Poemas, frases e mensagens de Emilia Lamy

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Emilia Lamy

Mentira

 
Não quería estar infeliz
Os meus olhos opacos oscilam
entre lembranças
O pesar é tudo o que resta
Suprimo a mim mesma a falsidade
E sei que foram só mentiras
não tem término nem princípio
É mentira tudo faz parte de um jogo
Um passatempo com pedras viciadas
Estigmatizado com precedência
O sol teima em chegar
Mas para mim é só escuridão
tristeza dentro de mim
Dor regada que me magoa
como os gumes de uma navalha afiada
quis aceitar a mentira como verdade
e na minha permanente confusão
sempre me enganei
mentiras, equívocos, promessas vagas
quero acordar deste pesadelo
bate-me, sacode-me que a loucura tomou conta de mim
Estou louca! Dizes Tu!
Sim, estou louca mas de dor,
alienada por manter ainda esta ilusão de te amar e ser amada...

E.L.
2008/08/02
 
Mentira

"Como te evitar"

 
"Como te evitar"

Ah, o amor...
O mais nobre de todos os sentimentos
A chave para todas as respostas
Como fugir de ti
Como não te sentir
Como não sonhar contigo

Como evitar que o meu coração
Insista em bater descompassadamente
Como evitar que os meus olhos
Insistam em procurar os teus

Como evitar o descontentamento
Da tua ausência
Como evitar a necessidade
Da tua presença

Como evitar que o meu andar
Insista em te acompanhar
Como evitar que o meu dia
Sem ti
Insista em não se completar

Ah, o amor...
Como não te querer
Se és a resposta
Se és a razão do meu viver.

E.L.
2008/4/02
 
"Como te evitar"

O que ficou de ti em mim...

 
Na expressão do teu sorriso encontrei paz, um certo dia,
como se nele pudesse afogar mágoas tão doídas,
E na paz encontrei inspiração para o meu próprio sorriso,
a fim de recompensar-te pela alegria
com que fui um certo dia recebida.

O teu sorriso e a expressão dele vivem em mim, nitidamente,
como naquela tarde ensolarada à beira-mar,
o meu coração saltava dentro do peito,
cada vez que a tua mão tocava de leve a minha.
No toque dos teus dedos encontrei a mim.
como se tivessem eles faíscas de magia;
e me reencontrando transformei-me em larva,
em mel, em palha dourada e macia.
em porcelana chinesa e antiga,
para recompensar-te pela ternura
com que me despertaste - um certo dia -
de um sono tão profundo

A minha transformação, não a percebeste,
sei bem disso, aposto que não conhecias,
nem a mim, nem às marcas do meu corpo
nem tão pouco ao inferno que me consumira.
Hoje pertences a um tempo que não existe,
como se em sonhos houvéssemos acontecido;
e só acredito que fomos dois - um certo dia -
quando percebo que o brilho dos meus olhos denuncia
o quanto de mim se transformou em ti,
o quanto de ti transformou a minha vida.

E.L.
2008/26/02
 
O que ficou de ti em mim...

Numa simples folha de papel...

 
 
É numa folha de papel
que desenho franjas de saudade
que se misturam como o sal das lágrimas
que o o nevoeiro parece enviar
e me roça a face
Desenho sulcos de sonhos
de uma paz que não terei jamais
A noite cai sobre a folha
que se encontra aqui ante os meus dedos
cheios de nada escrever
Eu olho-a e questiono as estrelas que afloram
Na incomensurabilidade do céu
a minha respiração agasalha o frio e sai
da minha boca um vapor
que se mistura com a saliva e me sabe a fel
São flocos de saudades e a folha branca
voa e cai no parapeito das minhas quimeras
olho e vejo o sonho desvanecendo-se
Em aurelolas de fumo do cigarro
semi acesso desamparado
ali no canto direito da boca
da boca crispada num trejeito de pesar
desvairo e nostalgia.

E.L.
2008/4/03
 
Numa simples folha de papel...

QUERO DESENHAR NA ALMA...

