Poemas : 

Pilungo

 
Pilungo
(Mauro Leal)

Cavalgastes pelos cantos, curvas, ancas, ângulos e recantos,
com o cavaleiro, com o predicador e com o autárquico
mas por desassistir no estábulo
como pangaré-vencido, no picadeiro, fostes iludido

E no turfe temerário, encenavas nas despedidas,
na exiguidade era só incontinência,
no deambular pelas estradas,
estrebarias e estalagens à beira mar,
feito um beija-flor transpunha o pólen e secava o néctar da flor,
com argúcia sob a capa da bravata e da astúcia
anelava, assenhorear,
suscitando cólera, depressão e atalaia,
até que subitamente a iminente acareação, travaram,
agaturrando às crinas, queixos e cabrestos
rodopiando, dando uma queda indo ao chão,
assustando seus cavalheiros,
estarrecidos pela humilhação:
O primeiro foi seu cavaleiro;
o segundo seu predicador;
o terceiro foi o autárquico,
que por comprazer ao desnorteado
estado da amazona, deu a mão.

Valendo-se de mártir, insolente contestava, santificava
troçava a manter que nada estivesse a intercorrer,
perquirindo inconsequentemente
por sofrer com sentimento instintivo e hipotético,
de que não mais os apreciáveis prestígios enalteceria,
e em dissímulos ao magnânimo pelo receptor balbuciou:
- Renderás aos bíceps braquial do antagonista confrade, alazão mangalarga marchador?

 
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MauroLeal
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