Poemas, frases e mensagens de Tintsuna

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Tintsuna

EVOLUÇÃO

 
É agora ou nunca…

É este o caminho traçado
Pelo tratado de não paz dentro de mim…

Directamente de Évora
A cuspir pensamentos sujos
Cujos fundamentos ocultos
São cultos profundos
Dali, para aqui, para ai, para ti
Assim em mim, buzinaram
Massa cinzenta? Fuzilaram!
O cinzento tornou-se negro, daí
Caí eu, o apocalipse
Colapso da humanidade
Morte num mano a mano
Cano na testa, tiro motivado pela cor

Dor motivada por?
Porquê criaste a vida senhor?
Decisão tomada por que camada?
É este o fim para a tua manada?
Branco, judeu… tudo ardeu
O mundo perdeu a virgindade
Sem a maioridade por mera futilidade
De cidade em cidade liberdade cessou.
Afogou uns quantos Robins e Zorros.

Países dividos em nome da paz
Cidades erguidas em nome da paz
Atrás desse movimento
Esta um bando de gente mentalmente incapaz
Capaz de vender a alma num zás trás
Não fica atrás quem caminha rumo ao El Dourado
De governo a governo é tudo clonado
Dum tal seu antecessor
Professor falso salvador
Hoje em dia teu estado
Está em estado de paz
Mas será que percebes
Que a paz não é natural
É sobrenatural e fundada num cais
Possivelmente no da arca de Noé

Eu não escrevo poemas
Escrevo músicas sem som
Se não gostas destes temas
Aplica o teu dom
Neste jogo só entra quem é bom
Mas não quero mudar de tom
Humildade é característica base
Base fundamental
Para a liberdade mental
Ser frontal é ser especial.

TINTSUNA
 
EVOLUÇÃO

HUMANOS

 
Nestas sociedades selvagens que dizem ser civilizadas
Os ricos enriquecem usando a corrupção sem deixar pegadas
Os pobres através das balas que os ricos introduzem
Por mais que estudem de nada vale o que produzem

A verdadeira máquina consumidora é a burguesia
Sou e continuarei a ser mais eu aqui ou ali
Se queres ser alguém, dá asas a tua filosofia
Pois para quem não sabia e nada produzia

Terá uma emergente e enorme azia
Estou farto deste mundo cheio de compressores mentais
Só existem simples consumidores rebaixados aos opressores
Esta na hora de eliminar estes predadores da nossa fantasia

Que nos eliminam a capacidade cognitiva
Com exibições baratas de qualidade para nos obstruir
Que só a TV nos obriga a ver e ter de sentir pior que o IVA
Merda de Tecnologia que um dia gostei de possuir

Mas que nos dias de hoje só nos destrói a mente e é impossível largar
A anos atrás eu brincava com carrinhos de ferro
Hoje em dia os putos têm motos de 4 rodas com quilómetro zero
Têm telemóveis caros que nem um trabalhador comum pode pagar

Fingem que cantam Hip-Hop e pop desnudos e mudos
É só imitação barata e rasca dos americanos
Não têm nada para dizer deviam ficar calados
Isto tudo é a fonte do meu ódio e eu não me calo nem amordaçado com panos

Se me olhares nos olhos não verás a alegria que existe nos meus lábios
Estou farto de parasitas revestidos de fatos caros
Que deixam a minha gente inválida e apavorada
Pisada e destroçada por não lhes tratarem como gente

Os meus irmãos estão paulatinamente a morrer
No Sudão (Darfur), na Somália, a correr
De medo, de pavor, de horror, de temor
E pensas tu saber algo de ti e de África

TINTSUNA
 
HUMANOS

Caixinha de sonhos

 
Sou a reintrodução dum tipo de filme da velha escola
Sem voz mas com milhares de imagens desfragmentadas pelo olhar
Cada momento meu pra ti tem a sua própria introdução sonora
Uma simples metamorfose de quem procura sentido no tudo que é a vida
Apesar de nunca te poder mostrar o tudo que existe no tudo que escrevo
Estas palavras podem mudar de tom e falar contigo doutro jeito
Numa outra vida ou talvez num sonho que nos seja comum
Já que esta tudo interligado por caminhos mentalmente codificados
 
