Poemas, frases e mensagens de franciscopeixoto

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de franciscopeixoto

Bic Cristal Grip

 
Como eu, não és escritora,
mas foste feita para escrever.
 
Bic Cristal Grip

Uma história, uma invenção

 
Uma história, uma invenção.
O que me vier à memória por pura diversão.

Uma rima, uma estrofe.
A que está em cima por alguém que sofre.

Mais um desempregado que até gostava de estar. Mais um pouco amado por quem haveria de amar.

Se fosse por mim, não poderia ser.
Eu, sou assim, também não gosto de perder.

Mais um sem dinheiro, sou eu próprio afinal.
Um que assim é mais que verdadeiro, que também não posso viver o meu ideal.

Mais um que dorme, outro que escreve,
aquilo que me consome, aquilo que me serve.

Serve de consolo, para mim e mais ninguém,
se não sou maluco sou tolo, quero mais que a minha Mãe.

Guerras por todo o lado, umas acabam outras começam. Por causa do que era amado, roubado, sem que me peçam.
Guerras e guerrilheiros fazem mais guerras e guerreiros. Ficam para tràs os primeiros, vão à frente os verdadeiros.
Sofrem todos, isso é verdade. Morrem todos, deixam saudade.
Vivem uns, mais que os outros. Porquê? Se nascemos para acabarmos mortos.

Deus, onde é que ele está na altura em que o chamo. Se continuo do lado de lá e ao mesmo tempo do de cá é porque sem saber também amo.
 
Uma história, uma invenção

Suave

 
Suave, suavemente
cai a tinta no caderno e
por cair contente
como cai muita gente
ao cair no inferno,
julga-se diferente.

8-10-10
 
Suave

Jesus

 
Canção do amor
feita de alegria
Já a sei de cór
canto-a noite e dia

Canta-a comigo
bate palmas tambem
Tráz mais um amigo
não venhas sem alguém

Cançao para Deus
feita com o coração
Cantada pelos meus
jesus é o refrão

Jesus, filho do pai
Jesus, que encanta
Jesus, que foi e vai
Jesus, filho de uma santa
Jesus, que foi homem
Jesus, que é libre
Os homens que ao céu sobem
para que o coração de Deus vibre

Deus, Pai misterioso
autor deste universo
Fala que eu ouço
fala, é o que te peço

Deus que vives em mim
espero que um dia nos perdoes
Por nem sempre dizermos-te que sim
quero que no meu coração voes

Deus que és grande
que és misericordioso
A fé talvez ande
por um caminho perigoso

Jesus, filho do pai
Jesus, que encanta
Jesus, que foi e vai
Jesus, filho de uma santa
Jesus, que foi homem
Jesus, que é libre
Os homens que ao céu sobem
para que o coração de Deus vibre

O mundo que é de todos
como tudo mais o resto
O mundo que tem vários modos
modifica-te, faz golo num cesto

Mundo que és nosso
dos vivos e dos mortos
Se tu podes eu tambem posso
fazer acreditar os outros

Planeta terra que só à um
crenças e raças variadas
Estas guerras provocadas por alguns
para um único Deus são fachadas

Jesus, filho do pai
Jesus, que encanta
Jesus, que foi e vai
Jesus, filho de uma santa
Jesus, que foi homem
Jesus, que é libre
Os homens que ao céu sobem
para que o coração de Deus vibre
 
Jesus

Escreve caneta, escreve

 
Não adormeças por ser Inverno
nem pelo Tempo parecer eterno
fica sereno, o tempo está ameno
tal e qual como tu
mas eu não entendo
como tudo pode ser tão crú.

Bate-me demais o coração e
é por mim, tenho de deixar de ser escravo
estender a minha mão e dizer que sim
ser um Bravo neste grande jardim
que pode ser lavado de pensamentos, enfim...

Já sei o que faço
já penso e disfarço
já como e medito
já sinto o Bendito.

Todos temos de acreditar em alguém
senão quem seriamos?
Acreditar é viver
é acreditar no Bem e no Saber.
 
Escreve caneta, escreve

Sou, quero ser, quero ter

 
Sou.

Quero ser.

Quero ter!

A vida é o que é.

Também gostava de gostar.

Perdi quase, ou mesmo toda a fé.

É aquilo que se está a passar.

Não sei como explicar, mas vou tentar.

