Que nunca me falhe a dor, minha musa,
Para contar aos filhos da barbaria,
E aos filhos dos filhos da fidalguia,
A todos com quem essa dor se cruza.
É o espírito a sua nevralgia,
Submerso na vida que se recusa,
Reinante na mente a lei da anarquia,
Que o meu coração desaparafusa.
Todo o verso é um dizer bem guardado
No goto deste peito estrangulado,
Que declamado torna-se risada…
Pariu-se a ferros e predestinado
A ser sol numa noite de chuvada,
Às custas da minha alma tão chorada.
22 de Junho de 2009