Crónicas : 

A primeira foto do elefante

 
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Embora possa ser muito comum, bem que em outras ruas da cidade, é também grande o número das verdadeiras crateras lunares. Obrigam os transeuntes e veículos a se arrastarem ao revés de engrenarem uma marcha mais reduzida. Apenas a coroa e o pinhão podem ter encaixe cônico, multifacetado como olho de mosca.

Reconheço que há excessos em todos os campos da moderna matemática. Apenas no 2º teorema de Pitágoras estão encerradas tanto a megalomania quanto a solidão. Num porto qualquer, balançando a cabeça lentamente e observando o movimento de velas no cais. Depois, esconder por completo o caminho que de algum modo possa revelar as origens, desprezando sistematicamente qualquer alusão ao Big Bem. Ou ao Big Bang, se assim preferirem. Não discuto esses aspectos de forma alguma.
Enquanto o poderoso chefão palitava os dentes com o dedo indicador escondia por completo a aparência de sikh embalado à vácuo num turbante tão branco quanto as estrelas da madrugada. Na verdade, aquele lugar sempre fora dele. De modo que nem o Mezzenga ou outra “famiglia” poderia questionar. De fato, havia muitos hot dogs na carrocinha, alguns com duas salsichas, outros apenas com metade dos palitos usados pela dama gorda em seu treinamento de para quedista militar.

Considero agora que não pode haver imagem mais elegante que essa do elefante pendurado no mastro da bujarrona esperando a presença do interprete para pedir socorro. E tirar com ele a primeira foto para mais tarde ser guardada num saco de papel de pão.

 
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FilamposKanoziro
 
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