Gosto de alguém que só duas vezes vi, mas que nunca falei. Eu para ela nunca sorri, nem tentei.

A voz dela, essa já ouvi, e gostei.

A sua presença, é um misto de sentimentos meus. A sua ausençia, é um misto de sentimentos teus.
Agora só espero voltar a vê-la e a ouvi-la, se por acaso calhar.

A vida é assim, hoje estou triste, ninguém chama por mim.

Não me apeteçe chamar ninguém porque não sei falar assim tão bem.

As pessoas, umas são assim, outras assadas. Umas assim a assim, outras são caladas.

Calado, sei que sou. Frustrado, ninguém me conquistou.

Circulo eu e o resto também. Não vejo aquela que quer o que é meu, e eu também gostava, sei bem.

Olha linda! Estou estranho.

Não te ver é esquisito, e não te ouvir também.

Sei que pouco falo. Mas não sei porque.

Gosto de ti.

Ainda nem sequer tentei conhecer-te melhor.

Da primeira vez que te vi, falhei. Da segunda pensei em amor.

Sem te ver só te posso sentir.

Não dá para perceber esta vontade de contigo ir.

Para bem junto de ti, para bem junto do que és.

Sem mesmo te contar tudo o que já vivi. Sem mesmo pensarmos apenas em bébés.
 
Sou, quero ser, quero ter

Gosto de aqui estar

 
Gosto de aqui estar
sosegado no meu cantinho
e daqui posso observar
o que vai passando no "mundinho".

E daqui vejo a fome...
E daqui vejo a guerra...
Porque Ele não dorme.
Ele vive nesta Terra.
 
Gosto de aqui estar

Lola

 
Lola é bonita em tudo!
No seu Mundo de fantasias, a vida desperta.

As nuvens trazem água. Lágrimas do céu.
Ela continua serena. A vida é serena.

Lola não pára.
Tem o destino marcado. Um encontro.

A imaginação não tem complexos, a ilusão é real.
Filhos. Já grandes, sem complexos.

Onde andará Lola?
Estará ela em casa? Talvez a tomar um chá.

A noite chegou. As estrelas não se vêem.
O Mundo pára. Procura Lola.

A campaínha toca. Ouvem-se passos mas ninguém atende.
Toco de novo. Volto mais tarde.

Saio do carro, apanho ar, ar puro e deveras sufocante.
O relógio bate as horas. A vida continua mas o carro não pega.
Tento várias vezes e nada. Abrir o capôt para ver se se vê algo de anormal no meio daquela normalidade toda.
Peças, mortas. Telemóvel.
Sem rede. Sosinho com um carro morto.
Avanço, deixo o carro e pego na mochila, dou uns passos e tento usar de novo o telemóvel. Nada.
Merda.
Na mochila só peças mortas.

Em casa de Lola só imaginação. Tudo funciona às mil maravilhas.
Lola vive de dias, os dias são como rebuçados de chocolate. E a vida prossegue, continua, avança.
As tentativas são sós.

No meu caminho só vejo árvores e mais árvores, todas as espécies. Altas, baixas, novas, velhas, sempre em pé, umas a seguir às outras.
Um pássaro vem ter comigo. Traz noticias.
Lola está feliz. É feliz.
A vida é de cada qual e a minha está só. Sosinha com árvores e peças mortas.
O pássaro foi-se. Deixa apenas a noticia.
E agora? Como estará agora? Ainda estará feliz?
O Tempo passa mas a vontade fica.

Lola prepára o dia de ámanha.
É dia especial. É dia de festa.
A casa é uma caixa de supresas, uma caixinha.
O laço desenlaça-se, a tampa abre-se, o escuro sai, a imaginação solta-se.
Na televisão velhos westerns. As coboyadas do costume.
O bom em perseguição do mau.
Lola vai à casa de banho. A toilette está no sitio. A roupa interior tambem.
Lola está só. Em casa, rodeada de coisas mortas.
Espelhos, com luz própria. Lola sabe que é bonita.
Os segundos entram nas horas, os minutos passam.
A roupa interior sai do sitio. O local muda de sitio.
O coração de Lola salta e pensa em mim.

