Poemas -> Introspecção : 

Às vezes...

 
Sou uma porta sem pernas para chegar

Sou uma árvore sem mar onde flutuar

Sou um céu sem olhos para amanhecer

Sou uma cidade de ruas soterradas

Sou um barco sem cheiro a fogo

Sou tristeza sem pulmões de fantasia

Sou amor que sem medo mata os filhos

Sou a melodia sem páginas onde escrever

Sou amante sem mãos onde cresçam flores

Sou a pétala rasgada corpo lida qualquer


«Antes teor que teorema, vê lá se além de poeta és tu poema»

Agostinho da Silva

 
Autor
bruno.filipe
 
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