Caixinha de sonhos

DEPOIS DO AMOR, VIESTE TU

 
Nunca pensei que a sensação fosse esta,
A chave mestra abriu uma perspectiva impensável
Escancarou o meu mundo e deixou entrar a festa
Pela porta grande deste meu mundo instável
Virado do avesso e sem perspectiva de um novo recomeço
Porque até hoje não sei se meço
A vida pelas suas tristezas ou pelas suas alegrias.
Como é possível que um dia eu estivesse a voar
E no dia seguinte eu estivesse a despenhar
Cada vez mais me sinto claustrofóbico
É difícil ter um ponto de partida
Com a cabeça perdida e sem ponto de chegada.
Ontem eu amava e levitava com tudo o que tinha.
Era minha bússola dourada sempre a apontar para o norte
E eu era forte, era pura sorte estar contigo nesta linha
O horizonte mostrou-me uma imagem que não tem preço
Quando como qualquer um eu procurava por algo novo
Tu meteste no bolso todas as teorias baratas do povo
Eu só queria uma nova Marilyn Monroe só para mim
Mas não esperava que a vida fosse gratificante assim
Tu, face estupidamente bela, corpo brutalmente delineado
Cheiro penetrante e beleza alucinante
A brilhar naquele sol de 40 graus de Maputo
A deslizar, esperançada que um homem astuto
Se fizesse a ti e te deixasse em Xeque-Mate
Naquele instante, senti que o quando amor chega
A sensação é a melhor do mundo e nenhuma palavra chega
Para quantificar o turbilhão de sensações
Que girava em torno da minha cabeça
Os teus olhos diziam-me por favor me peça
Para tomar um copo comigo e ataca sem contemplações.
Os meus pulmões depois de varias orações
Lá cuspiram sons que se assemelhavam
A um olá meio tímido meio confiante
O sinal que me deste foi sem duvidas o calmante
Que eu precisava para te derrubar e calar as vozes que ecoavam.
Mordeste o teu lábio inferior do jeito mais sexy que já vi
Aquilo foi mais forte do que qualquer história que já li
Eu nunca pensei que pudesse conhecer alguém como tu
Mexeste comigo de um jeito anormal
E o pior é que nem te consigo levar a mal
Normalmente olho para as mulheres como um pedaço de carne
Não costumo diferenciar o que vejo nas pornografias
Com as mulheres que masturbam a minha mente nas fotografias.
Não sou eu, é a sociedade que me incutiu estas visões
Acredita em mim, este é o meu verdadeiro eu nestas confissões
Eu preciso de ti muito mais do que preciso de mim
És a diferença que precisava para diferenciar a minha vida
O momento está anunciado, ouve o som do clarim
Anunciar o encontro da vida com a lua partida
Mesmo quando a lua esta vazia ela é apaixonante
Eu sei que um dia serás a minha lua cheia
Sinto que neste momento o mundo é a nossa plateia
A cidade é a nossa colmeia, então cria mel
Deixa-me ser o teu zangão e tu a minha rainha
Eu sinto que contigo a vida desliza, não caminha
Tu sozinha és um anjo, mas ao meu lado és uma Deusa
Sei que voas, mas comigo podes te teletransportar
Mulher que Deus criou para me libertar
E não para estar presa a um homem.
Hoje eu sei, que o único jeito de te amar
É percebendo que nas leis da natureza
Um tornado como tu, não se prende, se aprende.
 
DEPOIS DO AMOR, VIESTE TU

AMOR OU SEXO?

