Prosas Poéticas : 

O Primeiro Tiro

 
Não amor
Não acabei de acabar contigo ainda.
Lembras-te que os cotas,
Fechavam sempre as portas
Para estranhos?
Acabas de cometer o pior erro da tua vida
Esses teus olhos castanhos
Não conseguiram ver como estas perdida
Ate eu chegar na forma de mapa negro
Para te dar as piores coordenadas
E guiar-te directamente para Montenegro.
Conheces Montenegro? Deixa de dar cabeçadas
Aqui dentro só existem imagens tuas plantadas
Com manadas de sentimentos a pastarem
Cada pedaço deste amor proibido e envenenado
Que deixaste um estranho te oferecer.
Querias saber, ate onde ia a minha loucura?
Hoje de madrugada fui a procura
De uma boa voz para dar vida as minhas letras
Então desenterrei o Barry White
Cortei o que restava do pescoço dele sem tretas
Sem muito fight
Encaixei aquela voz
E no minuto seguinte estávamos a sós.
Depois de sentir as pernas tremerem um pouco
Como um louco, deixei sair o meu flow
Pedi a Lauren Hill to turn her lights down low
Nesses momentos os homens são tão calados
Que ate podes ouvir o coração deles bater dos lados
De cima, de baixo ate o momento em que caiem espalhados.
Acho que agora tenho o ambiente certo
Para te dar o golpe fatal.
É que estamos tão perto
Um do outro, de um jeito carnal e sentimental.
É o teu sentimento dentro de mim
Não é culpa minha.
Sinto-me extasiado
Por cada pedaço do teu corpo nu
Como se tivesses uma placa a dizer Drive-Thru.
Não penses que estou avariado
Isto foi tudo planeado
Não é por acaso que me sinto paralisado
De cada vez que te beijo
Que sinto a tua respiração
Que entoo o teu nome e almejo
Criar paz neste meu coração grevista.
Se te amar é ser showfista
Então eu quero uma pista
Chama-me Augusto Senna
Vou pilotar a nossa relação
Com uma velocidade vertiginosa
Só para ter mais acção
Acidentes acontecem, então não vale a pena
Darem-me cintos, piscas ou travões
Porque se eu acenar, é melhor deixarem-me passar
Quem se opuser, vai ser atropelado sem sermões
Remorsos? Na realidade não vejo nenhuns a passar
Só consigo continuar a acelerar
Até ao infinito, assim como te amo.

Tintsuna

 
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Tintsuna
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