 
Rabiscar o verbo "amar" na areia
Não é tão sublime quanto desenhar na alma
O próprio mar que acalma,
O sonho que incendeia,
Na fina teia de um coração, na palma
Da emoção imersa em plena lua cheia...


Rabiscar um coração na areia só,
Como profusão de sonhos, tantos sentimentos,
É voar nos ventos da oração maior,
É fazer dos prantos ecos de momentos,
Nesses próprios tempos de ilusão sem dó...

Amar, um verbo muito além do mar,
Muito além dos verbos, das conjugações,
Das palavras ditas, nesse só luar,
Êxtase disperso em tantos corações,
Verso que se perde nos vulcões do olhar,
Quando a alma pede sonho em profusões !


Amar, um verbo muito além de nós,
Muito além das palavras, presas aos sentidos,
Nesses labirintos de mistérios sós,
Nessa dor veloz de versos sempre lidos,
Sentimentos, ondas desse mar atroz,
Oceano emocional nos poemas incontidos...


Por tudo isso, desenhar na alma
O verbo "amar", enigma tão sublime,
É virtude plena que já nos acalma ,
Necessidade densa que o sonho mesmo imprime.

E.L.
2007/11/11
 
QUERO DESENHAR NA ALMA...

A Pintura

 
Pintamos por palavras
As cores das nossas emoções,
Desenhamos por letras
A descomposta abstração da alma,
Pincelamos por sílabas
A paulatina caminhada da descoberta,
Salpicamos a tela de fonemas
Conjugamos contrastes de modo,
Esboçamos em cinza linguagem
A discreta intimidade que privamos,
Traçamos de verbos inconstantes
O transparente acetato desta passagem.

Somos livre esboço inacabado
Somos pinceladas numa tela invisual
Somos informes aguarelas em dispersão
Somos todas as cores em diversos tons.

E.L.
2007/12/03
 
A Pintura

Arrependimento

 
Arrependimento

São tantas as coisas que fiz,
que não deveria ter feito...
Que já não tenho o conceito,
do que é certo ou errado.

Hoje sofro o efeito
de acções impensadas,
de atitudes mal tomadas.
Coisas que fiz...
Que deixei de fazer...
Não sei se me arrependo,
ou procuro esquecer...

Felizmente arrependimento,
não pode matar...
No entanto leva-nos a pensar,
em agir diferente, consciente
levando a vida para a frente,
somente procurando acertar.

E.L.
2008/18/01
 
Arrependimento

Segredo

 
Ontem fui surpreendida com um convite para assistir a uma conferência online sobre o Segredo e a sua relação com a Física Quântica,algo que eu determinantemente pouco domino.Já li o livro e fiquei em estado de reflexão,porque à medida que avançamos no progresso,muitos obstáculos se interpõem,pelo fluir de mensagens desconexas e poderia até dizer intencionalmente negativas.
Houve momentos em que eu consegui chegar lá, isto é,sentir o poder do meu pensamento,como por exemplo ter o tal lugar para estacionar num local onde isso é quase impossível.Mas cada dia é um dia e há dias de perder a paciência, diria eu na minha humildade.
Assim foi este mês,desde o dia das bruxas(31 de Outubro) até agora a minha vida tem sido uma provação,à qual tenho estupidamente sobrevivido, pois onde a vida reine,há sempre a esperança.E muito tranquilamente assisti ao discurso de Dalai Lama na Tv, ficando com a aurea cheia,mesmo!
Quanto ao sono? Népia...(como dizem os meus filhos!) porque a energia era de tal qualidade que seria contra producente largar aquele grupo que partilhava a ideia subjacente ao "segredo".
Pois caríssimos,acedam aos links que passarei a transcrever e deleitem-se,porque o que se exige é apenas que mudemos a nossa atitude e sejamos definitivamente felizes=tranquilidade.Tudo de bom e partilhem comigo o vosso Q.E:)

