Poemas : 

Vida De Palhaço

 
Chega ao fim de mais um espetáculo
E o palhaço cansado, neste ínterim,
Vai lentamente para o seu camarim,
Cabisbaixo para aquele receptáculo.

Senta-se defronte a sua penteadeira.
Com um pano ele retira a maquiagem.
Sozinho no cubículo não existe brincadeira.
Inerte, fica contemplando a própria imagem.

Pouco a pouco vai surgindo um homem
Por detrás das tantas e estranhas pinturas.
De Deus é apenas mais uma das criaturas,
Sem ninguém, mais um palhaço sem nome.

Em cima da penteadeira tem um bilhete.
No verso escrito assim: "Leia sem demora."
Tenso, ele rasga o envelope com um estilete.
Apenas uma palavra: "Adeus". O palhaço chora.




Gyl Ferrys

 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/07/2018 20:12  Atualizado: 23/07/2018 20:12
 Re: Vida De Palhaço
Boa tarde, Gyl.
Gosto muito das suas palavras!
Sublime inspiração!

Você é um poeta nato e revisitar-te é sempre a certeza de encontrar maravilhas como essa. Aplausos e desejo-lhe uma semana promissora e feliz.

Abraço.