Ignorância é bruma que dança no peito
é rio parado, sem fonte, sem mar
um véu que se estende sem cor nem respeito
onde o homem se afoga sem mesmo notar
É canto sem voz, é palavra vazia
é sonho que dorme num leito fechado
é noite que cala a luz do dia
é alma que vive num corpo trancado
Ela veste o orgulho com manto de rei
afasta o olhar do que pode ser belo
e faz do silêncio um grito sem lei
e pinta o mundo num tom amarelo
Mas há no fundo um sopro, um clarão
pois mesmo na sombra, o saber insiste
um fio de luz, uma inquietação
como flor que brota onde nada resiste.
Mário Margaride
Adoro a poesia. E tal como um pássaro, voo nas asas das palavras, no patamar do meu sentir, e das minhas emoções.