Esperas...
Estou cansada da porta fechada.
Perdida no tempo de outras eras
Em que Primaveras eram lufada
De ar fresco, após longas esperas.
E o sol que brilhava era quente
Pintando as frutas verdes, de cor
As flores abriam e lentamente
Cobriam os campos sem qualquer pudor.
Eram os amores nascidos ali
Regados no orvalho da madrugada
Manhã plena, repleta só para ti.
Depois abriam-se caminhos em nós.
Rolava o calor por essa estrada.
Os hinos… cantavam-se a uma só voz…
"O gosto do beijo"
"O gosto do beijo"
E é assim...
A mesmice apaga o fogo, e frios...
caminhavam.
Fugindo de envolvimento.
Desacreditavam...
Até a libido congelou..
Mas de um ponto qualquer do mundo
o sol a presenteou
Com esses olhos tristes de menino perdido
Que agora se achou...
Amor...
Coisa louca, ilumina
Na seqüência, desatina.
E foi assim...
Dia apos dia...
Ela, que já não acreditava,
para crer que seria possível
Teve que digerir que não era mais
sozinha.
Envolvimento maior a cada dia...
De repente, tudo muda , a uma pessoa
pertencia...
E com esta tal de saudade...
Sabia que conviveria.
Agora?!
Vai pra cama.
Presença viva na memoria.
Na boca a vontade do gosto do beijo
Na pele...
Queria tatuado o corpo dele.
Glória Salles
Porque vieram as madrugadas...
Porque vieram as madrugadas
Desassossegar
Em sorrisos espontâneos,
As noites frias desesperadas
De feridas secas
Mas não saradas?
Estranhas ruelas
Talhadas na mente
Calcetadas dos enganos
De quem sente…
Mas o sol brilha
Por trás das nuvens escuras.
É desse que sou filha
Apesar das amarguras…
É lá!
É lá!
Onde o Sol brilha
que eu estendo a toalha da esperança
nas dunas da felicidade
e rebolo na areia que me aquece
me envolve, me seduz e nada mais...
É lá!
Onde se perde o horizonte
que os meus olhos buscam a verdade
na imensidão do mar, de tão revolto
soltam-se lágrimas salgadas de saudade
É lá!
Que eu procuro e não encontro
a luz pela qual me quero guiar
Que venha o sol, a cada dia mais risonho
e me encha a alma de calor e de amizade!
Maria Fernanda Reis Esteves
48 anos
Natural: Setúbal
Paz no universo
Apreciando fim de tarde, o sol se pondo devagarinho, suavemente.
A mágica se repete, eu observo a tranquilidade do dia se despedindo.
Flores que se fecham, os pássaros se recolhem no merecido repouso.
Sinto essa paz, respiro seu perfume , corpo e alma em sintonia com o universo.
Mãos postas em oração agradecida por mais um dia.
Nereida
A paz esteja no coração de todos.
Feliz Natal!
Só
Só
podia ser
um laivo
do que nasce
só
a palavra
como o sol
nascente
só
a memória
iluminasse
o presente
podia ser
um laivo
de saudade.
Quadras - Afagos
QUADRAS- «AFAGOS»
Já o Sol vai nascendo
Trazendo côr à minha Vida
Fico a Deus agradecendo...
Poder olhá-lo embevecida.
Se é tão curta esta Vida
Chorosa logo ao nascer
Não me quero saber cativa
Quero ser livre até morrer.
Sou triste, me aflijo tanto
Mas ninguém suspeita sequer!
Vou chorando este meu pranto
Sofro cá dentro! Sou Mulher!
Já usei tranças um dia
E ninguém mais se lembrou
Da Mocidade me despedia
Silenciosa a dor não curou!
Minhas tranças eram escuras
Com laços côr de solidão...
Agora nas horas das ternuras?!
As lembro com comoção.
Meus sonhos eram futuro
De Amor trazia o peito cheio
Ainda agora procuro...
Mas Sonhos? São devaneio!
rosafogo
Olhando o horizonte
OLHANDO O HORIZONTE
O sol maduro tem aparecido
E eu aqui sentada na margem da tarde
Com o olhar no horizonte, perdido!
Onde o Sol já se esconde e me dá saudade.
Encontro aquém tudo o que me resta
Para trás os ontens, era já remota
O sol se foi e eu perdida na sesta
Com a saudade batendo-me à porta.
Com as mãos cheias de nada
E no silêncio me deixando mergulhar
Já o dia tráz a noite anunciada
Meus olhos procuram sem saber que procurar.
Talvez a luz doce da tarde deitada!?
Ou os raios de sol que o azul furam
Que será que meus olhos procuram?
Vou resvalando no tempo em largas passadas
Descansam em mim lembranças d'outrora
Sonolentas, caladas!
Minha companhia p'la vida fora.
Mas hoje nada têm para me oferecer
O meu peito aberto lhes deu guarida
Talvez quando o sol voltar a nascer
Eu levante da margem da tarde
E volte à Vida.
P'ra falar de saudade.
rosafogo
Outros dias de sol virão
Deitada a frente desta janela,
em que está um horizonte
com o sol se pondo,
e o violão largado no cantinho do quarto...
Tarde de verão,
tantas incertezas e solidão,
perguntas?
Ah, estas estão por toda uma vida,
Pensamentos por vezes são confusos,
lê um futuro que se é incerto,
visões turvas,
me remexo na cama,
Mais uma dose deste vinho tinto,
batalhas destas vidas, não se pode ser perdidas,
e como seguir quando se sente tudo perdido ?
Tu na verdade não entendes...
Instantes atrás era somente certezas...
Agora fugimos escondendo-se no medo e indecisões,
e sim! Precisamos de um pouco de ilusão para viver,
Percebes isso?
Porém as vezes penso que é melhor desistir,
mais quando lembro daqueles olhos e gestos,
sorrisos e mãos...
Momentos quantos vividos,
carícias trocadas,
e beijos trocados numa entrega intensa e vital...
E quando penso em teus olhos tristes
parece que dentro desse coração quer sangrar,
Oh meu nego !
Não te enganes,
eu tenho meus segredos,
mas você se perde em seus mistérios,
e não saberei o que te dizer
quando me perguntares o "depois",
Outros dias de sol virão,
e talvez ele trará as verdades e certezas hoje não tidas,
tu sabes onde me encontrar...
O Sol chegou e não me viu
O SOL CHEGOU E NÃO ME VIU
Os raios de sol, os primeiros
Surgiram através das vidraças.
Na horta espreitei os feijoeiros
Olhei na ribeira as verdes rabaças.
Um livro que ando a ler
Aqui caído no chão
Nas janelas?!
Brancas cortinas de algodão
Perguntas me faz a vida
e eu esquecida
não sei que responder.
Rodeia-me o ar livre
e um calor morno
Meu rosto se alegra e vive
sem ter linhas, nem contorno.
Fecho cortinas das janelas
e reparo em minhas mãos,
belas?
Já não são!
Fico-me por aqui sózinha
Entregue à meditação
Nesta vontade que é minha
De morrer neste meu chão.
Gastou-se a Vida sumiu!
Deixou-me um peso no peito
O sol chegou e nem me viu.
Trago meu tempo vazio
Sombrio a vida o tem feito.
Meus pensamentos errantes
Trago as palavras descontentes
Hesitantes, ausentes.
Quero só viver!
As janelas voltar a abrir
De júbilo estremecer.
Quando de novo o sol surgir.
À vida me quero cativa
Sentindo o sol me sinto viva.
rosafogo
Mais um dia passado na solidão e tranquilidade da aldeia, onde a paz nos poupa até o lembrar
da idade.