Poemas, frases e mensagens de yuriemanuel

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de yuriemanuel

Atitude

 
Seus olhares…
Seus olhares são de quem massacra, não de quem vê.
Que, aliás, se vissem algo, veriam a aura frágil detrás de mim
Can’t you see the sky falling apart?
Suas palavras…
Suas palavras são como faca ameaçando sem cortar;
São como um riso estragando a tristeza do velório
Em velório se chora,
E eu não vou pra não chorar.
Eu me perco nessas horas
Sendo blasfêmico contra o conforto que tenho
Contra a corda no pescoço
Contra todo o gosto que acho que tenho
Desgosto.

Amargo gosto do desgosto.
Desgosto porque não gosto mais…
Oposto.
Por conta própria,
Agora oposto.

Sou uma reta nesse imenso vazio.
 
Atitude

Precisão

 
O dia terminou, e as cigarras cantaram alto
Como se fosse a primeira vez.
A derradeira ladeira pra subir,
Parecendo a derradeira vez…
O poente dourou a cena,
E inevitavelmente olhei pra trás.
Estava ali, no mesmo lugar
E eu estava ali, sabendo que não ia voltar.
O dia se recolhe,
E estou em casa,
E eu me sinto vazio.
— Aliás, sendo esvaziado!
Pra novidade, pra nova vida,
Pro Retorno, para a Graça,
Para o caminho que se abriu
Pra mudança que surgiu
E por que tanto pedi.
Minha reza inteira
Agora é um olhar mirado no céu,
Num passar eterno de nuvens.
O final do filme, eu acho que sei
E não interessa, não interessa:
A vida é um rolo de filme
E nesse quadro a quadro,
Perpasso livre e sem pressa:
Precisão.
 
Precisão

Poema Crônico

 
Olha,
Olha lá.
Parece uma donzela de branco
Vestindo aquelas roupas esvoaçantes
Do alto da sacada.
O olhar de varanda,
A ventania de dama de companhia,
A noite por tutora,
Olha.

Ela agora vai fazer um aceno,
Que é aquilo, é um adeus?
Ela vai das baratas às flores,
Perscrutando cenas com um pestanejar,
Olha, ela está no cume do monte,
Beirada pela sacada,
Sua tendência é cair.

Se ao menos estivesse escalando…
Mas ela tem boa parte do que quer;
Se sente no topo.
Sem amor, vá lá,
Mas no cume do vazio.
Será mesmo que o que nos falta é amor?
Foi mesmo Zeus quem nos partiu no meio?
Olha, eu acho que o que partiu
Foi a saudade de não sentir falta.
Agora sentimos
E deixamos…
Enquanto a virgindade parece um sonho distante
Destroçado pelos amores que já não vêm;
E se vêm,
Se vão
Num vão tão infinito…
Uma ranhura, fissura
fixa no firmamento,
No caiar do pleno dia.

Encarar tais olhos
É ter coragem de enfrentar a própria fome;
Que sexo, que aventura…
Que amor o quê?

Ela agora vai voltar pra dentro,
Sentar-se e escrever um poema.
Olha não,
Disfarça que envergonha…
Chega a ser triste contemplar
A alma do poeta
Se fechando pra balanço
Sem amar.
 
Poema Crônico

Hiato Poético

 
Hiato Poético
 
Uma nova etapa começa. Vez ou outra, a caneta descansa sobre o papel rabiscado, rasurado, com manchas da caneca de café. O aspirante a poeta suspira, e encara o silêncio como um axioma por excelência, uma muralha neutra que apenas existe e que é necessária se viver. Após vários dias tragando este mesmo silêncio, a única coisa que resta é secar a caneca enquanto a chuva do verão desaba frases do lado de fora e o peito capta a mensagem de soslaio.

Tenho pensado bastante nos últimos dias. É excelente ter algo pelo que se orgulhar, ter amigos e familiares com quem partilhar, conquistar até a simpatia de desconhecidos. Um bom trabalho é feito com calma e em conjunto, ninguém consegue nada sozinho. É por saber que não estou remando solitário nesse barco que justifico a ausência de novos textos, estes que traduzem sentimentos e que as pessoas respondem elogiosas, lhe impulsionando a continuar, a seguir traduzindo, confiante.