Páro no caminho.
Olho uma árvore de fruto, uma desilusão.
Uma costela vem-me à cabeça. O fruto passou pela costela e subiu-me à cabeça. Lola é um fruto.
A fome está sem fome, está cheia.
A sede secou, a água não correu.
Lola não é esquisita.

O dinheiro.
Uns trocos no bolso.
Não me serve de nada, as árvores não o seguram e não o apanham. Atiro uma moeda ao chão.
Calhou caras e eu reparo no desinteresse delas no meu dinheiro, nos meus trocos.
Ainda daria para três pães. Um para mim e um para Lola, e outro talvez para o passarinho, caso aparecesse. Mas nem uma padaria, um supermercado, um tasco. Nada, só árvores.
Recordo o fruto, a árvore de fruto. Com esta conversa já ia um, mas agora já não volto atrás, seria perder tempo e Lola. Não sei se terá tempo, se esperará o tempo suficiente por mim.
A poesia de Lola revela-se.
A fotografia fica gravada na memória. O filme desenrola-se em directo.
Não há paragens, só passagens e viagens.
A memória quer-se curta.

A inteligência desperta-me. Observo com pormenor.
Vejo o pormenor. Estudo o pormenor. A viagem continua.
LOla chama o pássaro e conta-lhe algo.
Ouviste. Pergunta Lola.
O pássaro abana a cabeça. Responde.
Sai disparado e voa o mais alto que consegue. Lola está ciente disso, nem se mexe. Passa a ser apenas uma peça, morta.
Morta de raiva por estar viva e não feliz.

A inteligência acordou, espreguiça-se, boceja, espreita a memória curta e comprida, profunda, que penetra lá no fundo do nada, do desvirado, e passa a ver branco.
Fecho os olhos por momentos, mas os pés e as pernas não param.
O pássaro aprochega-se e dá-me uma bicada com força na cabeça.

Lola vai até à cozinha. Já marchava um "prearado",
mas nada está preparado, o dia da festa mantém-se.
Ámanha, Terça-feira.

O tempo não espera pela demora e a cabeça solta-se, cai sem ninguém reparar, silenciosa e deixa-se ficar para trás. O Tempo está em todo o lado.
A cabeça escolhe um tempo certo. No tempo certo o passado e o futuro podem não bater certo, mas o Presente é o que se vê. É vida, é Lola, é vontade. Vontade de Lola e de vida, de viver para morrer.

O coração.
Morto de ciúme, ou vivo. Escondido não pára de se esconder, troca o escuro pelo escuro enquanto aguarda pelo morrer, pelo Presente.
Um coração morre, será o de Lola?
Ela não responde, estará a ficar surda?
Roupa interior, sem cor branca, só espaço. O corpo forma-se e desenvolve-se, as pessoas trabalham os corpos, tocam-nos e tocam-se, tocamo-nos. A solidão é boa e eu encosto-me.
Sonho com incertezas, penso em verdades, em passados curtos, não como se esperavam, mas curtos o suficiente para alcançar a perfeição.
Lola ainda queria estar mais sosinha, sem peças mortas à sua volta, só com a liberdade, presa a um dia fictício mas contudo sempre possivel. Não existem impossiveis.

A roda rola.
O Mundo enrola, enrola-se. Ocupa o espaço, o vazio, e espera a morte do próprio Tempo.
Grito.
Alto. Pára. Volta.
Lola.
Estou. Vem. Volta.
Raios e trovões. As nuvens encostam-se uma às outras, o espaço é pouco e não sei se à espaço para todas. Todas cá estão.
Potenciais potencias. Anarcas. Descobridoras do nada que se consome a si mesmo, sem razão, sem objectivo, sem recompensa.
A promessa não existe, só um destino marcado, por quem não se sabe e porquê tambem não.

Lola está em dívida para comigo. Não há prazos, o calendário torna-se infinito, mas o meu, o meu calendário dos dias que comigo passam, o calendário que marca o meu destino, o meu calendário, tem prazo. Tem limite de velocidade e limite de carga, e tem todos os excedentes a esse mesmo prazo.

Uma árvore estatuada no meio do meu caminho entre as árvores. É forte. Contorno-a e aprecio-a, só não a trepo porque Lola me espera e eu não quero perder mais tempo.
As horas entoam na minha cabeça, o descanso chama por mim.
Páro mesmo aqui. Já.
Lola adormece no sofá, por entre coisas mortas, ouve-se o chamamento dos sonhos interiores ao cansaço.

