“(...)"Parte! Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais! Não deixes pena que ateste a mentira que disseste! Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais! Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!” Disse o corvo, “Nunca mais”.(...)"
O Corvo
(Edgar Alan Poe - FP)
Qual a linha da parede lisa, sem intenção
Sem notícias, ou meros hábitos de ver, apenas
Em tempos áridos, cheios de cartas, de cenas
E ainda serei a estátua desta imposição
É a regra rarefeita, a escolha que não fiz
Por exemplo, por ensaio dos meus olhos de giz
Afinal, é um sopro do nome dela que me devasta
Em neve sob minhas noites frias e deixadas
Ah, eu.. que deveria ser um conto de descrer
Quando todos os pecados me fizerem arder
E sob fogo, seria a lâmina! E cortaria esse degrau
Eu derrubaria as ruas onde ela passa, ponto e final.
Qual a sombra que desprende em corpo de mim
E ela não vê quando eu caio, não me ouve, enfim
Em meu deserto de imagina-la, impura..