Mas todo poeta é fatídico. O que nos é cena se revela no verso; o que é verso nos é o inverso e por aí vai, a vida flui pra que isso sempre contribua. Dessa maneira, a poesia funciona como uma aura solene perpassando nosso dia; poesia não se trata de arquitetura de versos, rimas fáceis, pobres, ricas, brancas, ABAB: o lado B verdadeiro é que o melhor poeta do mundo morreu no anonimato da sabedoria popular; soube ser eterno, soube só saber tocar.

Eu escrevo poesia porque eu escrevo poesia. Não há por quê. É um fato inconstante que me completa, ou me ajuda na minha pesquisa, que, no mínimo, me alivia. A poesia é a única arte que existe; é a ligação da lente do fotógrafo com a mente do fotografado; nada de gravura, é o contato da tela com o pincel, do escultor com o cinzel, do amor e do homem, a poesia é Deus, que também não tem nome.

“De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo” já dizia a Adélia Prado, tradutora fiel da sutileza. E é nesse hiato poético, como chamo, que me encontro. Talvez seja a hora de me focar na nova etapa, que é me fixar na Literatura; acho mesmo que é a hora de viver a minha própria poesia, aquela que está registrada no meu livro, aquela que me dá conselhos, aquela que não tem volta. E eis a explicação para os sumiços literários: estou vivendo novos dias, respirando os novos ares de velhos lugares, reencontrando a luz do meio dia nas estrelas do poente.

É tempo de renovação. Grato a Deus pela conquista; orgulhoso de mim pela coragem. Assim me cito para melhor dizer: “sendo assim, a vida se resolve sem promessas. São minhas as juras que ainda restam, ao lado da janela, guardadas… na caixinha do sal”. Fui ali temperar minha vida, amigos…

Hemisfério está pronto. Quero me aprontar também.
 
Hiato Poético

Caminhada

 
“Daqui desse momento,
O meu olhar pra fora”
É um reflexo de introspecção.
Eu ouço músicas que me dizem exatamente
O oposto do que queria ser, dizer…
Falo da paz porque gosto de ser breve,
E da guerra porque afinal há paz.
Mas do que não falo
É um vão tão grande quanto aliterado;
Uma repetição que se enrosca numa bola de neve,
Ladeira abaixo,
Core a dentro.
O que eu calo é seguro porque não caleja as pregas vocais;
Mas ainda mais vocálico que o silêncio
É esse ato insatisfeito,
É estar presente quando tudo já foi embora…
É pensar que uma vírgula tem a pausa certa,
Um ponto final, não:
Vira reticência…
É odiar o armário barulhento
Que se assemelha ao som do Juízo na madrugada
Porque a casa anda demasiado silenciosa.
E vez ou outra, eu me recolho os joelhos sobre a cama,
Queimo a língua no café,
Olho o livro inacabado
E escrevo outro.
Outro, outro o quê?
Se o que está escrito de verdade e de maneira perene
Ninguém é sábio o suficiente pra ler?
A palavra do que chamam de deus
É um silêncio farfalhando folhas no verão.
— ou no inferno,
Acaso exista.
Deus é o acaso que se une;
O Ocaso divino e repetitivo,
E eu…
Eu me sinto o pelinho indesejado, extraviado da sobrancelha.
E componho sinfonias milimétricas
Das quais me esqueço de lembrar.
Eu não saberia dizer do que se trata esse poema,
Mas do que se trata tudo o que tem sentido,
Se o que mais marca é, de fato, aquilo que foi sentido?
Eu não sei, Deus talvez dirá…
A poesia me encontra,
Me faz me encontrar,
E a vida segue sem prepotência
Indo a algum lugar.
 
