Poemas : 

,finjo-me como um louco

 
.
.
.
.
.
.
.
.
.............................................
********************************************

,e como me entedia o dia, que
a noite anuncia.

(I)
,revela-me a face carregada,
como o corpo que carrego, arrasto,

de paixão escondida, perdida em paixões esquecidas,
bocejos cruzados por entre seres esconsos, amorfos,
que correm, que se refugiam da chuva oblíqua
que não me fere,

,finjo-me como um louco, de olhos fechados.

(II)

,fujo dos silêncios em gritos estridentes,
e quando levanto os braços, sem suplicar,

abraço o universo numa casca de noz.

,o que não vejo, esvazio,
despejo a bombordo, longe do que não faz sentido,

, e a razão tolhe-me a surpresa,
afasta-me da compreensão do infinito,

do finito que seja.

(III)

,morrem-me assim os dias, as claridades,
revivo-me pelas noites que os dias anunciam,


denunciando as cinzas que restaram.




"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)






Textos de Francisco Duarte
 
Autor
F.Duarte
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1466
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
7 pontos
7
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
F.Duarte
Publicado: 24/12/2012 18:06  Atualizado: 24/12/2012 18:06
Da casa!
Usuário desde: 17/10/2012
Localidade: foz do Rio Tejo
Mensagens: 338
 Re: ,finjo-me como um louco
Aos que acreditam desejo um excelente Natal, e que o ano que vai entrar se cumpra em Paz.

Namasté.(em sânscrito: नमस्ते, [nʌmʌsˈteː])

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/12/2012 18:12  Atualizado: 24/12/2012 18:16
 Re: ,finjo-me como um louco
Gosto também dessa palavra que vc aplica no seu poema...fingimentos...a poesia tem felizmente essa capacidade de tornar vero/fingido um sentimento brotado...é por isso que tanto liro/deliro nesse mar...
Estes dois versos estão um must, não poderiam ser melhores para começar a sua poesia:

",revela-me a face carregada,
como o corpo que carrego, arrasto,"


Depois:


",fujo dos silêncios em gritos estridentes,
e quando levanto os braços, sem suplicar,"

...mas depois a "casca de noz" retratada como o universo intrínseco confirma os dois primeiros versos...e por aí adiante.


...mais uma contradição bem evidente é o seu poema Duarte.

Bem elaborado o seu poema. Gosto imenso dos seus escritos e quis entender assim!

Tenha um santo natal junto dos que o rodeiam com tudo de bom.
abraços
maria


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 24/12/2012 23:20  Atualizado: 24/12/2012 23:20
 Re: ,finjo-me como um louco
A noite, com suas mãos pulsantes de silêncio, ameiga-nos os olhos ofuscados por clarões gritantes, e no seu regaço de veludos cegos toma-nos outra vez, como uma mãe devota e pontual. Parabéns pelo teu belo poema. Bom Natal.


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 25/12/2012 03:46  Atualizado: 25/12/2012 03:46
 Re: ,finjo-me como um louco
Venho aqui aplaudir estas lindas palavras...que me fizeram pensar demais..agradeço por isso....e claro,desejar-lhe um maravilhoso Natal!!! Grande abraço