Poemas, frases e mensagens de antóniobotelho

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de antóniobotelho

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REPRODUÇÃO

 
O Homem quer e esta terra reproduz
A semente que dentro de nós jaz
Uma luz que deste átrio conduz
O destino convulso que se aprás

Santa condenação que nos faz jus
Crepúsculo nascente tão fugaz
E as novas crias com negro capuz
Vivem a vida em câmaras de gás

Sonho e vida cavalgam riem unas
E despenham-se sobre baças dunas
O sonho e o vinho da terra rachada

Convento em sentimentos renegados
Embriões congelados e farpados
A bondade do mundo está manchada

13 de março de 2014
António Botelho
 
REPRODUÇÃO

MURALHA DE FLORES

 
Entre ruídos e despejos de arte
Uma muralha de flores de ferro
Trono de tantos reinos sempre aparte
Nos despojos humanos eu me enterro

Cavernas oriundas de outra parte
Ao gritar o silêncio assim me encerro
Entre os mundos da mente a desejar-te
E pela realidade tanto berro

Somos eras que trepam este mundo
E se apoderam de tudo sem fundo
Sanguesugas trepantes incoercíveis

Misto de tal pobreza poderosa
Rebeldes da certeza conflituosa
Entre sangue e certezas sem mais níveis

Dornelas - domingo, 09 de novembro de 2014
António Botelho
 
MURALHA DE FLORES

DIA MUNDIAL DO LIVRO E DOS DIREITOS DE AUTOR

 
O livro imortaliza os grandes feitos
E o nome dos autores mais perfeitos,
Dá vida à morte e traz-nos à memória
A emoção que nos dá, p´la sua história!

Um livro é um amigo de oratória,
Não se empresta um amigo com tal glória!
Sabe-o bem o escritor, a seus bons jeitos,
É a realidade! - Fora aos preconceitos!

E o escritor sangra a tinta do seu livro
Vive da sua escrita, não omnívoro,
Para o partilhar com a multidão!

E uns chegam ao fim da vida com obras
Escritas ou só lidas! Deus, que cobras,
Os melhores poetas da nação!

António Botelho
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‎Hoje, dia 23 de Abril, celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor. Organizado pela UNESCO, pretende promover o prazer da leitura e escrita, publicação de obras e protecção dos direitos de autor. Este dia foi criado na XXVIII Conferência Geral da UNESCO. Um dos motivos da escolha desta data, foi a morte de Miguel de Cervantes, William Shakespeare e Garcilaso de la Vega neste mesmo dia em 1616.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Mund ... vro_e_do_Direito_de_Autor
 
DIA MUNDIAL DO LIVRO E DOS DIREITOS DE AUTOR

O REGRESSO DA INSÓNIA

 
Enraiveço-me tanto nesta insónia,
Torno-me um rastejante sem dormir…
Quero atirar meu corpo aos da parvónia
Traiçoeira vivência a partir!

As tensões musculares são nefastas…
O sono dorme sobre a consciência!
Ó passado que já demais me arrastas
Para o abismo da maior demência!

As pestanas nos meus olhos se arrastam,
Seduzem a soneca pelo dia,
Tantas lágrimas que em mim se desgastam…

Só a depressão mansinha a mim se alia,
As poucas forças que restam se matam,
A única solução é a poesia.

António Botelho

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O REGRESSO DA INSÓNIA

Encaixotei-te no coração

 
Foi no teu lance ensurdecido
Que decidi olhar-te no profundo dos olhos
Escavando o espaço com o corpo já dorido
E o ar que flutuava cheio de molhos

E frescas neblinas que apaziguavam o sofrer
Das lentes que jorram cascatas pela cara
E foi então que os deuses te estenderam ao meu ver
Soprando-te para os meus braço numa clara

E desde então encaixotei-te no coração
Com adesivo de aço forjado com diamantes
O suor dos corpos é o néctar em ebulição
E tudo voltou a ser como antes

09-08-2017
António Botelho
 
Encaixotei-te no coração

Justificação popular

 
Quando surge um novo falatório na aldeia
A notícia corre e o povo comenta
Os pormenores que o povo não sabe inventa
Pois a injustificação é uma assustadora ideia

05 de setembro de 2014
António Botelho
 
Justificação popular

SEM MAIS TE TER

 
Sei que já não te esticas nesta cama,
Não enrolas cobertores no teu ventre…
A tua ingenuidade já não trama
O meu ser, sem suposto amor a dentre!