 
Tas a ver, o coração como é?
Tas a ver, o sentimento como ele te vê?
Tô a ver, que sou o novo Gabriel o Pensador?
Tô a pensar em mixar mais um pouco de dor?
Estou a pensar em perder um pouco de juízo
Porque a vida não te convida, mas te deixa em prejuízo.
Pensei, logo não senti.Vivi, logo vi
Que para sentir, tinha que perder a razão
Tinha que me alimentar de algo mais do que ração.
Já que nem Michael Jackson sobreviveu numa Mansão
Então, nem milhares de pedaços materiais sem emoção
Servirão de antídoto para a minha sofridão.
Pensei ser impossivel sentir-me solitário
Encravado no meio da garganta de mil ruas movimentadas,
Desta minha cidade embelezada em cada diário,
Em cada mente, destas gentes da minha terra
Da minha pátria colonizada sem guerra.
Colonizada por, negros, brancos, mulatos e muitos outros
Somos nós que adubamos isto, vivos ou mortos.
Nós ornamentamos este prédio
Amamos quem não nos ama por que não há remédio,
É o que faz a vida perder o tédio
Fazer a rotina ser mais do que uma simples rotina,
Faz uma rodinha girar mais embelezada.
Eu tive em mente mais do que uma Africana escravizada
Pensei em tudo de um jeito canibal,
Se quizeres podes chamar-me Lecter, o tal Hannibal
O tal, que quer, aprender medicina através do teu corpo.
Alexander Fleming inventou a pinicilina, daí, eu inventei Amorsexualina
Um poderoso mix de sexo com nexo e um bom porto,
Para todos os tipos de sentimentos que te deixam na esquina.
Naquela esquina, em que perdes a noção do perigo
E me amassas como uma nevada de trigo.
Eu sigo, querendo o meu bolo assim como imaginei
Porque, da Europa á África
És exactamente como pesquisei, editei e desenhei.
Se és um prédio, uma torre ou uma diaba perdida no céu
Então, vou começar a trepar em ti antes de chegar ao véu.
Para viver uma vida de Patrão,
Não preciso de nenhum Lamborghini
Nem preciso de ser um Vampiro e dormir num caixão
Só preciso te paquerar todos os dias, ser o novo Augusto Pausini.
Eu não canto, mas componho e produzo
Cada, beijo, abraço, amasso e pensamento devasso que em ti uso.
Sente agora, como beijo cada dedo dos teus pés
Como roço e passo protector salivar nas tuas pernas depiladas.
Como eu, não há mais, como Guevara também, não há outros Chés.
Antes dos pontos V´s, C´s, P´s e G´s
Tenho que continuar a caminhar por essa pele selvagem
E caçar-te, de offline, para away, de away para busy
E finalmente de busy para available, you got to fly away.
Percebe, fazer amor contigo,
Não pode ser com amor, tem que ser com dor, se não não consigo
Quem ama do coração para baixo, caminha sempre desnorteado
Enquanto eu, eu chacino na horizontal a procura do despovoado
Para construir aquilo que muitos não sabem possuir
Afinal de contas, o sexo é o que faz o sangue ebulir.
Agora sei o que Michael Shumacher sentia, quando acelerava em curvas perigosas.
Foi preciso, passar as minhas mãos pelas tuas curvas vertiginosas
Para sentir aquele friozinho na barriga e suspirar de alívio
Por ter escapado ileso, mesmo com a boca em dilúvio.
Olhando para ti de cima, faz mudar o clima
É como ir por livre e expontânea vontade pisar uma mina
Ver fogos de artíficio de madrugada, de dia e de noite.
Quero usar contigo, todos os Kamasutras
Já sabes como é que eu funciono, então sabes que não me assustas
Não sou dos que poupam porque amam e veneram
Até podes ter tudo de mim, mas não toca nas minhas loucuras.
Assim como és, muitos homens já te tentaram escravizar
Mas eu, por ser anormal, quero deixar-te rolar pela descida
Para te ver desafiar a física e voltares ao ponto de partida.
Ouvi que tudo que voa, vem para baixo de vez em quando
Se for assim, então não me cortes as asas, porque não estas perdida
Deixe-mo-nos voar, porque no fim, juntos, teremos sempre o nosso momento.

Tintsuna
 
AMOR OU SEXO?

The Source (A Fonte)

 
The Source (A Fonte)
Até onde me podem levar as palavras?