http://www.youtube.com/swf/l.swf?vide ... Q_sZLw1zyR0/default.jpg&t

www.thesecret.tv

E.L.
2008
 
Segredo

Numa folha de papel

 
É numa folha de papel
que desenho franjas de saudade
que se misturam como o sal das lágrimas
que o o nevoeiro parece enviar
e me roça a face
Desenho sulcos de sonhos
de uma paz que não terei jamais
A noite cai sobre a folha
que se encontra aqui ante os meus dedos
cheios de nada escrever
Eu olho-a e questiono as estrelas que afloram
Na incomensurabilidade do céu
a minha respiração agasalha o frio e sai
da minha boca um vapor
que se mistura com a saliva e me sabe a fel
São flocos de saudades e a folha branca
voa e cai no parapeito das minhas quimeras
olho e vejo o sonho desvanecendo-se
Em aurelolas de fumo do cigarro
semi acesso desamparado
ali no canto direito da boca crispada
num trejeito de pesar
desvairo e nostalgia.

E.L.
2008/4/03
 
Numa folha de papel

Gente em Palavras

 
Raramente revejo os textos que escrevo aqui.
Em regra são escritos altas horas da noite, quando a cidade já dorme, e publicados a uma hora mais civilizada, o que me permite lê-los com outros olhos e corrigir a ortografia ou a pontuação. Mas nunca altero o conteúdo. Mesmo que, por vezes, pela manhã, à luz do sol, já não faça muito sentido o que escrevi, ou já não tenha a importância que na altura lhe atribui. Por vezes começo pelo título e tudo gira à sua volta. Outras vezes é o primeiro parágrafo que baila na minha cabeça e que me leva a ligar o computador. Mas a maior parte das vezes o pensamento perde-se e a ideia original acaba por passar despercebida ou desaparece em considerações que, quem me lê, nem sabe que está lá e até eu só consigo adivinhá-la em frases ou sentidos de uma linguagem que penso ser só minha.

Há dias em que descubro que há quem conheça esta língua que falo. Gente que me reconhece ou que consegue descobrir no desenho de uma vírgula, o que me vai no coração e que por pudor mascaro em histórias pontuadas com sorrisos, numa tentativa - percebo então ! - quase inútil para esconder a sensação de nudez que sinto sempre que alguém lê o que não quis escrever. E quando isso acontece é como se a terra tremesse por baixo dos meus pés e abalasse os muros que me esforço por manter erguidos, que me protegem dos gestos bruscos e das palavras duras, que mantêm afastados os papões e bichos-maus que atormentam os meus sonhos, até aqueles que vivo acordada. Nesses momentos sinto que o meu mundo é afinal mais transparente do que eu desejaria, que não escondo a sua existência tão bem como esperava, que conseguem ver a cor do sangue que me corre nas veias, por vezes tão depressa que chego a acreditar vai escapar-se, espalhar-se pelo mundo em ondas de calor, como se os meus braços conseguissem rodear o planeta e aconchegar a humanidade no meu colo. Fico pequenina, mais pequenina que uma criança, tão pequenina como uma concha, um seixo ou uma semente por germinar. E é estranho como nessa altura a angústia não é um sentir doloroso mas apenas a asa de um anjo que protege a minha existência.

Num curto espaço de tempo recebi, aqui e na minha caixa de correio, palavras que provaram ser mais do que simples conjuntos de letras agrupadas para fazer sentido. São sentimentos por direito próprio, com vida e calor. Palavras que sacudiram a minha vida e agitaram as minhas noites. Entraram em mim quase sem pedir licença, como se morassem aqui, no meu mundo, no que sou, no que todos os dias me esforço por ser. Palavras feitas gente, com voz e brilho no olhar. Gente que me conhece apenas pelo que escrevo e desenho, e gente que já abracei. Gente que vive na minha vida, que nunca serei capaz de esquecer. E gente com quem me cruzei agora, que ao confessar que tudo sentiu me fez sentir ainda mais. Graças a todos vós hoje posso ser mais eu. E embora me tenham despido das minhas máscaras pintadas para esconder a alma, são vocês que não me deixam sentir frio.
E.L.
2006/10/01
 
Gente em Palavras

Arriscar...

 
Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer...
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas...é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver... Acorrentadas às suas atitudes, são escravas; Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...
"Arriscar-se é perder o pé por algum tempo. Não se arriscar é perder a vida..."
Bjos.

E.L.

2008/28/11
 
Arriscar...

