Poemas, frases e mensagens de jamaveira

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de jamaveira

BIOGRAFIA

BIOGRAFIA


Jailson Marques de Oliveira (Jamaveira)


Gerente de transporte, natural de João Pessoa onde nasceu em 1954 e reside.
Desde jovem sentiu o prazer pelas letras escrevendo poesias, satisfação que o acompanhou sempre. Mas só

Introspecção

 
Introspecção

Sobrancelhas arreadas torneiam os olhos
Ardentes de choro já sem lagrimas
Pousam a amargura e o desespero
Nos sombrios porões que guardam as lembranças
Figuras embalsamadas desfilam para o fogo
Vão derretendo, seus gritos ecoam em lamentos
No fundo íntimo que governa o instinto
Da boca que saí o grito, dentes espatifam
A pele se estica abre as feridas
No arrepio do tormento monstros assanham os cabelos
Desfigurada figura pena por entre paredes
No espelho gagueja qualquer coisa
Já não tem hora marcada para a beleza
No canto da parede um jarro de flores agoniza
Em pedaços pétalas espalhadas vermelhas iradas
Todas as almas explodem em gargalhadas.

Jamaveira®
 
Introspecção

Todos têm um segredo

 
Todos têm um segredo

Amei como jamais poderia imaginar
Fui ao mais alto patamar da paixão
Simples melodia regia nossas vidas
A letra contou a historia deste amor.

Versos de todos os dias em sintonia
Podia sentir no ar nossa sinfonia
Orquestrada de forma lírica
Fez de uma época canção eterna.

Nas esquinas onde se esconde o passado
Carrego no coração mar de ilusão
Impregnado nos meus sonhos para sempre
A aurora do tempo que me devora.

Noutro plano escrevi nova musica
Uma melodia com a graça do dia a dia
Porém, a letra jamais será escrita
Da forma que marcou a nossa vida.

Jamaveira®
 
Todos têm um segredo

Ilusão dos poetas!...

 
Ilusão dos poetas!...

Fiz dos versos meu deserto
Da poesia meu Oásis
Da felicidade... Miragem!

Jamaveira®
 
Ilusão dos poetas!...

Lamento

 
Lamento

Alvorada desbotada molhada
Vultos pálidos perambulam
Poças d’água refletem imagens
Árvores choram envergadas.

Relógio retarda o tempo
Crianças encolhidas observam a praça
Cantar dos pássaros emudecidos
Solitária andorinha alvoroça

Lá no alto morro acima
Cerração corta a paisagem
Esconde a saudade que lá mora
O amor que foi embora.

Jamaveira
 
Lamento

Separação

 
Embaraço olhos tentando enxergar
O mar adiante se perde de vista
Meu amor navega sem destino
Vai-se embora aos ventos
Nada posso fazer para te conter
Outros mares te conquistaram
Aqui na praia a ver navios
Conto os dias em mariscos
Sabendo nunca mais ter teu sorriso.
Chuva fina bate no rosto
Leva consigo as lágrimas sentidas
No balanço dos coqueiros
Saudade embala minha vida.

Jamaveira
 
Separação

Gravura

 
Existe o momento,
Apenas o momento,
Todo resto sentimentos.
O que está vivenciando
Conosco acontecendo
É real, é a vida
A nossa vida
Tudo o mais fantasia.
Passado recordações
Futuro suposições
Presente linha tênue.
Cada instante o mais importante
Viver como sendo o último
Crer no que ver
Fazer e acontecer
Só assim entender
Nascer e morrer
Lado a lado
O amanhã quadro pintado
Artista desconhecido
Deus nos livre!

Jamaveira®
 
Gravura

Remoinho

 
Remoinho


Apaixonado e solitário

Navego por entre letras

Mar de poesia se agita

Nas velas do destino, sigo...

Portos desconhecidos

Amantes da hora

Paixões vão-se ao ar

Gaivotas a bailar

Ondas de sentimentos

Tempestades, tornados

Chuva de rimas

Vou à busca, minha sina...

Todo passado naquela esquina

Que se danem os gêneros

Poemas efêmeros

Duradouro apenas o tema

Já sem hora o dilema

Entrevecer o amanhecer

Timão quebrado

Mar adentra sem leme

Engolido pelos versos

Naufrágio eminente

Lá se fora o universo

Recanto de tantos poetas

O sol se cobre de poente.



