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Vazios de mim

 
12 de Agosto

Alvorada de Domingo
A cidade está deserta
E o meu património assim está
Um vazio de todos os sentidos.
Só à noitinha
Quando cansado chegar
À outra alma que se ergue
Feita de madeira
E coberta de seis cordas.

É uma alma ainda verde
Mas com ânsia de dar frutos
Aos sentidos de outras almas.
Mas como minha avó dizia -
-Devagar se vai ao longe...

Recordo-a por esta e outras frases
Que hoje me afastam do pessimismo
E me fazem acreditar
Que os sonhos podem-se realizar.

É quando estou neste estado
Que me lembro de outras almas
Almas que poderiam ter ficado mais tempo
Mas ALGUÉM as levou
E eu aqui estou
Na saudade de os ter
Para aprender, para aprender...

Por agora espero seus filhos, meus pais
Que estão longe, muito longe
Naquela terra
Que tanto arejo dá ás minhas folhas brancas
E elas aqui esperam lá voltar em breve
Para que possam beber desta tinta.

Ainda outro dia escrevi sobre essa terra
Lá reina a calmaria
Estado no qual me encontro
Mas vazia de tristeza
E rica em alegria.


Pedro Alves

 
Autor
Pedro Alves
 
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Enviado por Tópico
João Filipe Ferreira
Publicado: 12/08/2007 23:09  Atualizado: 12/08/2007 23:09
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 Re: Vazios de mim
belissimo poema amigo poeta!!

muito intenso, triste mas bonito..