No Silêncio da Noite!

 
 
Hoje, ouço o teu som no nada,
onde permaneces e me inquietas.
Sinto-te no esquecimento, creio-te em mim.
Porquê? Pergunto-te eu…
tu respondes-me com silêncio, o teu silêncio…
A noite é longa, o frio atravessa-me aos poucos,
deixo-me ir na tua melodia, linda, gelada,
som indefinido.
olho-te em mim e ignoro-te,
Tu chamas por mim! Dizes que me queres!
Eu ignoro-te nas tuas mentiras…
o teu veneno sublime, teu encanto!
Levanto-me, aproximo-me da janela, olho o céu.
Está escuro, as estrelas tremem com a brisa gelada,
tu continuas lá,
um Fado que toca eternamente em mim, que me corta,
uma melodia que me encanta com o desespero do nada,
a não existência de um Eu em Ti,
o vazio, a indefinição do real.
Volto para a cadeira onde estava, olho para o papel,
nele vejo as lágrimas de quem chorou sem saber a causa.
O sofrimento da tinta que choraste em mim,
e eu vejo-te agora nos meus pensamentos,
esboço-te no nada, mas com o silêncio no teu tudo...

E.L.
2008
 
No Silêncio da Noite!

Lisboa, Minha Cidade!

 
Nasci numa cidade casada com o sol, numa rua cantada num Fado antigo.
Criei-me, num bairro com cheiro a suor e descobri-me em sonhos, à beira de um rio de luzes e cores. Brinquei, em jardins sobre telhados quebrados, com avós emprestados de olhos brilhantes, filósofos de fadas com colos de amor. Ainda menina, a caminho de já não ser, encorpei, com as noites de risos e prosa, aprendendo em pressas a vida que não queria. E hoje mulher, por direito e idade, é pela madrugada que a namoro e escrevo quem sou, em folhas com riscas como pautas de música, cobertas de rimas que aprendi de cor.
Tenho andado ausente por outros Continentes, conheço a Europa, a América e conheci agora uma parte da China, mas Lisboa, Lisboa entre colinas é a minha cidade!
Nasci em Lisboa num dia de sol, num fim de Julho com cheiro a sardilheiras.
Cidade Mãe, das mulheres de quem vim, de janelas bordadas em colinas cansadas de tanto labor. Lisboa irmã, também minha Mãe, que acarinhou as vontades, limpou minhas lágrimas e embalou meus amores. Lisboa amante, e sempre mulher, onde me deitava tarde em leitos de linho, lavado de branco, cheirando a sabão de cravos, nas almofadas de manjericos. Cidade bonita, senhora e menina, de prédios galantes, erguidos na ânsia larga das avenidas. Lisboa, serena e doce, nas tardes de Verão, dos livros devorados em bancos de jardim, o tempo esquecido nas margens dos lares de cisnes e patos em alegre grasnar. Lisboa varina atrevida, fadista e brejeira, que acolhia nos braços e consolava com beijos quem morria de amor.

Foi nessa Lisboa que um dia nasci, num princípio de Verão que enganou S. Pedro, brindando a cidade com a carícia do sol. Hoje moderna, e cheia de pressa, de ruas repletas de gente que acode à urgência da vida que escorre entre os dedos. Lisboa de varandas, vazias das sardinheiras criadas com amor, agora desenhadas com elegante desapego por quem a história lhe roubou. Cidade maltratada, de ventre rasgado, com cheiro de lixo e obras paradas, roubando-lhe a beleza num fado de dor. Lisboa vazia, dos filhos que já não tem, presa em vaidades que não as suas, pejada de estranhos que não lhe conhecem a alma. Mas Lisboa sabe - contaram-lhe as gaivotas que a visitam pela manhã - que mesmo perdida, suja e esquecida, qual mulher da vida desprezada e dorida, será eternamente menina, e linda e pura, aos olhos de quem nela nasceu e (para) sempre a amou.

E.L.
2006/29/09
 
Lisboa, Minha Cidade!

DUARTE...Meu Anjo!

 
A flor branca que tu me deste, quando tu partiste, morreu.