Nunca mais olharei teus belos olhos,
Pois só de vista não é olhar em profundo…
As lembranças que tenho em grandes molhos
Quero-as inacessíveis o mais fundo!

E as árvores em que te fui escrevendo,
Juízos de valor sem te saber…
Resta-me um rio que só “vai” morrendo!

Deixei de te saber sem conhecer…
Desflorei pensamentos, fui perdendo
O medo p´ra deixar de mais sofrer!

António Botelho

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SEM MAIS TE TER

Vou soldar meu pensar às leis do mundo!

 
Quero soldar meu pensamento aos ideais deste mundo!
Renascer da tristeza não oriundo…
Voltarei a apagar a luz que me queima a mente,
Procurarei ser a perfeição oriunda…
E mesmo que a perfeição seja deficiente,
Só a mim me será profunda!

Taparei as ranhuras da minha criação,
Fuzilarei a morte dos impiedosos!
Só assim alcançarei a imensidão
P´ra não ter pudor dos doentes idosos!
Que qualquer farsa minha seja propositada
P´ra nunca poder ser condenada!

António Botelho

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Vou soldar meu pensar às leis do mundo!

Nos anéis dos teus lábios

 

Nos anéis dos teus lábios perdi
O paladar de todas outras coisas sem fim
Posso ser vivo apenas só em ti
Sobretudo quando desmazelas o corpo em mim

Sem valor o batom e o verniz que em ti usas
Não é na podridão da falsa aparência
Que friccionamos nossos corpos sem blusas
Apenas podemos SER um só na existência

13-08-2017
António Botelho
 
Nos anéis dos teus lábios

"ARTIFICAÇÃO"

 
Amordaço as palavras incessantes...
O lustro de uma escrita incandescente,
Magia sonhadora tão fluente!
A “artificação”, estados semblantes!

Poesia que traz tantos amantes,
Faz-nos levitar, escassos instantes,
Imortaliza a escrita destas gentes,
Profetiza-se em gostos indigentes!

Carga de criações tão adoradas,
O âmago das flores clareadas...
Um poeta respira a imensidão!

Em campos cultivados de palavras,
Ó poesia, tão bela, que em nós lavras
Os sonhos longos e a realização!

António Botelho

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"ARTIFICAÇÃO"

O OLHAR ALUCINANTE P´RA PAREDE (Esta alucinação que tem objecto)

 
Arrecado mais margens criativas,
Olhar alucinante p´ra parede:
Nessa tela vazia vejo divas,
Escrevo, numa cama feita em rede!

E bóio junto com o pensamento
No Mar Morto tão vivo e cobiçado!
E com um verso enfrento um regimento,
E ganho sem fazer mortos, sentado!

Recruto os corpos das valas comuns,
E trago-os à vida que perderam…
Acabarei com todos os jejuns!

Recompensarei os que por bem cederam,
Minha mão sobre todos, não só alguns!
E vocês, que as paredes não entenderam?

António Botelho

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O OLHAR ALUCINANTE P´RA PAREDE (Esta alucinação que tem objecto)

CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

 
Oh República que a Portugal deste
União e mais firmeza pela luta!
Não foste tu que a crise nos trouxeste
Vieste em era de pouca conduta!

Tomámos posse, força mais astuta!
Respublica que a todos nos quiseste,
Civis foram soldados sem recruta,
E a mulher do teu símbolo não veste!

Com esta causa pública, justiça!
Matámos toda a crença mais postiça
P´ra que os lusos melhor fossem vivendo!

No entanto a monarquia, essa, voltara
Com Salazar que nos manipulara!
E hoje? Manipulados vamos sendo?!

António Botelho

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CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

MENDIGO SONETOS

 
Durmo sobre esta escrita atordoada,
Sem certa convicção dessa intenção…
A procura da escrita organizada
Talvez me seja contra a minha opção!

Meus pensamentos são mornos na mente,
Flutuam pelas ruas ao acaso!
Trespassam o meu crânio envolvente,
Deixam o meu fluir bastante raso!

Fiquei sem as palavras que aprendi,
Pois voltaram p´rós livros que já li
E com eles arderam esquecidas!

Tornei-me num poeta que mendiga
Sonetos como de antes, sem intriga,
Visto-me das escritas mais perdidas!

António Botelho

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MENDIGO SONETOS

EnDiabrado

 
Sinto-me endiabrado à plenitude
Dos dias com luz negra ou ofuscante,
Sou a migalha de algo tão marcante
Entre as últimas páginas de crude.

