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Poemas, frases e mensagens de Katz

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Katz

Sou Mundos!


Chris

Reza

 
Reza

As chagas que tu
agora enxerga
minha vida nua
e tua boca crua

enraivecida rasga
as fotografias
e as joga em
profunda cova

retira os olhos de mim
queima meus livros e dores
adormece

testemunha o mundo
o profundo golpe
reza por mim

e glorifica os dias
em que purifiquei tuas mãos
e te jurei com dedos cruzados
amor.

Chris Fonte - Donzela do Gelo
 
Reza

Sede

 
O Dia Foi duro.
Ardido.
Acredito em mágica. Ou em páginas em branco?

Choveu e não houve café.
Nem cafuné.
Tão pouco sorrisos.

Apenas escureceu.

E nublou toda uma busca.
Feito o rio diante da moça.
Que seca e a deixa com sede.

Por Chris Fonte - Donzela do Gelo
 
Sede

Almas

 
Cada rua
beco ou viela
era tudo das almas

tudo que vaga
é espetáculo
pedaços de histórias

E haveria de pasmar
se no seu olhar
contemplasse

pinturas,
fisionomia,
amor
e gozo

Porque as almas
não tem segredos

Tão pouco travam
diálogos surdos
na contramão do frio

São suspiros no
contrafluxo
dançando no sereno
vazio

Donzela do Gelo - Chris Fonte
 
Almas

Ondas

 
Surpreendentemente pela manhã
As pequenas canções nascem
após as visões das ondas

Por Chris - Donzela do Gelo
 
Ondas

Silêncio

 
Há tanto silêncio no "depois"...

Por Donzela do Gelo
 
Silêncio

Eu Poderia

 
Eu poderia escrever
sobre você.
- Como um livro de
poesia intitulado,
"O meu coração te espera"

Ou eu poderia pintar você
e teus olhos verdes que mudam de cor
em uma tela virgem, sem mácula
"Como os Céus de Monet"

Eu poderia guardar você
na manga da minha camisa
Então eu poderia carregá-lo
comigo sempre

Eu poderia esconder você
como discos antigos
e ouvir o
ritmo da sua alma
quando você me beija

Por Chris - Donzela do Gelo
 
Eu Poderia

Silêncio

 
Há tanto silêncio no "depois"...

Por Donzela do Gelo
 
Silêncio

Viola - Por Katz

 
Ontem eu vi!
Há macumba no asfalto
E cartomantes de ruas
Eu vi!

No torso esguio li!
“Minha fé me salva”
E aquele corpo estava nu
Eu li!

Entre teus olhos e os meus
Morreram todos os romances

E nos carnavais se suicidaram
Todos os nossos sonhos
Lá no terreiro onde chamei teu nome
Enterrei teu samba ao som tambor

Lembrei do cavaquinho
Da Meretriz
E de Nossa Senhora
Voltei pro meu barraco

Ao som da viola, dormi.

Por Chris Katz
 
Viola - Por Katz

Dentes de Leão

 
tenho uma faca
de cortar frutas
sua ponta dança
cortando o pequeno
limão

quando o corto
saem astros de seu sumo
que ao sol
mancha a pele
em descuido

e ponho-me a correr
neste ardor, deste sal
que torna-se mar
na água da torneira

onde lavo as mão
e esgoto pensamentos
que vão pelos canos
perseguindo as suas curvas

penso nas árvores
que a água encontra
e as rega amenizando
as raízes urgentes

dentes de leão que voam
pardais que cantam
a porta do banheiro
que me espreita

segue o dia, a noite
entre mares altos
portas fechadas
de sonhos, sonhados

esgota-se a lotação
o vento nas varandas
e passamos pela vida feito
árvores nuas, ou dente leão

Por Chris Fonte - Donzela do Gelo
 
Dentes de Leão

Cardume

 
Cardume

Nem todo veneno faz
a morte existir

nem morte, nem escuridão existem
percebe?

tão pouco seus sete arautos cantam
quando perto do mar estamos

beira mar e redes famintas
de cardumes displicentes

eu, porém, vasculho as redes
imortais

ergo as mãos e as puxo
e digo que são meus filhos
nesta rede de anseios

e o cardume nada para o sul
sonho através deles para escorar
o passado

não há morte!
O que há, é
destino!

Chris Fonte – Donzela do Gelo
 
Cardume

Sagração - Por Donzela do Gelo

 
Na terra arrastada e vermelha
na sagração do pó
entoava rios e avançava

era noite sim,
noite não, quase um rito

ele cantava com uma boca
impossível e ficava a espera

duma brecha
duma aparição
visão dum anjo
na noite que caia
madrugada a dentro

perdido forjado de cinzas
mais alto cantava
pois queria a moça

então ela, na madrugada
escarrava seu arsenal de zinco
em risadas paralelas

e cerrava sua janela
a espera do silêncio
daquele vício
e nada mais lhe dava
além dos risos

