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A Bruxa Orlanda

 
A Bruxa Orlanda
 
Era uma vez, uma bruxa que se chamava Orlanda.Orlanda foi expulsa da sua Aldeia,quando o Rei veio a descobrir que levava a cabo práticas de bruxaria.Despojada de todos os seus bens e pertences,encontrou então abrigo num castelo em ruínas que se encontrava abandonado próximo da sua Aldeia onde vivera.
A mulher passava parte dos seus dias muito contente, fazendo bruxarias, até que um certo dia,quando lavava o seu rosto numa nascente, reparou através do reflexo da água que afinal, a sua cara não era assim tão feia, como a maioria das bruxas.
Assustada, entrou em pânico e saiu a correr com toda a rapidez em direcção ao castelo assombrado, acabando por deixar para trás, a sua vassoura mágica.

Os morcegos que lhe faziam companhia, não gostaram nada de serem incomodados àquelas horas do dia. Como é normal, os morcegos gostam muito de dormir de dia, sem serem importunados. Orlanda trancou-se no seu quarto a sete chaves e durante uns dias, mais ninguém lhe pôs a vista em cima. Todos os dias, ouviam-se os gritos bastante altos da bruxa, dando a sensação que estava louca.

Na floresta, ali por perto, apesar de Orlanda passar a maior parte do seu tempo debaixo do chão, um jovem caçador que por ali passava, ouviu os gritos ensurdecedores e não descansou, enquanto não foi investigar. Entrou nas masmorras do castelo da bruxa e ficou deslumbrado com a beleza da mulher que tinha á sua frente.
O Jovem caçador, nunca tivera visto, tão belo rosto em toda a sua vida. Ficou derretido de paixão por Orlanda, sem saber que realmente, estava na presença de uma bruxa.

Orlanda não gostou do olhar provocante do jovem rapaz e ficou fora de si, começando a gritar desesperadamente. Nunca permitira, que alguém olha-se para a sua pessoa, quanto mais daquela maneira.Com os gritos, o jovem caçador teve de tapar os ouvidos.Apesar do rapaz a tentar acalmar, de nada lhe valeu a sua atitude. Orlanda soletrou umas palavras esquisitas.

Surgiu então na mão da Bruxa a sua poção maléfica. Atirou a horrível e mal cheirosa garrafa para o invasor e dizendo:
- Abracadabra! Imobilizando-o da cabeça aos pés, transformando-o num velho e apodrecido tronco de árvore. Orlanda dava enormes gargalhadas e a sua maldade, tinha agora motivos fortes para estar contente. As gargalhadas,entoavam por toda a floresta.

Um camponês que por ali andava, ouviu as gargalhadas e achou muito estranho que a bruxa tivesse motivos para estar contente e aproximou-se mais do seu castelo, para tentar perceber, quais eram as razões ou os motivos, para que a Orlanda estivesse tão satisfeita.
Espreitou pela grade de ferro dos respiradouros do quarto da bruxa e reparou que supostamente, tinha crescido dentro do quarto da criatura, uma árvore.

Claro que o camponês conhecendo as manhas e maldades da bruxa à muito tempo, ficou a saber que aquela árvore, era mais uma vingança de Orlanda. Sabendo das suas fragilidades e como já ouvira falar que a mulher não gostava do seu rosto, decidiu então também ele, pregar uma valente partida á bruxa:

Tirou da sua sacola, uma machadinha com a lâmina bastante larga, que o acompanhava para cortar a lenha e entrou no quarto. Sem perder tempo, mostrou a lâmina á bruxa, que ao ver a sua cara mais uma vez reflectida, desatou a chorar.
A bruxa chorava sem que conseguisse conter as suas lágrimas.

Com o desgosto de ver uma vez mais o seu lindo rosto, agarrou-se á árvore para não cair e ali esconder o seu desgosto.As primeiras lágrimas que tocaram na árvore, fizeram despertar o jovem caçador do seu feitiço, que voltou á sua condição humana. O jovem agradeceu a preciosa ajuda do sábio camponês e com Orlanda nos seus braços, prometeu que iria ficar com ela para o resto da sua vida, não se importando tão pouco com o seu passado.

GABRIEL REIS


 
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reisgabriel
 
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