Nós homens lutamos anos a fio
Por conquistar tudo que gira a nossa volta
Como se as respostas de tudo, estivessem a solta
Como se fosse menos importante, o nosso próprio rio
O nosso poço, nem mesmo um esboço do nosso fosso
Serve de alerta, neste mundo onde a imagem é tudo.
Se a tua família é de boa linhagem, então é mais que tudo,
Sobretudo, se as aparências forem mais do que ilusórias,
Revestidas de falsas glórias embelezadas por grandes jóias
Uma autêntica vida de Lord, sentado num BMW ou Ford.
Um pensamento relativista, abafa o absolutista,
Enquadra-te na vida quotidiana e faz-te ser mais realista
Dá-te pistas dos caminhos a trilhar ou mesmo listas
Com uma ordem de chegada a respeitar até sermos finalistas.
Neste meu caminho, neste meu périplo
Pelas terras de Deus, Allah e os de mais que o povo fala
Tenho rodopiado sobre mim próprio nesta grande sala
Grande palco da vida, sem que consiga ver o meu equinócio
Que é quando o sol passa pelo equador
Fazendo os dias ficar iguais às noites.
Até agora, não encontrei Ghandi, para ser meu mediador
Para fazer com que a minha alma e mente sejam só uma.
Não sei se tenho que me converter a Rastafari ou puxar duma
Boa Cannabis, para poder sentir aquele
One love de Bob Marley.
Só sei que para poder alcançar aquele
I have a dream do Dr. King
Vou ter que ser mais Canibal que Idi Amin,
Subir numa Harley
E aprontar-me finalmente para este casamento
I am ready for the ring.
Alguém me disse que matou e comeu um adversário
Para poder interiorizar a sua força,
Meio a força, decidi fazer isso comigo próprio
Depois de umas boas bombadas de ópio
Comecei a comer-me a mim próprio á força.
E vi que tinha um pesadelo, uma visão escura de dia.
Enquanto via o estado da mesma nação que um dia via
Grandes homens lutar por uma terra, sem medo de morrer
Perguntava-me se era capaz, do mesmo fazer.
Nem nos maiores pesadelos de Mondlane e Samora
O governo Pandzava e Dzucutava a deixar o povo à nora
Sem rumo, presos no cume do cúmulo da pobreza.
Depois de ler um pouco de Samora, finalmente percebi
Que o sentido de uma guerra, é a vitoria em mim
É poder dizer que lutei e á pressões, eu não cedi
Mesmo quando cheira a morte, a uma batalha diz-se, sim!
Sei que estou confuso mas procuro seguir uma ideologia
Que me restitua os valores antigos
Que a sociedade repudia,
Sei que para isso terei que usar
Uma abordagem diferente
Das que me propuseram investir em mim próprio,
Sei que terei que cuspir sobre a imagem
Que a TV te põe na mente
Cortar as antenas que sintonizam
Essas frequências desordenadas
E vestido do jeito mais rasca
Vou ver a minha mente saltar da casca
Vou arranjar um novo sócio no próximo equinócio!
A minha vida, é a tua vida, aqui não há castas
Se sentes o mesmo que eu, leva-te contigo próprio
Nessa busca pela verdadeira fonte de tudo, a ida
É a um preço justo, custo justo, um corte justo
Nas futilidades materiais em que atolaste o teu busto.
Vou viver na selva
Vou reformular a trajectória da minha vida
Vou permitir a minha mente, ser obesa sem comer comida
Sem beber dessa manobra de marketing cáustica
Vou entrar em Celibato com esta realidade plástica.
A minha veia artística, será a fonte do meu empossamento
Será a ponte, para uma passagem gloriosa por esta selva.
 
The Source (A Fonte)

O teu, o meu

 
Não se mexe com o prato de um cão enquanto ele estiver a comer. Não se mexe com o território de um rinoceronte. Os animais protegem o seu território com garras e dentes. Mas nós desejamos o território de outro em nosso próprio beneficio. A ganância é a demência do peso da consciência. Nada é suficiente enquanto houver espaço para acumular os despojos de guerra. Expandindo territórios conquistados enquanto não conseguimos controlar as nossas próprias 4 linhas.
 