Eu e Lola adormeçemos ao mesmo tempo, como sempre fazemos.
Só nós dois sabemos este nosso truque, que não pertence a mais ninguém.
 
Lola

Desejo

 
Para ti, pequena menina,
não tenho nada de concreto,
apenas dúvidas do que é seres feliz.
E a quem me incrimina,
por ter sido mais ou menos recto,
apenas lhe desejo o que não fiz...
Se o que não fiz foi viver.

1 de Dezembro 2010
 
Desejo

Lola Parte II

 
Lola existe. Está no meu coração.
O Mundo torna-se perigoso.
Altas muralhas são construidas, reinos inteiros são fechados, reina a violencia.
Eu sigo o meu caminho, o encontro mantém-se de pé.

O Sol brilha.
Os sons surgem por entre os ramos acompanhando a caminhada.
As árvores tornam-se iguais a si próprias. Lola é igual a si mesma.
Não tem clones.
Para além de estranha, entranha-se por entre o tudo que existe. O segredo perde o medo, deixa-se revelar. E rebola, bate d'ali e d'acolá, não pára, ganha vida própria e enche-se de energia.
O segredo é:
Segredo.
O medo é:
Passado.

Tento encontrar Lola na imaginação, mas já nada funciona. A imaginação já não é minha, é igual a um telemóvel, comandada à distancia. E se não é por Lola, torna-se numa peça morta.
Anseio ainda mais pelo real, pela hora marcada, pelo nosso destino. E sei afinal que não sou eu quem caminha, é Lola quem vem em minha direcção, é ela quem traz o segredo, é ela o próprio segredo.
O encontro mantém-se de pé. Não por minha simples vontade, mas por vontade simples de Lola. Porque esse é o seu maior desejo, e não existe cá quem recuse um só único a quem lá está.

As árvores afastam-se, dão-me espaço.
O caminho forma caminhos.
Os meus pés assentam firmes no chão, este é o meu local, é aqui que aguardo por ela. As raizes perfuram o chão e tentam agarrar-se com força. O tronco endireita-se o mais possivel para que eu cresça em direcção ao céu. Os ramos tentam tocar outras árvores.
Mas à medida que vou crescendo, que todos crescem, todos se afastam ainda mais de mim. Não por falta de espaço, mas para que o espaço seja o meu Espaço. Para que o tempo seja o meu Tempo. Para que eu seja o meu Eu. Para que Lola e Eu nos encontremos sós. Só nós dois, sem que outros nos vejam juntos. sem que outros especulem sobre tal encontro.

A noite caiu, tropeçou no dia e estatelou-se no céu.
Procuro uma estrela por entre as nuvens. Não a encontro.
Observo o meu calendário e reparo que adormeci durante dois dias.
Observo a mochila.
Obsevo o que é meu.
O nada.
O vazio surge na espera e dá-me esperança. Rompe o Presente e foge em duas direcções. Tento seguir uma delas e não me atrevo, tento a outra e não dá.
Quem me dera tornar a seguir caminho.
Não quero ficar parado à espera do destino. O destino está marcado, não está parado. O encontro mantém-se, pode ser antecipado.

As ideias apoderam-se de mim, os ideais chamam-me ao sofrimento e eu solto um grito de guerra. Pego o vento pelas folhas e susurro-lhe um pedido. Deslargo-o. O vento ouve tudo à primeira e conhece todo o espaço existente.
A resposta é pronta, o ponteiro dos segundos dá menos de duas voltas ao circulo.
Tudo é imaginação.
O feitiço quebra-se e eu caio empurrado pelo vento. Sou homem de novo.
Estalo uns ossos, estico as pernas, os músculos e preparo-me para a viagem.
Do feitiço sobraram cinco frutos, pego neles e coloco-os na mochila.
Cansado de descansar sigo noite dentro.
Os passos vão passando sem que pense neles. A Lua dá lugar ao Sol, o Sol dá lugar à Lua. O encontro desencontra-se. O interesse não é meu, é falso.

A falsidade.
Imagino a desimaginação. Desconfio a confiança no emaranhado pensamento.
Liberto o medo e ofereço-o.
Quem o quer?

