bonança.
De tudo falta um pouco.
Quanta fraqueza humana,louco,
Doente, a querência quer mais.
Corpos querem o calor.
Unidos pedem amor.
Corações pulsam de alegria.
Não ao embaçamento.
Nuvens em clareamento.
O expandir da voz.
O chamamento sempre.
Com todas as forças, com o ventre.
Com as entranhas de meu viver.
Nereida
Amor sem lençol
A beleza...
Duma praia distante!
Onde o sol cobre o mar.
Reflete a luz brilhante,
Dos olhos querendo amar!
Teu olhar...
Nessa tarde semblante,
Um canto vem entoar!
Sob o céu elegante,
Anda-me a remar.
O mar...
Com ondas rasantes,
Chama-nos para mergulhar.
A água buscando horizontes,
Na areia vem nos molhar.
Teu corpo...
Molhado nas curvas dos deuses,
Sobre o meu vem consagrar.
Desde a pele aos dentes,
Teu calor vem enxugar!
O sol...
Pinta um sorriso na nuvem!
Marcando a tarde de verão.
Nasce clareando a paisagem,
Adormece aquecendo a solidão!
O amor...
Nascente como fruto natural...
Regado sob a luz do sol.
Tornou-se ainda mais especial
Sendo consumado sem lençol!
02/03/2010
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Van
Na terra, no mar, no céu e na lua.
Acorda!
Abre os olhos.
Vem ver a realidade.
Já não sou uma ilusão.
Vem… Me dê sua mão.
Se preferir um abraço apertado.
Ou um beijo apaixonado.
Veja! Estou aqui.
Vim porque te amo e sempre te quis.
Cheguei para dar-te todo meu carinho.
Fazer pouso em teu ninho.
Amar-te e ser feliz.
Não acreditas?
Abre os olhos então.
Estou aqui… E posso contigo ficar.
Se assim teu desejo for.
O que esperas?
Estou pronta para te amar.
Ser completamente tua.
Vem meu amor.
Aperta-me em teus braços.
Preciso sentir seu calor.
Quero falar só de amor.
Ser para sempre tua.
Na terra, no mar, no céu e na lua.