o pretérito é um gigantesco oco
o pretérito é um gigantesco oco,
a vida é um sumidouro
onde o destino não mede
a insolvência do tempo.
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foram tantos
foram tantos os que te comeram, a tantos juraste eterno amor. com todos tiveste a certeza de ter encontrado o teu par. como acreditar no que me dizes, mais uma vez, com a tua mesma antiga convicção? sou apenas mais um entre os tantos que te comeram. se apenas tarde te encontrei e não pude ser o primeiro, não posso cobrar do teu tardio amor ser o último.
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o quanto vagueei
o quanto vagueei à tua procura, a levar comigo as tuas palavras, a fazer delas um mantra, uma prece, ao ouvi-las, a cultivar a ilusão de que não tinhas partido? quantos amanheceres permaneci a revolver as lembranças que não se desfaziam, a maneira como gesticulavas, os teus lábios quando encontravam os meus, como me recebias entre as tuas pernas, o branco dos teus dentes. o quanto vagueei a prometer-me que te encontraria a qualquer momento, a qualquer custo? essa promessa a resguardar-me da aniquilação, a sentir o teu cheiro em cada uma que despia, a chamá-las também pelo teu nome.
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Poemoa do livro Crónicas do Amor Impossível
ando pelas ruas molhadas
ando pelas ruas molhadas
sob a noite fria.
a cada passo o peso
das histórias mal resolvidas
e dos sonhos deixados para trás.
o toque da noite é frio,
futuro mutilado, metades perdidas
que eu arrasto pelas ruas.
ausência de cores, sonhos impossíveis,
um sorriso forjado no rosto.
contagem lenta e regressiva
dos dias, fome infinita do destino.
no túnel escuro das madrugadas
as mãos geladas nos bolsos furados,
contemplo sombras que gemem,
ouço os lamentos do vazio,
o amor em lençois encardidos.
os loucos não mentem.
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antes que eu pudesse dar-me conta
antes que eu pudesse dar-me conta, desde o princípio, antes mesmo de te conhecer, já te amava. cultivava este amor repleto de promessas imprevistas, noutro hemisfério, em terras distantes, noutro continente, por cruzar mares e oceanos até me encontrar. já amava a tua cor e o teu toque, as tuas palavras antes que as ouvisse, já previa o emaranhar de nós e o nosso abraço, minha ânsia em percorrer os teus relevos e os teus segredos, os teus pelos na minha boca, a humidade entre as tuas pernas. já tinha as minhas mãos à espera das tuas, sempre a guardar a tua chegada, o momento delas envolverem os teus peitos. esperei por ti, repleto de histórias de outras tantas que se desvaneceram no momento em que os teus lábios se encontraram com os meus.
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guardei para ti
guardei para ti rosas e versos, construí cada palavra, pus em cada uma um gosto de sol e mel, procurei matizes e luzes. aguardei que sobre elas derramasses o teu sorriso ao encontrares ali o teu nome. a minha satisfação brotou entre as pétalas do jardim. o que fiz foi para esquecer as lágrimas já que agora somente os teus dedos correm pelo meu rosto.
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ando só pelas ruas desta cidade fria e vazia
ando só pelas ruas desta cidade fria e vazia.
carrego comigo o hiato das impossibilidades
e a carga dos desenganos que fazem
da noite de sábado um proscênio solitário.
encarnação de vazios, deixo para trás
pontos de interrogação e concluo
que há muita incerteza nos caminhos
que se abrem à minha frente.
dialogo comigo mesmo, danço a coreografia
dos absurdos, réquiem inevitável
de um futuro que nunca existirá,
passos em terra de ninguém.
na praça dos consolos inúteis
distribuo a piedade que só os miseráveis
são merecedores, na minha andança
sem fim recebo do passado arrepios,
os sorrisos compartilhados são a véspera
dos desassossegos futuros.
ando sem rumo por ruas movimentadas
tentando olhar dentro dos olhos
das minhas verdades e sentindo
a batida do martelo dos remorsos
que só as escolhas erradas trazem.
