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Textos de Quarentena 34

 
Nada era segredo, nem mesmo os passos e as imagens mais íntimas de cada um. A rede que tinha desenvolvido no seu próprio submundo obscuro funcionava melhor que qualquer sistema de informação do Estado, era complexa, mas funcionava e garantia informadores fiéis à sua causa, claro que a traição era tratada com alguns requintes de maldade, prazer também, mas muita acima de tudo maldade. Poucos ousavam desafiar a loucura maquiavélica que se lhe instalara no corpo, a vida, por pobre e avessa que fosse, valia mais que isso.
O estratagema que adoptara permitiu-lhe andar sempre várias jogadas adiante do seu adversário que, nessa altura, era o cinismo e a avareza do seu tio ou o desdenho e o snobismo dos seus irmãos. Conhecia os seus podres e os seus pontos fracos, sabia onde atacar, onde infligir dor, agora só faltava saber quando.
O sol já ia alto e a visão que tinha daquela mansão a degradar-se por falta de cuidados, basicamente por falta de verbas para que tivesse cuidados, feria-lhe o orgulho e arrancava-lhe as melhores memórias, distorcendo-as. O que um dia tinha sido seu por direito, haveria de voltar a ser seu por vingança, sem olhar a meios... a decisão estava tomada.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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