Sonetos : 

SAUDADE

 

Saudade
Jorge Linhaça

A coluna marmórea, silenciosa,
vil testemunha deste meu sofrer;
pobre suporte da luz do meu ser,
ouve quieta meu pranto em prosa

E se em meus versos souber me expressar
alí estará a pétrea coluna;
a não dizer-me palavra nenhuma:
testemunhando este meu lagar

Dói a saudade, congela-me a alma
treme meu corpo suado de frio.
Espinhos cruéis das folhas das palmas

São meus adornos, os meus atavios
e quando a dor no peito se espalma
queima minh'alma tal como um brasil


Arandú,13 outubro de 2008

anjo.loyro@gmail.com


 
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Jorge Linhaça
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/10/2008 09:49  Atualizado: 13/10/2008 09:49
 Re: SAUDADE
Um soneto em que o autor faz uso alargado da liberdade poética, quer na rima quer no metro de cada verso, o que de certo modo o afastam do soneto canónico, mas trata-se de um poema sentido e inspirado. parabéns. Abraço.


Enviado por Tópico
Fátima Rodrigues
Publicado: 13/10/2008 11:31  Atualizado: 13/10/2008 11:31
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 Re: SAUDADE
Muito bonito Jorge

Abraço