Poemas : 

,abana os ventos

 
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,revela-me a noite

(I)

como se a perfeição existisse,
sem adjetivo, sem palavra,

e envolve-me nesse manto feito teu corpo.

,sempre soube das pedras perdidas pelo mar,
das montanhas submersas, inóspitas,
isoladas,

quais armadilhas de navegante
,as visões.
...
(II)

,abana os ventos, abana-os em rodopios, revira-os,
que quebrem os mastros libertando as velas gastas,
e,
no final, que o barco se arpoe mar adentro.

,revela-me o dia,

(III)
...
um dia,

a cada segundo, em cada momento,

faz-me recordar o que sempre quis
esquecer,

este esquecimento de mim.

(IIII)

,[e envolve-me nesse manto feito corpo teu],

só.


"Forfante de incha e de maninconia,
gualdido parafusa testaçudo.
Mas trefo e sengo nos vindima tudo
focinho rechaçando e galasia.
Anadiómena Afrodite? Não:"

("Afrodite? Não" Jorge de Sena)







Textos de Francisco Duarte
 
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F.Duarte
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/01/2013 20:55  Atualizado: 10/01/2013 20:55
 Re: ,abana os ventos
Olá Duarte!
Mais um cantar feito com alma afinada envolto num mar filosófico...esse abanar de ventos a começar de forma imperativa revelando uma mente inquieta e:

",revela-me a noite"

... como um delírio o poema no seu todo, já no fim o ser consciente como uma introspeção olha para o tempo que passou e, nem é tarde, nem é cedo para valorizar-se:


"um dia,

a cada segundo, em cada momento,

faz-me recordar o que sempre quis
esquecer,

este esquecimento de mim."

Não podia acabar melhor:

",[e envolve-me nesse manto feito corpo teu],

só."

Desculpa devaneei demais no seu cantar.
abraços
Luzia


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 10/01/2013 22:42  Atualizado: 10/01/2013 22:46
 Re: ,abana os ventos
revelada sua poesia a vemos envolta em elementos advindo de observações robustas de detalhes literais resultando numa escrita perfeita. obrigado, e
meu 'abraçaço' caRIOca