O medo.
É Lola quem o aceita.
A cabeça dá cambalhotas, as imagens são produzidas, a imaginação está viva e vive dentro de mim.
Imagino Lola. Só tem um defeito de fabrico, querer ser a própria imaginação. Querer tornar a imaginação real, querer ser real.

A promessa.
Quebro o silencio em pânico e desafio a sorte. desafio qualquer Lola que se atravesse no meu caminho. Puxo o meu truque na manga e jogo a cartada final.
Uma a uma nenhuma me toca, nenhuma me ama verdadeiramente, todas me modificam e não param de me modificar, nenhuma gosta de mim pelo que sou, mas sim pelo que gostavam que fosse, pelo que gostavam que fizesse, pelo que gostavam que me torná-se.
Sempre o mesmo com menos tempo para mim.

O orgulho.
Abatido em pleno voo, desintegra-se.
Indignado pelo que sou. Sentindo-me como um objecto, uma peça em tabuleiro de xadez, distancio-me perplexo dos factos ocorridos e regresso ao meu estado em solidão.
Ocorre-me a felicidade disfarçada.

O Amor...
 
Lola   Parte II

Sida

 
Corre para a vida
mas tem cuidado com a Sida
porque esta não é uma doença sem "bolas"
esta tem colhões para vencer os mais valentões
e não pergunta nada
nem no fim, nem à chegada
cuidado com a Sida
esta doença mata uma vida
Enquanto a minha não
tanto está em cima como no chão
é preciso fazer rima e dizer-lhe que não.

18-10-04
 
Sida

Editoras

 
Então aqui não há editoras?
Só vejo poetas e trovadores
provocados por certas esporas
de quem nos aclama de amadores.
 
Editoras

Um anjo

 
Um anjo voou bem alto
até uma núvem cor-de-rosa e
lá deixou seu sapato e
um manuscrito todo em prosa.

E este suplicou que guardá-se segredo,
que ninguém lhe meteria medo.
Ele próprio faria um bruxedo.

A núvem pensou,
do anjo gostou.
Mas voltou a pensar e
noiô.
Não sabia o que é que ia ganhar e
negou.

O anjo pegou nas suas coisas,
foi-se embora,
deixou o tempo.

A nuvem "cagou", esqueceu.
Pensou o que viveu,
percebe o erro.
O anjo era belo.
Só tinha que guardar segredo.
Teve medo,
achou que ainda era cedo,
não conhece o enrredo.

22-10-04
 
Um anjo

Lola Parte III

 
...Lá no fundo do silencio profundo a vida transparece deste lado em formas abstractas.
Os pássaros acordam-me do resto da noite. Desejam-me um bom dia.
A liberdade abraça-me e o meu dia começa.

Dou de caras comigo próprio, entrelaçado no meu ser de sentido invertido, debruçado em paralelismos oscilantes e controversos, em indecisões que não existem.
Luto por um Amor que não faria o mesmo por mim, que não se atreveria a dedicar tanto tempo na compreensão do mesmo.

No fundo da desordem em que a minha cabeça se encontra, a lógica imaginada pela inteligencia oculta concede-me um novo capitulo.

Nós somos aquilo que queremos ser.
Perfeitamente imperfeitos na perfeição.
Autores do Mal e do Bem.
Sedentos de histórias de final feliz.

Quero ser escritor. Autor de sonhos.
Quero inventar Lola e torná-la real.
Quero pegar na caneta e soltá-la ao sabor do coração que não tenho e que não encontro.
Quero agarrar as palavras soltas na minha cabeça. Juntá-las. E transformá-las naquilo que quero ser.

Entorno a página da desgraça na pressa de ser algo que me dê prazer. E amor.
Moribundo, arrasto-me em mais palavras complicando o acerto que tarda em chegar.
Possuo-a em sobressaltos que encaixam na recordação do desejo virgem. De imaginá-la como se da primeira vez se tratá-se. Primeira vez que senti falta de palavras, que senti que elas preenchiam a falta de quem me falta.
Como se não bastásse, as palavras só por si não chegaram. Era a falta das tuas, não das minhas, era a falta de um pouco de ti.
Se a transparencia da alma rodopiásse, nós passaria-mos a ser piões, presos por uma corda em nosso redor e objecto da brincadeira de crianças.

Lola é uma criança.
Repleta de sonhos e de vontade de os concretizar.

Estará já farta das brincadeiras?
Qurerá tornar-se adulta?