O teu, o meu

CARTA PARA UM PAI FALECIDO

 
Esta é a minha carta de suicídio para ti, meu pai:

Sei que me tentarás impedir, mas a distância que nos separa do céu a terra, é difícil de medir.
É enorme a vontade que sinto de te perdoar, mas a rebeldia que me incutiste impede-me de aceitar que te foste.
Prometeste que estarias sempre ao meu lado, que serias tu o meu super herói, mas afinal era tudo mentira.
Partiste sem dizer adeus, se voltavas ou quando voltavas.
Passaram-se tantos anos e ainda sinto a tua presença, procuro por ti todos os dias, mas de ti só encontro lembranças.
As crianças não deviam ficar sem pais como tu, ainda estava meio cru, mas mesmo assim tiraram-te de mim.
Não tem lógica e magoa-me, sim! É uma dor infindável e interminável, é incalculável o número de vezes que penso em ti.
Preciso de ti para falar sobre o meu primeiro amor. Não! Isso já passou e não estavas aqui, mas que deus é este que te tirou de mim? É assim que devo fazer só o bem e nada mais? Que motivação tenho eu para crer em ti meu deus?
Eu tento perdoar mas os meus dois criadores abandonaram-me.
Vou silenciar as vozes que ecoam na minha mente porque já estou a dar em doido com tanto sofrimento, não quero largar-te, não quero continuar, não quero recomeçar, não quero nem tentar.
Se me queres resgatar, diz-me porque a mamã não para de chorar?
Disseste-me que não devíamos fazer as mulheres chorar, mas tu fizeste justamente o contrário, mas ao contrário de ti eu pretendo seguir o que disseste.
Oh não! Vendo bem, somos mesmo iguais, vou fazê-la chorar e quem sabe a dobrar, vês agora tudo o que criaste? Porque me crivaste a alma de dor?
Tantas perguntas que me enlouquecem, tanta dor que me enfraquece e eu só queria uma oportunidade para te ver, para te voltar a ouvir a ralhar-me.
Lembras-te das vezes em que conversávamos?
Eu aprendi tanto contigo, mesmo quando erravas eras o meu super herói, até mesmo quando eras vilão.
Foste sempre brincalhão, mas partiste sem sorrir.
Será que continuas a dormir? Dizem que estas no céu a olhar por mim, então agora quero mesmo que olhes para mim e me digas que vais voltar porque eu não quero crer que não vás voltar.
Daria um braço para que voltasses e nos fizesses feliz outra vez e me mostrasses que és o meu super-pai, um ídolo aos meus olhos, deus deste jogo, meu verdadeiro pai.
 
CARTA PARA UM PAI FALECIDO

MASCARADO

 
Tira a máscara
E mostra o que escondes de baixo dessa casca
Deixa de estar revoltado com a vida
Parte em busca da terra prometida
Não deixes que ela te mude e te deixe sem rede
Porque ainda tens muito peixe para a tua rede
Emerge, surge desse manto negro e apronta-te para vivê-la
És tão fraco que não consegues sobrevivê-la?
Deus deu vida a quem não tem tomates
E em vez de come-la toda só vais comer por partes
Consigo sentir o cheiro do teu medo a milhas
Escondes-te numa ilha onde nada é natural, tudo funciona á pilhas
Não podes viver amedrontado que nem uma tartaruga
Tira essa ruga da testa, não deixes que o medo continue com a rusga
Que te tem deixado constantemente imóvel
O caminho é para frente, a pé, de bicicleta e ate mesmo de automóvel

Viver escondido é uma grande loucura
Será que não tens a tua própria postura?
Desde que nasceste estas a espera dum sinal divino
Mas até o menino jesus te dirá que para alcançares o norte
Precisas duma reestruturação psíquico-forte
Quando estás encurralado, rezas o divino hino
Mas esqueces-te de contar os pelos brancos que tens no corpo
Devias começar a pintá-los de negro, pois perdeste o teu porto
Esqueces-te de te olhar no espelho porque nada lês
Será que tens medo do que vês?
Já te perguntaste porquê e para quê nasceste?
Num mundo que supostamente é o dos vivos
Percebi que tu és mais uma posta de carne viva
Concentra-te e sê humilde, deixa de lado os pensamentos esquivos
Talvez consigas manipular a tua vida
Em vez de ser a tua máscara a manipular-te

