Mais de duzentos sonetos cantados,
Milhares de palavras encadeadas,
Pensamentos e sonhos encarnados,
Outras vidas e mortes adiadas,
Amores que são de amor, murmurados
Nas noites confidentes e inspiradas,
Em viagens, em momentos calados,
As vívidas angústias narradas.
E o desespero cruel, titânico,
Indómito, espetando em mim o pânico,
Ergue-me a mão e fá-la escrever isto…
Em cada soneto há um deus satânico,
Num borrão preto uma chaga de Cristo,
E esta perfeição onde eu tanto invisto.
17 de Junho de 2013
Viriato Samora