O amor que te juro
As memórias com que me conjuro,
Percorrem os cantos de tua natureza,
Me atiram os sentidos para tal torpeza,
Onde o sentido desejo é algo impuro.
Em toda a insegurança me seguro,
É violento o ensejo em sua gentileza!
Ousasse ser mais suave para que ilesa
Sentisses todo o amor que te juro...
Ainda achas tu que tudo é fingimento!
Enquanto a tua duvida me desampara,
A ti se mantém fiel meu pensamento.
Quase o coração no peito sem ti pára!
Não duvides nunca de meu sentimento,
Tua ausência é ferida que nunca sara .
Saudade
A saudade fez-me acordar sem alento,
Percorro memórias distantes no entanto
Parecem que foi ontem todo o encanto
Com que revesti de alegrias o pensamento.
A saudade me castiga a cada momento
Me sento em lembranças que pesam tanto
Derramam em mim o consentido pranto
De todo o desconsentido descontentamento.
Ainda espero que o tempo cure
A doença de um amor que em mim vive
Aprisonada num coração que à distância ama!
Ainda espero o amor que de ti um dia tive,
Que ardeu na alma com tamanha chama!
Ainda sonho que num qualquer infinito perdure.
Anos Depois
Anos depois teu beijo continua gravado na mente,
Como eterna tatuagem a me lembrar do que perdi.
Teu toque ainda sinto como ânsia sempre presente,
Em cada sonho que longe de ti agarrei e consumi.
Anos depois a saudade gerada é mais que recorrente,
É presença na Alma desalmada por me ver longe de ti,
É maldição, calabouço de sentidos presos em nó ardente
Pelo fogo de um amor que sempre senti e nunca vivi.
Anos depois, sou só eu e apenas eu,
A me lembrar de ti, de nós,
De um amor nosso que se perdeu.
Anos depois, sou só eu Ainda a sós
Esquecido em mim, a escrever sobre quem me esqueceu
Nas linhas de um poema sem razão força ou voz.
Longe de ti
Procuro à distância os teus carinhos!
Longe de ti tristes são minhas prosas
Escritas sobre dores que silenciosas
Chegam em ideais mas nunca sozinhos.
Longe di ti nao têm luz meus caminhos
Noites escuras por entre ideias temerosas!
Vielas de dúvidas chegam aventurosas
Enquanto meus dias sem ti são pobrezinhos!
Em momentos ténues presinto chegar
A brisa do alento que me faz sonhar
E esquecer da loucura dos medos.
Sonho em te ter nos meus braços
De preencher todos os teus espaços
Enquanto sinto teus cabelos em meus dedos.
A tua ausência
Com memórias tuas sorrio!
Em sonhos teus quedo parado!
Longe de ti lágrimas descem como rio
E escoam na Alma um triste Fado.
Desta solitária dor não existe desvio,
A ausência deixa o peito sufocado,
Andar em contra-mão é um desafio,
Na essência do silêncio meus ais brado.
E sigo assim tão só e perdido,
Minha Alma sobre mim suspira,
Enquanto canto o fado sentido.
A tua ausência em mim cresce e respira,
Por entre memórias e sonhos tenho vivido,
Acordado poemas escrevo ao som da tua lira.
Partiste
Deitado ao abandono me deixaste
Coberto com solidão no meu peito!
Um dia pensei ser o único o eleito
Para completar cada teu contraste.
Saudades permaneceram por defeito,
Criaram na Alma tamanho desgaste!
Espero o iludido sonho que me arraste
De novo para os lençóis de teu leito...
Em vão! Tanta dor em mim criaste,
Partiste e dentro de mim tudo desfeito
Partiste e até a poesia de mim apagaste...
Escrevo tudo e nada sem conceito,
Versos sobre a tristeza a quem fadaste
Uma escrita sem inspiração ou jeito...
Serei o que quiseres
Sem ti é dificil achar algo que me encante,
Sabes que é a mais pura verdade...
Serei teu como amor ou como amante,
Como fantasia de sonhos ou realidade.
Serei o amor por entre o ódio constante
Que se sente na presente crivada saudade.
Serei a prisão que coloca em liberdade
Os sentimentos eternos de cada instante.
Serei o amor pensado na tua mente,
Fonte de maciça e consentida virtude
Por entre cada desejo impuro e permanente.
Serei lembrança tatuada que consente
Que ames mais do que de repente
Por entre o amor que te dar não pude.