Caminhada

Mudança

 
Andem pernas, coragem!
O passo dado, ainda que em falso
Ainda que resvale o pé,
Ainda é passo.
E agora,
O futuro é um corredor escuro
Pelo qual eu sigo tateando as paredes,
Na base do tato eu sigo
Procurando o interruptor
E ainda é muito cedo para a luz no fim.
Tudo que era
Agora é distante;
Tudo que quisera, agora não quero
E é só seguir adiante,
Talvez aos tropeços,
Aos encontrões;
A vida flui por esse assoalho
E o que está feito, está feito.
O seu sorriso se mistura a outros,
Um anagrama bucal de vários dentes
E tudo agora parece estar distante.
E não há metáfora que embeleze.
Não estou numa viagem,
Não há exatamente uma bagagem de mão.
Me sinto nu,
De cara e de coragem
Altos tão raros,
Baixos tão baixos,
Eu estou num plano.
Sonhos não traduzirão;
O sono será bem vindo,
Mas não à hora de acordar.
Deus me guarde a sorte agora,

Que o que está feito, está feito.
Coragem.
 
Mudança

Promo II

 
Promo II
 
*Trechos extraídos da obra.
*Foto por Humberto Filho (@humbertofilhote).
 
Promo II

Maná

 
Me espreguiço pro dia dizer “acorda”
E meu bem, que demora
Você voltando da venda com o pão
Fica pairando incólume na minha imaginação.
Não, eu não te tenho
E já se foi o tempo de se pedir um postal…
Então vou postar um texto
E um dia, você lerá e me verá
E me virá
E me virá
Ah, e virão
Os poemas e os dias
Enquanto eu decido se gosto
Enquanto eu finjo descobrir teu gosto
Sabendo de cor que já sinto a boca encher d’água
E os meus mares marejarem olhos
Tua mão posta em meu rosto
A universidade se distrai
E nas pedrinhas do caminho
Fundaríamos aquele beijo…
E me virá
E me virá
A certeza do que fui
Pela pura comparação do que tu me tornas.
E por convenção, sou o oposto
Mas por definição, sou não definido
O amor é o bandido
Que rouba as frutas que nem como
Por te esperar trazer o pão,
Caindo do céu feito chuva
Ascendendo-me ao céu da boca tua
E me virá,
Ah se me virá
Ah se me verão
Na primavera e na exatidão
De esperar indeciso
Te ver trazer meu pão
 
Maná

Fênix

 
Haja a luz pra me escrever um novo poema,
Haja força pra destruir desolação.
Que esse caos se transforme em cinza
E que renasça a paz
Em grave harmonia.

Que a parte de mim que morrera
Será ressuscitada;
Que as palavras que soam de minha autoria
Sejam as palavras necessitadas.
Seja Deus um fruto do homem
Ou o inverso oratório,
Confio que há o consolo
Na confiança num Plano Mestre:
Peão, cavalo ou torre,
Vida livre ou tabuleiro,
Pega fogo
Destrói
Renasce.

Hoje o samba não machuca
Sambou inteira a minha dor…
 
Fênix

Como sendo a primeira vez

 
O som dos passos feitos sem pressa
Demarca minha presença se indo pela rua.
Dobro a esquina, faço a compra,
E a volta pra casa se faz por outro caminho.
O Médici, bairro agora tão calado, se espreguiça aos poucos,
Fazendo brilhar os seus canteiros.
As casas se alargam como sorrisos,
Assim como as ruas, donas de seus próprios medos,
E eu me vou.
Imagino que se eu tivesse recém mudado,
Que maravilha seria aquela esquina agora;
Caminhar pouco até a padaria ainda não seria rotina,
Ou seria ainda pouca.
O sol ainda nascendo revelando sombras
Permite ao ar que assuma seu quê frio,
E me transporta àqueles tempos de colégio.
Uma nova escola, uma nova vida…
A preocupação se aquele era mesmo meu mais bonito casaco;
Praticamente o que farei agora…
Só que nesse momento da vida eu noto
Que jamais me dei conta da torrinha da igreja
Que dá pra ser vista lá no fim daquela rua.
Sorrio envergonhado pensando
Que ando pouco pelo meu próprio território…
Como eu o veria se sempre me dispusesse a acordar cedo
Pra me colocar em outro lugar, perpassar pelos muros,
Aproveitando a ausência de movimento
Pra encenar minha vida em um outro teatro.
O bairro em que moro me convida a um passeio,
E de pão comprado logo cedo,
Retorno à minha casa por um caminho pela frente,
De modo que contemple bem a minha janela ainda aberta.
Maravilha Deus, não é nem já ter aquele quarto;
Não é nem desfrutar de uma casa com meus pais.
Maravilha mesmo é acordar no mesmo quarto,
Pequeno, com o verde esperançoso nas paredes ao fundo,
E sem a inevitável mudança, como que num sobressalto,
Achar tudo de novo, tudo bonito,
Resoluto.
 