fragmentos de promessas espalhadas
pelo chão, vestígios pelos muros
de possibilidades impossíveis
originadas no âmago das minhas covardias.
ando só e por aí me perco, uso a bússola
da minha inquietude, sigo as placas
dos meus medos, arranco da memória
uma fatia de sonhos que está guardada
em um frigorífico abandonado
e que quebra quando a toco, algumas coisas
são tão sagradas que não podem ser tocadas.
ando sem rumo, rumo ao improvável,
por alamedas, atalhos, pontes
e abismos que me conduzem.
andanças intermináveis, pelo caminho
questões sem respostas,
respostas sem perguntas,
coisas que não são nada,
nadas que me deixam mudo,
promessas que ouço do luar,
das gotas da chuva que nunca choveu.
estrada feita de horas e horas, o vento
e suas navalhas cortam constelações ilegíveis,
o espelho da finitude desfilando
vácuos inefáveis como se o passado
e o presente andassem de mãos dadas
sorrindo e falando alto nos corredores
desertos da minha intranquilidade:
a sagração de um vazio
que nega a si mesmo.
ando só e sem destino
sob a passarela fúnebre
deste céu de possibilidades mortas
e paixões cegas, enxergo a dureza
dos muros, os papéis levados
pelo vento e os automóveis, converso
comigo mesmo em profundo silêncio,
respiro a textura de um adeus
que faz a alma se encolher
até um canto qualquer
como um detento sem ambição
e sem propósitos, como quem
espera por alguém que não existe.
me prendo a ilusões que escapuliram
de minhas mãos como se nada mais
fosse possível, uma nuvem de poeira
formada por escombros de promessas
não cumpridas sufoca
as minhas esperanças e asfixia
o meu futuro e minhas escolhas absurdas.
tenho uma fascinação pelas coisas
que não existem mais, pegadas invisíveis
pelo chão despedaçado
de um caminho confuso, sonhos fatiados
pela lâmina inexorável dos impossíveis,
minutos perdidos e areias antigas
de ampulhetas emperradas pela desatenção.
encho a taça trincada
pelo grito dos desesperados
e brindo a chegada
da minha própria demolição.
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dentro daquele beijo
dentro daquele beijo
teu sabor de peçonha.
dentro daquela saia
meu desejo, tua vergonha.
dentro daquele decote
o cheiro da minha colônia.
dentro daquele quarto
noites e noites de insônia.
dentro daquele sonho
um tempo de urgências e cio.
dentro daquele aconchego
toda uma vida de estio.
Poema do livro Dois
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prometi amar-te
prometi amar-te, assim por inteiro, cada centímetro teu que trazes debaixo da roupa, sem me importar se já foste santa ou puta, comprometendo-me a escutar o que dizias, real ou imaginário. prometi amar-te, lúcido ou demente, apesar das coisas pequenas e insanas, grandiosas ou medíocres, ordinárias, desprezíveis, desnecessárias ou imprescindíveis que preenchem os teus calendários, ocupam a tua agenda e que me roubam o sono. prometi amar-te, nas tuas insignificâncias e coisas tolas que transformas em holocaustos, vendo a forma como te movimentas, o teu piscar de olhos quando mentes, de acordo com os teus ardis, os teus artifícios. prometi amar-te em cada segundo que nos é subtraído e apesar da constatação de tuas trapaças, apesar dos nossos fracassos. foi só quando desisti de ti que pude cumprir a minha promessa.
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os ecos da casa ressoam em púrpuras horas
os ecos da casa ressoam em púrpuras horas
todas as minhas ausências estão presentes,
desvelo o último fôlego das memórias.
as tuas tímidas palavras recuam, retornam,
penetram sutilmente entre os vãos das portas.
os teus passos atravessando o território do sonho
deixam rastros de tristes e breves noturnos.
as tuas mãos ainda perpetuando lutos recolhem
pó e a ferrugem do tempo que me devora.
Poema do livro Dois
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