Poemas : 

salford lads

 


deixa-me repetir o mesmo
se à custa de uma canção
o mundo inteiro se prepara
para mais um domingo
de nevoeiro e timidez

walk don't walk

sempre de volta aos círculos
das ruas de manchester
encostado aos muros de lama
e aos cahiers du cinéma
quantos existem como nós?

tantas respostas por dar

por trás de cada adeus
aos rapazes do pub
há o som de uma tragédia
o túmulo de oscar wilde
é ao fundo da coronation street

a perrier sempre me subiu à cabeça

dias sentados na tua cama
a olhar para as paredes
e continuamos doentes
continuamos em coma
e depois um convite para a noite

ENFORCA O DJ

porque essa música não diz nada
sobre aquilo que vivemos e somos
em jubilosa colisão
com um dois andares vermelho
sem fôlego como o belmondo

nunca quiseste ir até onde te levei

a gentileza é o sinete dos fortes
aprendemo-nos entre estranhos
caminhos entre as bombas
que mais ninguém escuta
até o suicídio tem um lado negro

que diferença é que isso faz?

não quero terminar num palco
luzidio em vegas — antes as tardes
perdidas de um solitário qualquer
nas escadas do tribunal de viseu
fumando antes do day after

adormecemos mas queremos acreditar




 
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benjamin
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