A palavra que sustenta o verbo é dolorida, quando penso na tua cama vazia.

Nada basta, a não ser um olhar distante e silencioso que emito quando paro no silêncio do tempo e não consigo segurar as lágrimas.

A dor é mórbida e confusa. E então,olho o Céu e eu sorrio enquanto eu sofro, por ver as minhas lágrimas profundas.Neste momento, eu sei que eu não sou nada, nem ao menos, uma fonte de água cristalina.

A flor branca que tu me deste, quando tu partiste, morreu...descança em Paz Meu Filho!

(Faz hoje 9 anos que perdi meu filho Duarte Nuno com apenas 6 anos) Fevereiro 17 de 2008

E.L.
 
DUARTE...Meu Anjo!

Eu sinto Saudades...

 
Quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
Eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
De pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
Do meu primeiro amor, do meu segundo,
Do último, e daqueles que ainda vou vir a ter,
Se Deus quiser...

Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo,
Lembrando o passado e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro, que se idealizado,
Provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei,
De quem disse que viria e nem apareceu;
De quem apareceu correndo, sem tempo de me conhecer direito,
De quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram
E de quem não me despedi,
Daqueles que não tiveram como me dizer adeus;
De gente que passou no passeio contrário da minha vida
E que só voltei a ver de fugida;
De coisas que eu tive e de outras que não tive, mas quis muito ter;
De coisas que nem sei como existiram, mas que se soubesse,
De certo gostaria de experimentar;

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que,
Não sei aonde,
Para reaver alguma coisa que nem sei o que é
E nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar
Sentindo saudades em japonês,
Em russo, em italiano, em inglês,
Mas que na minha saudade,
Por eu ter nascido Portuguesa,
Só fala português embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria,
Espontaneamente, quando estamos desesperados,
Para contar dinheiro, fazer amor e declarar sentimentos fortes,
Seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples "I miss you",
Ou seja, lá como possamos traduzir saudade
Em outra língua, nunca terá a mesma força
assim como o Fado só se pode cantar com saudade
É o significado da nossa palavrinha e o centro da nossa música.

Talvez não exprima, corretamente,
A imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra para usar
Todas as vezes que sinto este aperto no peito,
Meio nostálgico meio sofrido,
Mas que funciona melhor do que um sinal vital
Quando se quer falar de vida e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis,
De que amamos muito do que tivemos e lamentamos as coisas boas
Que perdemos ao longo da nossa existência...

Sentir saudade é sinal de que se está vivo!

E.L.
2008/14/02
 
Eu sinto Saudades...

Soltamos os sentidos...

 
Ouve
Silêncio
Às vezes, o silêncio

Às vezes, só às vezes
Não precisamos gastar as palavras
não precisamos...
Soltamos os sentidos
e deixamo-los conversar
eles entendem-se...
Para quê ferir o silêncio?...

Tempo de amor
Em cada papoila rebentam sorrisos
sedentos das vozes de todos nós.
De nós, os que gostamos de papoilas
e de espigas
e de rios que soletram palavras
em cada uma das pedras por onde passam.

É sempre tempo de sorrisos
nas vozes molhadas
no sentido das palavras
com que construímos
todas as poesias, todo o amor...

Arde-me o desejo
desejo de ti
de teus braços abraços
tão fortes e doces
ao jeito para mim

Teus beijos desejos
de mel e jasmim

Controlo os sentidos
para não te tocar
teu corpo quente
a pulsar
no medo de amar
de me amar a mim

Meu corpo e meu ser
em meu jeito de ser
de ser assim...

E.L.
2007
 
Soltamos os sentidos...

Esqueci-me de Viver!

 
Um dia a vida ainda há-de explicar-me o sentido dos sonhos,
Os sentidos das emoções desencontradas,
O significado da saudade. Da imensa saudade.
Saudades de uma vida não vivida?
De uma vida não conhecida, algo muito maior do que o entendimento?

Onde vou encontrar uma explicação para tanta dor?
Onde vou encontrar uma explicação para tanto amor?
Onde estaria escondida esta verdade?
Estaria no universo, nos sonhos, na tempestade?
Ou talvez além do universo?
Talvez em algum lugar desconhecido para um ser vivo.