Jamaveira®
 
Remoinho

Sem teu amor não sou nada

 
Sem teu amor não sou nada.

Ir pra onde se todos os lugares já foram explorados?
Agora que o desejo finca o pé neste lugar
O mais antigo que foi descoberto
Já existem muralhas para defender.

Se tivesse ao menos plantado e cuidado
Não! O jardim foi abandonado ao deus dará
A rosa mãe, rainha de todas cuidou e protegeu.
O cravo se perdeu...


Jamaveira®
 
Sem teu amor não sou nada

Ta no ar

 
Ta no ar

Janelas escancaradas batem ao deus-dará
O amor em festa passeia bobo por todo lugar
Fileiras de casas coloridas saldam o mar
À noite dorme na paz do luar.

Aurora desponta rosando as águas
Sombreado momento de magia
Despertar da infância da vida
Pescadores aportam cheiro de maresia.

Amanhece o dia, coqueiros em alegria
Marolas abortam na praia mariscada
O frescor da natureza enche o peito
Vila nos confins, gente feliz.

Jamaveira
 
Ta no ar

Feridas

 
Feridas

Se todas doessem ao mesmo tempo
Viveria a dor maior do desespero
Foram tantas sem cura
Outras ainda em tratamento
Único remédio o esquecimento,
Porém, doe tanto as lembranças...

Jamaveira®
 
Feridas

Á tona

 
À tona



Aflora aurora perdida

Vem transformar dias novos

Trazer de volta aquela praça

Teu sorriso sem graça

Revoar dos pássaros ao entardecer

O beijo inocente que enlaça.



Tão distante parecem os anos

Tão perto as emoções do coração

Diante do espelho semblante sorri faceiro

O pente desliza nos cabelos brancos

Nos lábios o queimou da saudade

No peito ofegante desejo...



Jamaveira
 
Á tona

Fístula

 
Fístula

Lamento a aurora perdida
Soubesse eu curar tantas feridas
Saberia perdoar a mim mesmo.

Jamaveira®
 
Fístula

Passagem secreta

 
Passagem secreta

Tarde nevoenta sem vento...
Meu pensamento estagnado
Não sai daquele tempo
Insiste na felicidade de uma época
Onde o sorriso que se estampa
Não passa de arco-íris distante...
Os anos já se perderam na poeira
Foram embora com a aurora colorida
O bem-querer partiu
Decidiu sua vida por outro caminho
Eu fiquei exatamente aqui
Aqui onde tudo aconteceu
Jamais a vida me convenceu que existe
Que existe outro lugar para se ir
Não parti, continuei em teu coração
Mesmo sabendo dele não fazer parte
Não me importa, és o túnel do tempo
Vou e volto pela porta dos meus sonhos
Porta que jamais será fechada
Segredo de um amor que nunca se foi.

Jamaveira®
 
Passagem secreta

Frio na Alma

 
Frio na Alma

Prestei atenção no vazio do infinito
Lá estavam aqueles pássaros voando
Gritavam à proximidade da chuva
Fiquei ali de olhos grudados no além...
Longe, muito longe, árvores envergavam.
Tudo escureceu, assim como meu coração.

A chuva no telhado chorava nas biqueiras
Alagando o chão fazendo redemoinhos
Meus pensamentos iam-se no aguaceiro
Desaguando nos bueiros em desesperos.
A paisagem acinzentada invernava
Acobertava a saudade hibernada.

Jamaveira
 
Frio na Alma

Bigodeadas

 
Nos versos que ora improviso
Dou de cara com grande risco
Mas, não importa me arrisco.
Na casa do congresso olho vivo
Por todo lado há perigo
Palavras ferem tal qual navalha
Canetada muda destinos
Em surdina elegem apadrinhados
Atos ferem, democracia sem cura.
Na contramão da razão palavrões
Todos na mesma panela
Enganam a nação.
A quem diga isso vai mudar
Outros cospem de indignação
A maioria de mãos atadas resguarda
Sabem serem enganados.
O sorriso cínico nos bigodes engravatados
Faz o humorismo deleitar-se
Tirar de foco tal gravidade.
Por traz de tanto desvarios
O poder sem passaporte
Estalam-se do sul ao norte.
Os barões bradam em bom som
Que se dane o povo
Mente curta logo esquecem
Uma casinha ali, uma feirinha aqui...
Pacote social eis à salvação.
Próximas eleições
Nas urnas devoção, tantas emoções.
Nesta terra de escravidão
Nunca foi diferente
Burguesia escarra hegemonia
A plebe em massa aplaude desgovernada.

