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Carta 13

 
Da dolorida penumbra do meu quarto.


Pardon mon amour,


Venho cá neste mesmo local, que tantas vezes percorro em busca de tuas palavras adoráveis e vejo, que, tua agonia é do tamanho da minha. Amor meu, aqui estou quase a desabar sobre estas prateleiras, sinto dores terríveis, tosses incontroláveis... Vejo-me acometida por um mal que nem mesmo aos médicos é possível reconhecer. Dizem cá que tenho Pneumonia, que estou enfraquecida, e, de repouso devo ficar. Mas, o que serás de mim, se em tuas cartas eu a ti não encontrar?



Não posso sequer imaginar o que seria de mim. Os calafrios da febre percorrem meu corpo e levam-me ao delírio. Delírio esse, que mistura-se as dores do peito, sufocado pela falta de notícias do meu amado. Padeço amor, não só das dores, mas da necessidade de ti. O tormento é meu pior castigo agora. Gostar-me-ia de dizer a todos que nada importa a mim, senão o amor que me cura.



Tenho sido relapsa, afirmo a ti, que por muito tempo descuide-me, pois a mim nada importava. Eu apenas existia amor, passava os dias a finco a procura de nada. A minha aflição foi tamanha em saber que naquele dia, tu não terias em tuas mãos notícias do nosso amor, porém aqui estou, talvez teus olhos agora não me contemplam, por achar que eu não viria mais, mas, aqui, estou.



Não te punas mon amour, jamais duvidei do sentes. Meu amor é maior que qualquer dúvida inconseqüente. Pardon amour, pardon! Devo ficar alguns dias em casa, em meu leito sofrido. Não irei à biblioteca. Pensei em uma maneira de poder saber notícias tuas, já que me espreitas, sabes onde moro, então conheces o jacarandá de fronte a minha casa.



Há nessa majestosa árvore uma fenda, onde em minha infância brincava de esconder coisas das quais gostava muito, penso que esta árvore que já suportou tantas tempestades, poderá ser confidente dessas nossas saudades, o lugar mais sagrado para depositarmos nosso amor... O livro, o nosso livro, permanecerá fechado até que das nossas mãos ele possa se valer. Espero amor, que compreendas tudo o que aqui eu lhe digo. Não deixei de amá-lo por nenhum segundo, apenas o amo ainda com mais vivacidade. Não penses de mim que minhas dúvidas são sobre teu amor.



Não farei mais cobranças a ti, meu amado, pois sei que na hora oportuna, tu a mim se revelarás, e nosso amor será sem impedimentos. Eu sei de teu amor, não duvido, é mais que provado que és sincero. Não te atormentes com isso. Confio em ti, porque te amo e nosso amor é único e sempre será. Queria tanto que tu estivesses aqui, cuidando-me, sabes que preciso de ti, mas em breve, seremos nós dois, não duvido disso. Aquiete teu coração, estarei ansiosa a espera de notícias tuas. E lá amor, na fenda do jacarandá, deposites o que é só nosso.





Seulement ton amour est mien cure.



Beijos, eternamente tua,



Jolie


Jey

 
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Jey
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