Poemas, frases e mensagens de Iane Mello

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Iane Mello

Catarse Poética

 
Catarse Poética
 
A alma do poeta expressa

uma forma diferente de sentir

Longe do mundo e da pressa

Revelando algo que está por vir

Enternece tão somente

àqueles que por ela são tocados

Uma alegria para quem sente

os seus sentimentos revelados

Pois com sua palavra e voz

ele pode transpor muros

e ajuda a desatar os nós

aliviando os corações mais puros

Com sua alma exposta

e seu coração na mão

se entrega com paixão ao que gosta

e compõe notas da mais pura emoção

Com palavras ele desenha

como o pintor com seu pincel

Pois do cofre ele tem a senha

Colorindo o branco do papel

Revela sem medo suas dores

e expõe desejos contidos

Fala até mesmo de seus amores

e pensamentos proibidos

Numa catarse de emoções

sua alma aflora e se liberta

Florindo nas mais belas estações

lapidando sua dor mais secreta

Com a alma purificada

e o coração atento

Não busca da vida mais nada

do que a leveza do momento

Ianê Mello
 
Catarse Poética

A Vida em Atos

 
A Vida em Atos
 
Máscaras a encobrir nossa face
Criadas pelo medo
que se instala no ser
obscurecido pela ausência
do verdadeiro eu

Emolduram o rosto
e em seu contínuo uso
nele tomam forma
De tal maneira
se incorporam e se amoldam
que torna-se difícil
vislumbrar a face original

No exercício constante do disfarce
a consciência de si mesmo
se perde pouco a pouco

No palco da vida
Personagens assumem seu papel
No diário teatro de máscaras

Labirintos da Alma
 
A Vida em Atos

Plenitude do Ser

 
Plenitude do Ser
 
Entre o céu e o mar
habita em mim o desejo
de meu corpo libertar
das amarras que o prendem
fincando seus pés na terra
impedindo-o de voar

Minha alma libertar...
Como Ícaro, criar asas
para com sabedoria planar
Nem muito perto do sol
para minhas asas não derreter
Nem tão próximo ao mar
pois em suas densas águas
poderia naufragar

A busca do perfeito equilíbrio
entre espírito e matéria
que move a humanidade
desde a sua criação
nos faz crer na possibilidade
de na alma encontrar
a verdadeira libertação

Mas o corpo que habitamos
em vida, nossa prisão
pelos sentidos mantida,
é também nossa morada,
nosso abrigo nesta vida
para uma alma elevada

Há que se ter discernimento
para a harmonia encontrar
entre os desejos do corpo,
vontades de navegar
e os proclames da alma
querendo se libertar

Na vida haverá o momento
de viver em plenitude
Corpo e alma irmanados
Fraternalmente ligados
em perfeita completude

Ianê Mello


Labirintos da Alma
 
Plenitude do Ser

Lutemos pela Paz!

 
Lutemos pela Paz!
 
Vinheta de Adofo Payés

Nesse mundo de guerras, injustiças e preconceitos
perdidos estamos nos descaminhos do amor
A cada mão levantada, a cada arma empunhada, a cada agressão
mais nos afastamos de nossa verdadeira essência,
de nossa humanidade, decência e sentimento de compaixão
Quanto tempo perdido com tamanha destruição!
Nos tornamos autômatos, inertes e sem coração
Robotizados estamos, prisioneiros do tempo
Vivemos nossa vida a esmo
Vivemos apenas para nós mesmos
e esquecemos o nosso irmão
Construímos nossa própria prisão
num castelo de ruínas
onde nos escondemos do mundo,
onde nos perdemos cada vez mais
num caminho sem volta
Nos protegemos uns dos outros
por medo da entrega
por medo da decepção
e cada vez mais nos fechamos
dentro de nós, em nosso esconderijo próprio,
onde nos sentimos protegidos
e livres de ameaças externas
E para onde vamos nós
Encarcerados em nosso próprio medo?
Quanto tempo mais aguentaremos esse isolamento?
Já paramos para pensar que o ser ao nosso lado
também sente o mesmo que nós?
Já ouvimos no outro a nossa própria voz?
No olhar desesperançado,
no semblante contraído,
na boca emudecida pelo silêncio,
ouvimos nosso próprio gemido?
Somos iguais, sentimentos e emoções
Então, porque não unirmos nossas vozes,
nos olharmos nos olhos,
compartilharmos nossas dores?
Ainda há tempo, quero acreditar
Se você também crê, vem...
me dê sua mão e vamos caminhar
Vamos nos unir e construir um mundo
onde seja permitido ao menos sonhar.

Ianê Mello

Labirintos da Alma
 
Lutemos pela Paz!

Cantares da Alma

 
Cantares da Alma
 
Foto da cantora Tori Amos (retirada do Google)

Quando canto
minha voz
num canto lírico
apaixonado
viaja em agudos acordes
semitonados tons
Na dissonância
das notas
Em claves de sol
e sustenidos
em si bemol
gemidos
em sussuros
inquietantes
Solto a voz
na garganta presa
sons guturais
errantes
dissonâncias
da alma
que se revela
ao som
de uma ópera
inacabada.
 
Cantares da Alma

Poesia - Loucura Lúcida

 
Poesia - Loucura Lúcida
 
Quintana em seu quarto no Hotel Majestik(hoje Casa de Cultura Mario Quintana-PA)

A diferença entre um poeta e um louco é que o
poeta sabe que é louco...
Porque a poesia é uma loucura lúcida.

Mario Quintana

Profundas nossas palavras
que gotejam emoção
como se fossem lavas
de um vulcão em erupção

Viscerais e pungentes
arrancadas de nossa alma
Sentimentos tão urgentes
que necessitam de expressão
e não ponderam a calma

O papel é o veículo
para nossa exortação
O instrumento precípuo
à nossa liberação

Súplicas podem ser
e urgem serem ouvidas
a quem as quiser ler
para que sejam sentidas

Gritam eloquentemente
saltando aos olhos de quem lê
Não há de ser mansamente
que expressaremos o sofrer

Seremos por isso dementes
estando sempre a mercê
de críticas incoerentes?

Nos sabemos loucos
como bem disse Quintana
Nos importarmos pra quê?
Se nossa mente é insana,
a lucidez ... é pra poucos

Labirintos da Alma
 
Poesia - Loucura Lúcida

No Vazio da Noite

 
No Vazio da Noite
 
Si cada día cae
dentro de cada noche,
hay un pozo
donde la claridad está encerrada.
Hay que sentarse a la orilla
del pozo de la sombra
y pescar luz caída
con paciencia.

Pablo Neruda, El mar y las campanas
(Obras completas, III, p. 931)

O dia cai sem espera e triste
como uma despedida sem adeus
A luminosidade se encerra tímida
escondendo-se atrás do anoitecer
que se anuncia num prenúncio de solidão

A noite chega e o dia cobre
com seu manto de névoa
Breu e silêncio se instalam
Na casa vazia e sem rostos

O corpo inerte queda só
abraçado pela escuridão sombria
Olhos obscurecidos pelo medo
na ausência que devora e corrói

Espectro humano que assombra
na pungência de sua dor
Em sua aparência esquálida
onde o amor um dia habitou

A dor da perda se funde
no escuro do ambiente
Nesse ser quase humano
que da vida se apartou

Labirintos da Alma
 
No Vazio da Noite

Iane Mello