Jamaveira
 
Bigodeadas

Sentado na Varanda

 
Sentado na Varanda

Já não enxergo o balançar das arvores da minha rua como outrora
Havia algo de mágico em seus alvoroços
Pareciam festejar o meu passar
Acenavam de alegria quando me viam...
Aqui na varanda sentado nas sombras da noite
Vejo-as balançando aos ventos
Não são mesmos sentimentos que exalam
Parece agora acenar em adeus
Pressagiando a era que enegreceu
Anunciando o fim que se aproxima.
É triste sentir a tristeza da sua rua
A expressão nas linhas dos casarões
A distância que de repente encompridou as calçadas
Nos passos miúdos que o tempo freou
Todo um cenário em forma de nostalgia
Abraçam os pensamentos em devaneios desatinados
O ontem e o agora choram
E o balanço das arvores continuam...
Entre seus galhos sinfonia de despedida.

Jamaveira®
 
Sentado na Varanda

A roupa e o couro

 
A roupa e o couro

Carcaças penduradas lá no terreiro
Balançam ao sabor dos ventos passageiros
Formas distorcidas assombram o chão em pingos
Trapos que já tão frágeis perderam as cores
Desgastados pelo tempo parece minha pele
Foram ela que amassadas com teus carinhos
Sujeitaram-se ao abandono no espelho do ninho
Foram elas que vestiram todos os dias
Suadas, congeladas, sujas e lavadas
Sempre as mesmas sugando o suor dos sentimentos
Do canto da janela espero o entardecer
O vento agora impaciente arremessa aos ares
Faz dos trapos bandeiras cheias de ar
Como sendo eu que vôo em liberdade
Espalhando o cheiro surrado do passado
Quem tem nas vestimentas sua identidade
Veste-as como sendo sua própria homenagem
Todos dizem: “Lá vem ele, eu conheço de longe!”

Jamaveira®
 
A roupa e o couro

Feiticeira

 
Muralhas são teus olhos
Espelhos cobertos de negro
Embrutecidos pelo tempo
Frio lago no inverno
Breu na noite sem lua...

Fico a pensar a desejar
Mergulhar nas tuas trevas
Desvendar teus segredos
Acalmar os tormentos
Ser tua menina dos olhos...

Face esculpida em pedra
Traços marcantes
A ponta do cinzel talhou
Pudera enfeitiçá-lo com amor
Quebrar o feitiço do desamor.

Jamaveira
 
Feiticeira

Fuga

 
Disfarça tua ira
Os olhos denunciam
Vai chegar teu dia.

Paixão virou poeira
Carinhos uma porqueira
Vida sem eira nem beira.

Junto os cacos e parto
O sapato perdeu o salto
Descalço pego o asfalto.

Lá onde o corpo descansa
O credo pra todos os santos
O destino se lança.

Jamaveira®
 
Fuga

Aquela maravilhosa tristeza...

 
Aquela maravilhosa tristeza...

Nas sombras dos arvoredos espalhados no cemitério
Mausoléus sombrios desenham cenário introspectivo
Caminhando por entre jazigos frios emudecidos
Viajo nas definições do tempo perdido...
Atmosfera misteriosa abraça os pensamentos sem sentimentos
Nesta utopia de fazer a respiração parar
O sangue gela nas veias.
A atração pela tristeza reina rara beleza
Eleva o espírito para depreendê-lo das futilidades do mundo
Colocando o ser em contato com a própria morte.cccc
A sociedade marca-nos como depressivos
Não entendem a atmosfera do pensamento em elevação
A introspecção com todos os seus encantos
O desejo de poder ser triste.
Coisas que parecem horríveis aos olhos que reprovam
Enxergamos como maravilhosas belezas artísticas.


Jamaveira
Poesia que me deu o 3° lugar no 4° concurso Gótico “Vale das Sombras”
 
Aquela maravilhosa tristeza...

Jamaveira - O medo escraviza a Alma