A vida é cruel irmão, vais sentir isso na pele
Quando a máscara se desfizer e deixar-te sem imagem, sem pele
Do modo que te vejo só tens duas escolhas
Ou cresces, apareces e estremeces o teu mundo
Ou desapareces de modo vil e cruel
Tens o poder de mudar o teu mundo
Tens espírito de luta então deixa esse espírito de escuta
Não sejas um vegetal, marca a tua posição
A estrada da vida é longa, atravessa a fase de transição
Se não com o andar do tempo
Vais parar onde a estrada te levar, se te levar!
Esta na hora de mostrar ao mundo de que és feito
Se não acreditas em ti, esconde das balas, o teu peito!
Ninguém mais acreditará se não entrares em ebulição
Vivemos num mundo cão, então sê a pulga
E mostra ao mundo que o tamanho não conta
Esta é a minha posição, não é nenhuma lição
Tu não precisas de tecnologias de ponta
Para enterrar duma vez por todas a tua máscara.

TINTSUNA
 
MASCARADO

REST IN PEACE (morte a morte)

 
Morte a morte!
Já que todos nós, morreremos um dia,
O que me impede de desafiar a minha sorte?
Chegou a hora de me encarares, eu a tua cria,
Tu o meu criador, meu pastor, que me cria
A espera do momento certo para me abater.
Com um palito na boca, lá fui a procura de um perito,
De um negrito ou branquito, não importa, não quero criar atrito
Só quero perceber, compreender o que é isso de morrer.
Se isto é uma guerra, então estamos a perder.
Chegou a C.S.I, daqui ninguém sai
São todos suspeitos até prova em contrário.
Já não suporto ver tantas lágrimas, porque essa dor não vai?
O mundo é um enorme local do crime meu irmão,
Cada ponto desta enorme ferida cheira a podridão
Afinal de contas, são milénios e milénios de vida,
Já que, a vida sempre deu vida a morte, tal como a morte
Sempre deu morte a vida, é um ciclo sem norte
Ela continua a fecundar no mesmo local onde se exprime.
Exprime-se, nas lágrimas que ela própria desperta,
Mesmo quando nos ensinas a estar alerta
Para ti nenhuma artimanha é suficientemente esperta
Arranjas sempre um jeito de nos vacinar de dor.
Não percebo, porque nascemos senhor,
Se a finalidade é acabar por deixar enormes vazios
Ou ficar eu próprio com enormes terrenos baldios
Dentro do meu peito, de um jeito incultivável
E que provavelmente, me deixará facilmente abalável.
No dia do julgamento final, terás o teu papel especial, podes crer.
De madrugada, meti-me no primeiro navio em direcção ao norte,
Pelo menos é o que dizia a tal Bússola que eu mal sabia ler.
Foram dias terríveis, junto de imigrantes ilegais largados a sua sorte
Eu vi a morte bem de perto, mas sempre que alguém morria
Atirávamos o seu corpo ao mar, para a morte ninguém sorria.
Não sei exactamente para onde vou
Estou assim perdido, sempre que dou
Um pedaço de mim a um novo lugar mesmo que seja para alugar
Acabo por me perder nesses jogos de sentimentos vulgar
Gostaria de saber diferenciar tudo
Mas este meu coração é daltónico e mudo
Ama mais do que se acalma
Deste jeito, já sei que sou capaz de morrer de A.V.C.
Passo por tantos lugares diferentes, de gente como você
Como eu, gente com patentes, gente simples.
Gente que adiciono a minha infindável lista de brindes,
É assim que tratei cada um que conheci, são presentes
São pedaços do que na realidade importa, vejo isso sem lentes.
Depois de ampliar tanto essa loucura no meu caminho
Decidi trabalhar como coveiro, mas era por mais que dinheiro
Precisava estar perto de ti, de sentir o teu cheiro e finalmente
De chegar a ti, porque sempre que estou perto do teu ninho
O segredo que tanto procuro, se evapora no escuro da minha mente
É como se, estivesse a perder o juízo
Já não sinto o piso, esta demasiado liso.
Vi caixões e caixões passarem por mim
Olhei e topei que me tinha tornado assim
Como estou hoje, um ser insensível a dor
Depois disso, acho que já estou preparado para ti
Por isso, estou aqui sentado desnudo perante ti
Nu assim como vim a terra pelas tuas mãos nas mãos de outro
Faz-me nascer de novo, seja aqui ou noutro lugar
Na realidade, eu só quero poder voltar
A dizer, que estou vivo!
Apesar de continuar sem saber o que é a morte
Só sei que tenho que deixar os mortos morrerem e deseja-los boa sorte.
 