Como sendo a primeira vez

A canção do cisne

 
Vidas simples, pessoas comuns
Se desdobram na badalada dos ensaios
Que a vida propõe.
Vidas simples, pessoas comuns
Se encontram melhor nos Desencontros
Enquanto as cores se renovam
No solado de tantos sapatos gastos.
As dores, os amores e a correria
Se transformam no ato de descalçar os pés aquecidos
Pela caminhada de volta pra casa.
Vidas simples comumente se chocam
Com o paradigma eterno da condição humana:
Buscar a solenidade da nota triste na hora da morte
Como quem, todo dia,
Agradece o Pão.
O cisne canta antes de morrer.
 
A canção do cisne

Relógio

 
Tanto embalo pra tão pouco samba…
Tantas pessoas, tanta correria,
Tanto a fazer, tanto a aprender…
Eu me sequestro do meio do ônibus
E amordaçado pela distração, me transporto
De volta a mim.
Tantas estações pra tão pouco trem…
Nesses vagões, findam-se vergões fundos
De súbita melancolia.
Mas eu não me importo, se quer saber
Eu me importo
É com o céu, com este planeta,
Com esses meus planos simples
Sem nada de incomum astúcia.
Eu sou um vácuo eterno preenchendo um adeus
Tal como você,
De vida ainda tão desejada em partilha
Com esta entrelinha, com a vida minha
Como essa inversão proposital…
E à propósito,
Tem hora que o tempo se inverte.
Então vem logo, que às vezes o caminho encurta
E o futuro vive uma nostalgia,
Mas tem tanto futuro pra tão pouca vida…
E eu não ligo, eu não ligo se quer saber…
Mas se não quer,
Eu também não ligo.
Há tão pouco tempo pra tanta lida
Que minha fé se abala quando perco o senso de céu
De perfeita impossibilidade…
Que o impossível também acontece,
E acontece que é possível também
Não acontecer.
Há tantas alas pra tão poucas baianas…
Ê samba, ê samba que não é meu
Traduz, põe fim a esse poema
Que há tanto a refletir
E há igual de espelho.
Eu espero.
 
Relógio

Prosa pra falar de mulher

 
Eu sinceramente, não sei bem como começar esse texto. Como de costume, vou apenas “vomitar” o que me vem à cabeça, certo? Certo. Aqui vamos nós…

Ainda há pouco, tava ali sentado no sofá, olhei pra minha mãe e disse: “Vou ali escrever o texto de hoje”. Como sempre faço quando uma ideia me ocorre, comecei a me dirigir pro computador pra “armar a barraca”, ver o que a página ainda em branco do editor de texto me diz. Acontece que no curto caminho do sofá para o quarto, enquanto subia degrau a degrau a escada daqui do primeiro andar, me ocorreu que eu estava indo, de fato, escrever. Eu devo isso a uma mulher.

Minha mãe teve a paciência de professora de me alfabetizar um pouco mais cedo do que é comum para as crianças aprender a ler e a escrever. Literária, me passou por osmose genética o gosto pela leitura, pela literatura, e sem querer querendo, me empurrou clássicos fantásticos sobre os mais variados temas que fizeram minha cabeça pegar num tranco progressivo, imaginativo, funcional. Isso me remete ao fato de que antes de eu nascer, houve um casamento. Antes disso, houve uma paixão, uma vontade, uma adolescência, uma infância, um crescimento e, no final das contas do começo, um orgasmo. Ligando uma ponta à outra, mulher é bicho orgásmico.

