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Reparei na contagem para o FIM, de quê?

 
Escrito a 11 de Novembro de 2006 por "Vulto Evidente"

Através da leitura que iniciei do livro intitulado, Breve História De Quase Tudo do autor Bill Bryson, posso afirmar que de entre várias uma das “passagens” que mais me chamou á atenção na introdução constante no mesmo, se bem que já todos pensámos no assunto, foi na estimativa relativa á duração da vida humana nos nossos dias, conforme passo a transcrever:

“ (…) O lado menos bom da questão é que os átomos são inconstantes, e que o seu período de dedicação a uma causa é passageiro. Muito passageiro mesmo.
Até uma longa vida humana não dura mais do que umas 650 mil horas. E quando este modesto marco é ultrapassado, ou por volta dessa altura, por razões desconhecidas os seus átomos vão dispersar em silêncio, para se tornarem noutras coisas. E é o fim da história para si. (…)”

Obviamente que cada um interpreta o que lê á sua forma e, não quero com isto consciencializar ninguém ou sequer incumbir a dura tarefa de apressar ou desacelerar o ritmo de vida de cada qual baseando-se cegamente em previsões mais ou menos vagas, ou mesmo mais ou menos insípidas de razão.
Porém quero, e em tom de resposta dizer que o contador visualizado neste mesmo Blog se baseia nesta ideia base das 650 mil horas, mas vou um pouco mais longe quando afirmo: para o Fim.

Certamente que falo por mim, escrevo por mim, tento ser coerente com o que escrevo e escrevo coerentemente, para me parecer comigo, mas para o Fim está definida uma data, 29 de Outubro de 2047, que descrevo como:

Ponto 1 – 29 de Outubro: Data de Nascimento do meu pai
Ponto 2 – 2047: Ano aproximado, (não sei se por defeito ou por excesso, esse critério não posso definir, pois são infinitas as variáveis) para o Fim da minha existência humana. – Relembro que “se baseia nesta ideia base das 650 mil horas”, conforme escrevi anteriormente.
Ponto 3 – E por ultimo o desejo de morrer no dia que o meu pai nasceu, para que ele se lembre durante o resto da sua existência que quem deveria ter morrido era ele no dia que nasceu, sem dor, sem sofrimento mas para me livrar da agonia de ter tido um pai que foi capaz de abandonar os seus dois filhos verdadeiros, quando eles mais precisavam do amor de pai, da educação, da companhia do afecto e do sentido de família que nos poderia ter ensinado pelo menos uma vez na vida.
E porque o tempo não volta para trás, lembro-me do fim que se aproxima e registo diariamente no coração mais uma ferida por cada minuto que passa porque se passa nesta vida tão triste e descontente, ausente e descabida.

Hoje faço 33 anos, obrigado pai pelo abandono que ainda me resta e que vivas por muitos e longos anos, para que te lembres;

A minha vida pode ser descabida, o meu ódio descontente, mas estas palavras não corrigem num ponto o mal que fizeste ás nossas vidas.


Manuel Rodrigues

 
Autor
Manuel Rodrigues
 
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