E ria, risos e ritos
que ecoavam na terra vermelha
baldia

Na terra vermelha
vazia do cantar dele,
no grande terreiro,
na terra vermelha

vasta e silenciosa

Por Chris Fonte - Donzela do Gelo
 
Sagração - Por Donzela do Gelo

Copacabana - Donzela do Gelo

 
Copacabana - Por Donzela do Gelo

Em Copacabana as ondas
se abrem em esquinas infinitas
das ruas que em mim, habitam,
ondulando sinais de chegadas
e partidas
quando ando nessa areia
nessas ruas de espumas,
grito, até abalar as entranhas
lugares que em mim,
antes, nem conhecia
em Copacabana o mar se torna véspera
e banho-me em espumas diante da multidão
neste banho mordo-me salgada
na beira dos morros que me cercam
e em risadas ébrias e vãs afundo
nestas águas de Copacabana que
agora habito e tento com afinco
no sal, e na espuma me livrar
da minha dor
quem sabe nas nadadeiras de algum
peixe, encontre leitos
e descanse do verão
pois, na verdade,
não há descanso em mim
mas sim multidões de ondas de marfim
e eu talvez junto a um cardume de tainhas
fique presa a uma rede e vá parar num
aquário
ou apenas
vire sereia, de um verão só
fantasma sem nome, em Copacabana
de ondas e esquinas infinitas
 
Copacabana - Donzela do Gelo

Caminhar de Estrelas

 
Das estrelas aos teus pés

divinos,

divido

hinos de louvor!

De tuas buscas,

de tuas falas de amor.

Em altas torres onde te inclinas

para ver estrelas,

e trazê-las para perto de ti

e jogá-las ao chão,

e com elas fazer um caminho

onde o brilho te seguirá

eterno.

Ah! Quem poderia inventar um caminhar entre estrelas se não tu?

Pois ali nada se perde,

nem a luz das estrelas

quando se apaga.

E ainda assim

neste campo onde trilhas,

mesmo quando a luz morre

na retina,

ainda mil anos luz brilham!

E tu e Eu…

Caminhamos.

Tu caminhas

e eu na tua luz sigo.

Caminhar de estrelas por Chris
 
Caminhar de Estrelas

Em S - Tautograma

 
Sabia sentir, suaves sentimentos.
Sempre sutil, serena, simples.
Suas sensações, sutilezas servis, sabia sobreviver.
Sorria sentimentalidades.
Sedutora, sonhava sementes;
Silenciosamente.

Por Chris - Donzela do Gelo
 
Em S - Tautograma

Lapa por Chris Fonte

 
Na sombra desta outra cidade
Sou essas vozes cortantes

Elas são como escombros que me atravessam
dividindo-me ao meio

Parto no bonde e canto com boca rasteira
A solidão das horas

Entre um gole e outro, meus olhos se abrem
Minhas pupilas dilatam

E neste bonde, num som passageiro
Escuto um samba na Lapa

Um samba que arde e que chama o
Bêbado, o sóbrio e o ladrão

E as vozes saem dos becos
Das casas e dos casarões

A noite se ergue nos bordéis
E no corpo da fulana que tece sonhos nos arcos

Que busca no ombro, na boca do outro
A água ardente que perdura

Onde o tempo não passa dentro ou fora
Do bonde nas noites vendidas

Dos perdidos e achados, dentro dos bordéis
Que triunfantes brilham seus néons

Feito uma grande boca enorme e impulsiva
Ecoando entre as madrugadas

Na sombra desta outra cidade
Sou também essas vozes cortantes

Por Chris Fonte
 
Lapa por Chris Fonte

Casa de Rua - Por Donzela do Gelo

 
não sou casa de rua

nem sou abrigo miserável

curvo-me ao chão

diante de ti para que não entres

sinto demais, mas não te perdoo

se te faço isto,

seremos dois novamente

não tenho coração

ou será que o som que escuto

em meu peito, é meu coração

atado a corda que ainda vibra?

distância, é o que meu coração vibra

tudo acabou, até o sofrer

não há casa, é pura verdade

rebentei em pranto, e penso ainda

não sou casa de rua

ou talvez,

nunca tenha sido

amor
 
Casa de Rua - Por Donzela do Gelo

Oceano

 
Pensamentos sinuosos
Mares, marés ondas
e o poema
oceanando

Por Chris Fonte
 
Oceano

Trama

 
Trama

Trama

a dívida do viciado

como um grande navio

traficante

Paralisa a sede

no pulsar destas veias

neste vício

No movimento das têmporas

ouço a velha canção

que não me geram ação alguma

Apenas tenho um fardo

e joelhos

que se dobram machucados

Por Donzela do Gelo - Chris Fonte
 
Trama

Pássaro - Por Donzela do Gelo

 
No teu canto

Divino ser

todos os cantos do mundo

em teu poder.

E com tuas asas

pairando os mundos

cantas

infinito

Chris Fonte - Donzela do Gelo
 
Pássaro - Por Donzela do Gelo

Sol

 
Chegar pela manhã

sol dar-te ás mãos

vestir-se de tarde

e a noite despir-se

em breves lençóis

Por Chris Fonte - Donzela do Gelo
 
Sol

Sou Mundos!


Chris