Escrever sobre isso é tão delicado quanto qualquer uma dessas pessoas. Você pode escrever, você pode falar… tenha medo se elas não gostarem. Porque mulher que é mulher tem uma alma imponente que lhe faz tremer. Para bem ou para mal. Seja do pavor gerado pelo confronto da ira feminina, ou pela ausência de peso naquela aura esquisita, dominadora, dominante. Em termos genéticos, em termos práticos, todo homem é recessivo perante uma mulher genial. Não importa quem ergueu a casa; o verdadeiro mestre de obra é a mãe de tantos filhos, é a mulher de um homem só, é a “patroa”, a “dona encrenca” que de manhã assa o pão nosso de cada dia, enquanto não raro o conquista na labuta.

Mulher é frágil. E essa expressão requer aspas tão grandes que nem me arrisco a colocar. Embora desprovida de muita dureza, ela tem uma coisa que nós homens, muitas vezes, invejamos: uma tenacidade tenra, madura e persistente. Acho que é isso que nos conquista. Mais que os sutiãs. Se toda mulher se tratasse de lingerie, todo homem era casado com a boneca inflável mais perua. Mulher se trata de afinco, de zelo, primavera, florzinha amarela, tempestade e trovão.

Notem, por favor, que eu falo de mulheres. No sentido literal. Tô falando da mãe que espera o bebê chegar; que passa a vida querendo mantê-lo quentinho. Tô falando daquela que já é mãe, que aceita a vida em sua integridade, no trabalho, na casa, na família que optou ter. Eu falo de mulher de verdade, não dessas de propaganda de sabonete. Mulher que tem a vaidade como um mínimo mimo merecido, mulher que tem aura, mulher que tem asa, quadril e muque. Mulher que o tarado odeia, mulher que todo mundo espera, mulher que é melhor, mulher que é mulher. Mulher, enfim. Mulher.

E hoje é o dia internacional delas. Em todo lugar do planeta, temos exemplares dessa arte (esquisita?) de Deus pensando nas batalhas a serem travadas daqui pra terminar o dia, seja dando conta de uma nação, seja apanhando a roupa da chuva. Essa galera tem uma mistura de lavandeira com presidenta, mocinha de puberdade com velhota enxuta. Toda mulher é mais ou menos uma pororoca de vários termos. É por isso que homem nenhum jamais capturou o peito de uma mulher: se ela ainda está por aí, ela fica porque quer.

Eu vejo violências. Descasos, preconceitos. Coisa de homo sapiens, pra falar a irônica verdade. Eu vejo isso tudo e sinceramente, não sei o que falar a respeito, meninas. E independente do que pensem os machões ou as bichinhas, eu as acho invejáveis… tem uma garra aí em vocês que faz valer a pena qualquer score. E vocês lutaram, um bocado ‘cês conseguiram. Hoje é o dia de vocês se homenagearem. Hoje é dia de chover homenagem…

Essa aqui, espero, tem o intuito de que vocês possam se homenagear sempre...

Porque merecem.
 
Prosa pra falar de mulher

Ócio

 
Há esses papéis amontoados sobre a mesa.
As infinitas manchas redondas de café
Em círculos tão concisos quanto pensamentos
E minha imaginação é um pequeno ciclone.
Sem mais palavras pra encobrir o branco
Sem mais escolhas pra desviar o tédio
Sem mais veredas celestes talhando a varanda e a janela.
E nesse mundo quase fresta,
Tudo que me resta
É esse balançar da copa das árvores,
É esse farfalhar das horas que não passam,
É esse engatinhar
Do futuro que não se apressa.

Confira antologia:

Hemisfério - http://muralyuriemanuel.blogspot.com/search/label/HEMISF%C3%89RIO
 
Ócio

yuri emanuel