REST IN PEACE (morte a morte)

O Primeiro Tiro

 
Não amor
Não acabei de acabar contigo ainda.
Lembras-te que os cotas,
Fechavam sempre as portas
Para estranhos?
Acabas de cometer o pior erro da tua vida
Esses teus olhos castanhos
Não conseguiram ver como estas perdida
Ate eu chegar na forma de mapa negro
Para te dar as piores coordenadas
E guiar-te directamente para Montenegro.
Conheces Montenegro? Deixa de dar cabeçadas
Aqui dentro só existem imagens tuas plantadas
Com manadas de sentimentos a pastarem
Cada pedaço deste amor proibido e envenenado
Que deixaste um estranho te oferecer.
Querias saber, ate onde ia a minha loucura?
Hoje de madrugada fui a procura
De uma boa voz para dar vida as minhas letras
Então desenterrei o Barry White
Cortei o que restava do pescoço dele sem tretas
Sem muito fight
Encaixei aquela voz
E no minuto seguinte estávamos a sós.
Depois de sentir as pernas tremerem um pouco
Como um louco, deixei sair o meu flow
Pedi a Lauren Hill to turn her lights down low
Nesses momentos os homens são tão calados
Que ate podes ouvir o coração deles bater dos lados
De cima, de baixo ate o momento em que caiem espalhados.
Acho que agora tenho o ambiente certo
Para te dar o golpe fatal.
É que estamos tão perto
Um do outro, de um jeito carnal e sentimental.
É o teu sentimento dentro de mim
Não é culpa minha.
Sinto-me extasiado
Por cada pedaço do teu corpo nu
Como se tivesses uma placa a dizer Drive-Thru.
Não penses que estou avariado
Isto foi tudo planeado
Não é por acaso que me sinto paralisado
De cada vez que te beijo
Que sinto a tua respiração
Que entoo o teu nome e almejo
Criar paz neste meu coração grevista.
Se te amar é ser showfista
Então eu quero uma pista
Chama-me Augusto Senna
Vou pilotar a nossa relação
Com uma velocidade vertiginosa
Só para ter mais acção
Acidentes acontecem, então não vale a pena
Darem-me cintos, piscas ou travões
Porque se eu acenar, é melhor deixarem-me passar
Quem se opuser, vai ser atropelado sem sermões
Remorsos? Na realidade não vejo nenhuns a passar
Só consigo continuar a acelerar
Até ao infinito, assim como te amo.

Tintsuna
 
O Primeiro Tiro

ISTO ESTA QUENTE!

