Poemas : 

,sombras em desassossego

 




Das noites minguantes que se estatelam
pelas auroras exuberantes,

reluzem sombras atávicas repetidas,
sem dor, encadeando caminhos repetidos,

algumas eclipsam-se com a luz,
outras seguem os corpos desconjuntados,
que se misturam,
que se esfolam em cada canto.

Sombras inquietas que se agregam
como colmeias,
formam buracos negros, aqui, ali,

engolindo os distraídos distantes.

Ignóbil visão refletida em espelhos quebrados
pelo rápido acordar, inconsciente,
alfa e omega que se unem,
as sombras em desassossego, sossegam por fim.

Sós.




"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)






Textos de Francisco Duarte
 
Autor
F.Duarte
Autor
 
Texto
Data
Leituras
956
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
11 pontos
3
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/10/2012 16:12  Atualizado: 20/10/2012 16:40
 Re: ,sombras em desassossego
*
chega a aurora dispersa
noites teimosas traçam ainda feridas
nos sulcos das almas
que repartidas de mim
buscam o sossego das tílias
caídas no teu dourado chão

são de cores lúgrubes as ladainhas
das minhas dores
das minhas crenças doridas
sós, alfa e omega
trazemos nos olhos a lágrima
a primeira que desceu na face carcomida
-desassossego é sumo-
de um sentir sem saída.K*

*Impossível não 'espraiar-me' no teu versar, Mister Duarte.
Admiração e carinho
BeijoKa*