Espinhos.
Com três anos de idade, ia com meus irmãos levar almoço,
Para os pais e irmãos mais velhos, que na roça capinavam,
Às vezes chorava, porque as formigas ferroavam meus pés,
E achava muito cumprido, o caminho em que se passaava.
Lembro-me que eu reclamava das picadas dos borrachudos,
E também, quando fisgava nos meus pés, alguns espinhos,
Quando eu passava pelo meio da roça e tropeçava em tocos,
Chorando, indagava: - Por que aqui o pai não fez caminhos?
Na volta para casa, eu lamentava que o sol estava quente,
E sempre reclamava pedindo água, dizendo estar com sede,
Pois, parecia que demorava muito, até à nossa casa voltar.
Hoje, lembrando o sertão inóspito em que as crianças viviam,
Comparando às mordomias que hoje os filhos se privilegiam,
É o mesmo que se pretender, a água ao vinho poder igualar.
Maringá, 30.11.07
verde