Um dia, acredito que a vida trará a verdade,
Me vai mostrar o caminho que tanto procuro
O caminho tão obscuro de hoje.
Haverá o dia em que a minha alma, encontrará a minha razão.
E toda esta dor terá explicação.

Um amor, uma dor. Mas do que tenho saudades?
São tantas as perguntas sem resposta,
O meu coração grita, procura e nada entende,
Porque a emoção toma todo o meu ser?
Eu não consigo explicar, e só sonhar
Que em algum lugar, um lugar muito lindo
Estará o meu destino, estará a razão de tantas lágrimas

A voz do meu interior grita, pede, arde em clamor,
E eu acredito que estou no caminho certo,
Eu sei que encontrarei esse amor
Que ilumina o meu caminho, que me ensina
A ter paciência, e viver o dia de hoje com fervor.

Eu descobri quando estive doente que amo viver,
amo muito mais ser, existir,
Existir mesmo eternamente.
Neste mundo residir,
Pois é assim que vai ser, esperar pelas promessas
Do dia de amanhã, esperar por uma resposta
Deixar a vida seguir seu rumo,
E quem sabe lá na frente eu me encontrarei.~

E.L.
2008/22/02
 
Esqueci-me de Viver!

Vou dizer que te amo!

 
Hoje vou dizer que te amo
Vou escolher um lugar especial
Algum lugar bem calmo
Onde eu possa estar olhando os teus olhos

Preciso dizer que te amo
Preciso que tu saibas o que sinto
Que tu saibas o que despertou em mim
Preciso que tu saibas enfim!
Afinal sempre vou te amar
Vou te amar até o fim

Vou dizer que te amo
Mas vou fazer isso bem devagar
Vou pausar as palavras
Não gostaria de te assustar
Vou querer que tu escutes cada uma delas
Vou ficar a observar as tuas expressões
Quero olhar cada momento
Quem sabe até ver e até sentir as tuas emoções

Decidi dizer que te amo
E não vou mais parar de dizer
Afinal, quem mais que tu merece saber?
Ai de mim, só se fosse uma louca!
Pra me arriscar a te perder
Só se fosse uma louca
Pra deixar de te querer!

E.L.
2007/25/12
 
Vou dizer que te amo!

FELIZ DIA DA MULHER

 
Mulher aos meus Olhos
Poço de coragem e sensibilidade
É a força,a graça e tem tanta beleza
que só me dá a mais firme certeza
de ser a maior fonte da total Felicidade
Ela é Mãe terna, a amiga e a irmã gentil
namorada, mulher e companheira
nas cumplicidades sempre a primeira
Sol de oiro em céu azul de anil
orquídea, rosa, cravo e tulipa
construindo o seu tão lindo jardim
Todo o homem que se preze
só pode adorar a mãe,
a mulher, porque sem ela
Nunca tería direito de um dia assim
Que a reconheça e lhe agradeça por Fim!

E.L.
2008/8/03
 
FELIZ DIA DA MULHER

É preciso ter coragem...

 
É preciso ter força para ser firme,
mas é preciso coragem para ser gentil.
É preciso ter força para se defender,
mas é preciso coragem para agir.
É preciso ter força para ganhar uma guerra,
mas é preciso coragem para se render.
É preciso ter força para estar certo,
mas é preciso coragem para ter dúvida.
É preciso ter força para manter-se em forma,
mas é preciso coragem para ficar de pé.
É preciso ter força para sentir a dor que um amigo sente,
mas é preciso coragem para suportar as próprias dores.
É preciso ter força para esconder os próprios males,
mas é preciso coragem para demonstrá-los.
É preciso ter força para suportar o abuso,
mas é preciso coragem para fazê-lo parar.
É preciso ter força para ficar sozinho,
mas é preciso coragem para pedir apoio.
É preciso ter força para amar,
mas é preciso coragem para ser amado.
É preciso ter força para sobreviver,
mas é preciso coragem para viver.

E.L.
2006/29/11
 
É preciso ter coragem...

E.L.