Prisioneiro de mim
O elo... permitirei sua fuga sem recrutar as frases que me induzem ao erro. Sedarei as palavras que quero, para que aos seus ouvidos possam chegar doces e sinceras. Subjetiva encerrarei os enigmas que no meu vício... carrego e espero.
Sem lei decifrarei as cores que inventadas pelo amor fizeram descerrar as máscaras multifacetadas que criei em mim, por ti, pela desonra e pela dor. Contagiada, intimarei tua audição ao meu intento sem a intercepção de seu lamento.
Quanto à razão; será abatida pelo interlocutor dos meus versos incertos, despertos, diversos... será devorada pelo meu ... coração. Fadada ao desatino pela presença da essência, subornarei teus lábios na angústia da réplica... por precaução.
Lapidada pelo desejo... cerrarei teus olhos e serei tua luz; divina...desprovida da segunda pele serei tua. Déspota que sou... te prenderei nos braços, farei dele o meu laço e serás para sempre cativo do legado que em mim cravou.
Meus versos
Palavras de um dicionário perfeito fizeram sangrar meu coração em segredo.
Partiram-me ao meu meio... transbordei por inteiro.
Senti intensamente que elas estavam ali à espera de uma chave; a espera de um milagre que em fim pudesse ser revelado.
Suprimi velhas frases imperfeitas para deleitar-me da perfeição e da sutileza; na explosão da eclosão de uma represa.
Passei pela vida despercebida, e invadida pela beleza do ser fui completamente enriquecida.
Embriaguei-me de você até que não pudesse mais me conter. Do avesso; cantei teus versos, declamei teu eco e respirei teus verbos.
Aliviada pela doçura de palavras inquietantes fui lançada ao palco; aliás, ao alvo. Despejei lágrimas numa presença quase humana, solucei as frases, respirei o oásis de uma paixão vibrante, de um amor puro e completamente insinuante.
Se eu morrer amanhã
Se eu morrer amanhã... Cante ao vento as promessas que fiz em lamento ao meu eterno sofrimento.
Se eu morrer amanhã... Pulsem as almas na liderança do hoje e na resposta do ontem que foi dilacerante.
Se eu morrer amanhã... Diga à poesia que não a deixei que revolverei as palavras não ditas pelas frases que serão escritas.
Se eu morrer amanhã... Que o néctar compreenda a essência e transforme a vida em completa coerência.
Se eu morrer amanhã... Digam aos filhos; aos nossos filhos que amor não acabou; que meu amigo o vento, ainda não me deixou.
Se eu morrer amanhã... O pacto não será desfeito, as cores ainda terão seu efeito e os amores serão todos perfeitos.
Se eu morrer amanhã... Sangrem todas as palavras perfeitas, calcifiquem os desfechos não mais em segredo e transmitam a dor desse quadro em defeito.
Se eu morrer amanhã... Busquem a sua própria constância, elevem o amor em abundância e faça dele a mais nova esperança.
Se eu morre amanhã... Presenciarei meu engano, fincarei meus pés em outro plano e farei uma amizade em pleno oceano. Convidarei a vida a assistir de pé a minha despedida, mas ficarei sentida por ter me engodado em uma mentira.
Amanhã... Amanhã... Anunciem aos meus que não menti apenas achei que a vida não quisesse me ver partir.
Amor incondicional
O que somos nós senão poetas da nossa própria história, das nossas próprias vidas. Que me aguarde a posteridade, dela não fujo, com ela me comprometo a deixar um legado exato das minhas ações que não serão em vão, do meu amor, que foi o maior que pude.
Não permito- me vivê-lo tão intensamente se não puder algum dia que seja despejá-lo em corações camaradas. É preciso que em algum tempo que não este pelas consequências advindas, ele possa ser vivido como nunca antes, ele possa na realidade materializar-se no tão sonhado desejo de agora.
Não se pode desperdiçar um sentimento tão puro, um pouco torto talvez, mais grandioso. O amor nos ensina a dividir e a personificá-lo mais e mais e sempre mais.
Que se passem tempos e tempos e o meu amor perdure pela eternidade numa trajetória constante, alinhada ao querer e a obrigação de transpor a uma sociedade cheia de luxos e mentes incapazes de reconhecer a necessidade de palavras tão simples mais tão reluzentes.
Que esta atitude contagie a essência em cadeia, que seja pelo meu amor tão inconseqüente e que a distância não conseguiu destruir, ou pelo seu que fará surgir. Não aprisionem os meus instintos que são muitos, me deixo ser lida para que quando livre possa ser vivido.
Imploro a ética o perdão, afinal não escolhi amar assim, e a humanidade a expansão de um amor unilateral; talvez, que de tão imenso é que capaz de apossar-se de dois corpos sem impedir que se renove outra vez. ]
Silêncio ativo
Quebro o silêncio em cada instante que retomo a sanidade, pela atitude pensada e falada.
Inspiro-me em cada letra digitada e reflito e sobrevivo a mais uma tempestade de ilusões e desejos contidos que fariam o retorno da vida no momento realizado.
Sofro sentindo o suporte da vida se esvair como água de mãos suaves e tão fortes, mas incapazes quando se referem a essência.
Admito não ter vivido mais pela força da razão que tantas vezes se deparava com uma solidão constante e que enchia a alma de prazer. Um prazer alheio, subversivo e tão intenso como as palavras deletadas na imensidão desse sofrimento.
Resguardo-me pela vida inteira, pelo amor que não pude conter e que jamais saberei esquecer. Calada te espero pela eternidade, na busca incessante de um amor vibrante e sem fundamento.
Sugo a vida em sintonia com a realidade e me expresso e me entrego e me liberto num querer doce e sincero, lutando e revivendo a presença que me dói na lembrança.
Coleciono palavras em meus pensamentos para que me sirvam de consolo na sua ausência e me lavo sempre em desespero pela consequência.
Sonho acordada em segundos na sensação de estar ao seu lado pronta pra recomeçar , ou quem sabe louca; apenas pra te amar.