O que é que faltará para o ser?
Não terá a idade suficiente?

Qual é a altura certa para uma criança passar a ser adulta?

Cinco perguntas sem resposta.
Cinco frutos que retiro da minha mochila.
Cinco esfomeados que tento encontrar.
Cinco respostas que espero receber em troca.

À primeira pergunta respondo eu, Eu é que estou farto de estar no quarto, tambem quero brincar ao mesmo tempo e com Lola.

À segunda pergunta suponho que já o seja, caso contrário, claro que sim.

À terceira prgunta a resposta supostamente serei Eu.

À quarta pergunta, como não quero ferir susceptibilidades, apenas declaro que o amor não escolhe idades.

À quinta pergunta respondo que é quando ela quiser.

Lola só quer ser feliz.
Para isso tem de tornar os adultos felizes.
 
Lola Parte III

Agnoticismo

 
Abençoar a aberração dá aberrar.
Aberta e abertivo dão aberto.

Estou no agnoticismo de forma positiva,
ao dormir chamo paralelismo porque não me cativa.
Acho que continuo Futurista,
como todos os Homens que encontro,
o Futuro está sempre em vista,
porque no Presente o assombro.
Mas não o faço por acaso,
coincidências não existem,
faço-o porque caço e sou caçado e
não gosto que me imitem.
Assombro, porque faço sombra, ao Passado, ao Presente e ao Futuro.
 
Agnoticismo

Não sou gago

 
Não sou gago.

Não sou mudo.

Mas às vezes trago o subconsciente surdo.

Invasão da noite fria, da noite morta, da noite que também eu a queria, se ela não estiver na corta.

Racismo, Multi-pluralismo, trazem mesmo algo tipo sismo.

Mulher, sem raça nem crença, queres que faça, queres que vença. Queres que te conte, queres que te diga. Constroi então a ponte para que eu então prossiga.

Mulher, sem amor nem ódio, queres dividir a tua dor, queres subir ao meu pódio. Queres sentir a paz, queres sentir segurança. Transforma o menino em rapaz, não tenhas medo, avança.
 
Não sou gago

Perdido num sonho inacabado

 
As crianças sorriem e riem no seu Mundo de fantasias e descobertas sem sequer imaginar que existe o Mundo dos adultos, um Mundo à parte, em tudo identico ao seu, mas em que a paciencia é a palavra-chave.
 
Perdido num sonho inacabado

Os dias são

 
Os dias são como ruminantes
devoradores de sonhos e afins.
São a certeza da minha passagem
por esta exactidão, simples controversa.
 
Os dias são

Quantas mais melhor

 
Vida mentirosa, venenosa, tirana, má,
a mim ninguém me dá
o que quero receber e
sinto-me já
começar a adormecer.

Queria saber viver,
mas parece que tenho de ter outro comportamento,
meio decente
em que age contente e diferente,
em que seja feliz e
que tenha o que sempre quis.

Quantas mais melhor, sei-o de cór.
Isto não é só amor para uma mulher
que dá tudo o que quer
só para dizer que é limpa do pecado
por muitos endiabrado e
pelos sentimentos inacabado,
de quem não sabe o que quer.

Dá-me Senhor, uma mulher,
pois tambem eu acredito.
Mas que venha depressa,
que seja linda e benéfica,
carinhosa com todos e um bocado louca no fado,
já sabes ao que me refiro e
assim me retiro...
 
Quantas mais melhor

Há sempre algo no além

 
Sinto um vazio que me chama baixinho
sinto-me tão frio e tão sozinho
apetecia-me ir ao rir e deixar-me ir devagarinho
para um sitio quente que não me diz onde está
toda a vida me mente e dá o que não dá.

Sinto fome, o pensamento tambem come e
o interior saboreia o sabor e
o exterior mostra o que tenho de pior.

Que vontade de morrer, mas só por dentro
ando a sofrer o meu próprio sustento
de imaginar ser quem não me contento
as coisas saiem-me de dentro
não consigo evitar, é o que sei
é o que tenho para mostrar.

Parece que vou explodir e deixar de existir
só me sinto bem a pedir o que há-de vir
gostava de me sentir sempre bem
mesmo não tendo ninguém
mas há algo, há sempre algo no Além. Mas Quem?
 
Há sempre algo no além