Poemas : 

soneto da faina maldita

 
[font=verdana]
“Se antes do tempo eu não stivesse morto.
Vendo que tanto o céu te era benigno,
Te dera nos trabalhos o conforto.

“Velha fama os diz cegos, sempre useiros
Na soberba, na inveja, na avareza.
Deles te esquiva; em vícios são vezeiros.”

A Divinas Comédia - inferno - canto xxv





Ah! Nunca esmorecer na vontade depois de caídas as trevas;
é nas implacáveis brenhas das noites insanas que tudo fenece!
Por séculos, procurar a reflexa metade, destino angustiante,
jamais enternece, busca constante, tenaz o peito atormenta.

Por toda ventura reles olvidado, relegado a cruel desterro,
tanto em silencio cogito o porquê de merecer tal tortura.
Lágrimas sentidas! Haverá quem as deixaria rolar por mim?
Compreendam-me, tentem ao menos, entender-me o sonho.

Esta é a minha lida, horas longas minhas de tantas agonias,
afianço com certeza plena, lembranças essas quero extirpar.
Clamo, talvez por uma quietação duradoura advinda da morte,
cessando tormento que cicia, autor da decadência copiosa.

Clamo sim pela destruição, a ruína, o definhamento extremo,
à inexaurível faina maldita dessa labuta na busca infindável.

[/size]

 
Autor
shen.noshsaum
 
Texto
Data
Leituras
570
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
-4 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.