Sinto-me preso nas pedras do açude
Onde as terras bebiam refrescante
Água regadia tão semblante
Que agora negra a vida já não ilude.

E é no rascunho dos chifres que trinco
Afiando os meus dentes laminados
Na ânsia, negridão nefasta trinco

Das portas da mente em paz e enterrados
Sentimentos de afecto em negro brinco.
Restam-me só poetas enforcados.

António Botelho
24-07-2017
 
EnDiabrado

Falácia

 
Quero pintar palavras em desejos,
Sufocar fraqueza, ser só eu
A viver a certeza, sem mais véu,
Só respirar vontade em meus ensejos!

Quero sentir o beijo sem o ter,
Sugar a sensação, todo o prazer,
Fortalecer, medir o amor já morto,
Sofrer num turbilhão, escrever torto!

Vou extorquir minha mente do real,
Transferir minha vida ao funeral,
Expelir numa só partida triste!

Fui uma personagem destemida,
Incendiei na margem a saída,
Voei numa pluma e tu riste!

António Botelho

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Falácia

A INFERNALIDADE À COCA DO MUNDO

 
A infernalidade à coca do mundo,
À espera dos desejos das pessoas.
De mão beijada, mesmo lá no fundo,
Todos se entregam a este mal em proas!

Deixas o rancor mais e mais fecundo
Entre a podridão que entre a gente ecoas,
Ó gentes dessa mágoa, do submundo,
Das artes negras que dás em coroas.

Sucumbem ao mal em prole do bem,
Falsas comarcas em Jerusalém.
Sem mais diálise ou mais sentimento.

Estes miúdos querem ser graúdos
E esses graúdos querem ser miúdos,
O natural das coisas é cinzento!

19 de dezembro de 2014
António Botelho
 
A INFERNALIDADE À COCA DO MUNDO

RELAÇÃO INTERDITA

 
Desiste desse orgulho que te vence.
Anuncia a clareza do que sentes…
Faz e deixa que o teu coração pense,
E se me ignoras, eu sei que mentes!

Colhe as lágrimas que deixas no chão;
Prescinde dos teus entes por instantes
P´ra que possa saber ao que dar mão!
Só do receio nós somos amantes!

E o teu passado, não será presente!
Quantas vezes choras-te à minha frente!?
Induzo que estejas a ser desonesta…

Deixa o fado em perfeito cativeiro,
Crema o passado num desfiladeiro,
Meu ser te quer, por isso te contesta.

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RELAÇÃO INTERDITA

A SOMBRA E A LUZ

 
Cais sobre mim em puro pensamento
E esta revolta alastra-se por ti
P´la tua indiferença e fingimento
A escapatória que crias-te aí

No teu mundo de amigos pouco atento
Ao coração tristezas que em ti vi
O sumo dos despojos sem alento
Agora sei que de ti me perdi

Esta terra que quebra o sofrimento
Harmonia com restos de ti vivo
A sombra e a luz com mais florescimento

Lágrimas descem o Dão tão aflito
Entre rocha e terreno de cultivo
Para no mar morarem sem conflito

29 de dezembro de 2014
António Botelho
 
A SOMBRA E A LUZ

PRECISO MATAR

 
P´ra criar bem preciso de matar.
Necessito tornar-me um assassino…
Para que a poesia seja o ar
Que condensa os pulmões do meu destino!

P´ra criar mais, preciso torturar.
Pegar num bisturi e cortar com raiva…
Para pôr minha mente a flutuar
E ressuscitar as almas do Paiva!

E que esta sede de morte infinita
Nunca seja punida pela gente.
Esta escrita a justiça vos dita!

Matarei então o horror indiferente,
Vou torturar a guerra nesta cripta
P´ra que possa viver com feliz (mente)!

António Botelho

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PRECISO MATAR

o sonho das incongruências

 
há muito que o desígnio de um poema
em mim
não se manifesta

as vivências rolam-me sobre a mente
interceptam o acto da escrita

mas a escrita faz fluir a vida
e a vida é mais viva com a escrita

onde guardo as minhas ideias
não sei a exactidão desse púlpito

onde guardo a senescência mental
não sei qual a negação para a resposta

António Botelho

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o sonho das incongruências

Há muito que meus tons melódicos poéticos não se gesticulam em escrita ou sapiência mental, pois eis que o amor chegou e a poesia abafou...