 
Estas ligada?
Em algum momento da tua vida
Terás que definir as tuas próprias sensações.
Digo-te que na vida real,
Tens que atacar sem contemplações.
O amor é uma tolice irreal,
Mas eu sou uma doidice sensacional.
Eu sou a conexão para a tua própria vida
Sou o efeito secundário que te deixa de cabeça perdida
Este meu sou, soou na tua medida?
Já tenho a matéria lida, agora deixa-me desenvolver-te,
Envolver-te nas teias deste meu eu aracnídeo
Porque eu, Homem-Aranho o machismo, de longe a ver-te
Sucumbir ao meu puro veneno, a sussurrares, i need you.
Espera, Calma! Já te estou a ver a manobrares para a saída
Mas antes disso, olha bem para o fundo dos meus olhos.
O que tu vês, é o que tu tens, é o porque de eu gastar saliva
A dar-te um bocado de ti, pois é, tu te revês em mim aos molhos
Vês o teu passado cessado e o teu presente em sonhos.
Agora estas num coma, senta-te no topo da minha mente
Estas em transe, hipnotizada, a olhar para mim focalizada mente,
Mas eu já sou graduado nessas coisas de sexo
Por mais tentadora que estejas assim largada e desprotegida
Eu sou como Alexandre o Grande, prefiro atacar em grande.
Antes que termine o dia, quero levar-te ao meu parque de diversões
Não te preocupes que aqui não respeitamos convenções
Aqui só a mim tocas e escorregas naquelas docas
Tira as socas, sobe no bote, vamos entrar naquelas tocas.
Aqui não é uma cidade de anjos
Mas se quiseres, suborno cupidos e ponho-os a tocar banjos
Sabes que para te fazer sorrir, faço eu pessoalmente, todos os arranjos
Como se fosse a primeira vez que te estivesse a conhecer
Comigo é assim, amor a primeira, a segunda, a terceira vista
Sou sempre assim, não vou me esquecer, nem quando envelhecer.
Faço o trabalho sujo com as minhas mãos, deixa-me fazer-te uma lista,
Quando te vi, disseram-me, ela é demais para ti
Mas não desisti, bailei e disse ao teu ex, tu estas a mais aqui.
Aqui é o submundo, não há Eclipse nem Lua Nova
Já sabes como é, é comer ou ser comido na roda
Eu sou o cavaleiro das trevas, não sou herói
Sou preto de capa, preto na napa, preto que corrói
Tu, jóia que brilha tanto que até dói
Perdida neste labirinto de selvas de odor afrodisíaco
Já te estou a ver a perder pedaços
Isto tornou-se um local do crime, cheira a amoníaco.
Segui as tuas pegadas, olhei para os teus braços
Escorreguei, não sei por onde começar a olhar
Olhei para as tuas pernas nuas, já sei que vou molhar!
Perdi a compostura, tentei agir friamente, mas o jogo mudou
Agora sou eu quem esta a ser jogado, dopado e montado
Não sei como sair daqui, não vale de muito sofrer calado.
Augusto tem um plano, e o plano é trocar o pano que sujou
É hora de agir menos rápido e mais furioso.
Azeite, Iogurte ou gelo, eu sou o teu pesadelo Moçambicano.
Não tem sentido? Eu sou o teu Apocalipse, assim odioso
O gelo cai a deslizar a derreter do teu peito
A ceder a temperatura do teu corpo, estas sem jeito,
Consigo sentir as batidas do teu peito como se fossem trovões
Numa pura injecção de Adrenalina, deixei-te sem travões.
Esta na hora de conhecer a tua outra face
Nunca pensei que pudesses ficar leve como uma alface
Não muda de posição, aqui esta bem, aqui está-se!
Nós somos 4 irmãos, contigo isto é uma orgia
Boca, mãos, corpo e mente, isto é uma folia.
Eu pego em Shakespeare, remixo Romeu e Julieta
Neste final ninguém morre, no final eu, Alexandro Frota,
Não mudo a rota, esta sempre a atacar esta minha frota.
De olhos fechados, a gemer só sentes o meu 212
Aqui, não vale resistir, nem fugir e ligar o 112
Aqui, perdes a cultura Facebookiana de ladrar e não morder
Este sou eu, é o que eu faço, eu pego fogo e faço arder.
 
ISTO ESTA QUENTE!

Surto Rebelde

 
A minha vida esta presa nestas rimas
Por isso eu alinho as linhas
Em que Deus me fez certo de um jeito torto
Gordo ou magro não é na política onde me moldo
Eu toldo a visão da complexão espiritual deste bananal
Em forma de república que marcha ao som duma música tocada em marcha ré
Por isso é que a minha fé dilui-se no sonho de ver essa gente de volta a pré
Onde pudessem dar primazia a visão do povo como um todo
Chega de usar tintura iodo para fazer cicatrizar um estômago vazio
 
Surto Rebelde

O poder de ser mulher

 
Beleza feminina é pura violência cosmética, vingança silenciosa que nos corrói
Mãos abrem-se, bolsos alargam-se e corações trocam zonas áridas por gargalhadas pálidas perfumadas de timidez. Clorofórmio já passou de moda, a nova onda é ficar paralisado dos pés a cabeça, anestesia geral num trago em cálice mental servido com uma rodela daquela imaginação sexualmente transmissível. Mulher, esteróide sentimental mais natural que tu não há-de existir
 
O poder de ser mulher