Poemas : 

Os Jardins de Gross-Rosen

 
 
Eram cadáveres de pé,
Esqueletos vestidos com roupa roubada,
Os rostos sombríos de trabalho e de medo,
E o mundo em guerra ignorava o seu perigo,
Ninguem veio á ajuda ainda cedo.
Tratados por numero só,
Não tinham nome, não eram homens ou mulheres,
Comida era servida e consumida só com culheres,
A sua condição até metia mesmo dó.
Os animais dos guardas eram mais acariciados,
As prisioneiras eram tratadas como objectos sexuais,
Eram escravas carnais mas já sem carne,
Que ainda as poderia parecer um pouco atraentes,
Mas faziam ums alvos excelentes,
Para passar umas horas aborrecidas,
As vezes eram só feridas,
Outras vezes já não iam necessitar
Das camaras de gás,
Uma vez que o corpo está morto,
Só serve mesmo para queimar.
Nos jardins de Gross-Rosen,
Estas coisas se passaram,
Mesmo que ninguem queira acreditar,
Talvez só quem viu a máquina Nazi em produção,
Mas eu não aceito não,
Aonde há hoje um museu,
Uma aldeia e uma escola,
Tambem já ali existíu,
Um campo de concentração.
Os portões são os mesmos
Por aonde tanta gente entrou
Para nunca mais saír,
Gente de muitas nações e raças,
Para trabalhar nas pedreiras
Até cairem já mortos,
Crianças com poucas graças,
Com as mãozinhas ligeiras,
É que despiam os corpos.
Ouvi dizer a alguem
Que o cheiro mais forte no campo
Era carne a apodrecer,
Aqueles pobres que cheiraram
Esse cheiro, mesmo que sobrevivessem,
Nunca mais deveriam de esquecer.
No meio do campo ainda existe
Um carvalho bem antigo
Cheio de buracos das balas
Os sere humanos que ali se encostaram
De ali nunca mais abalaram
Só lá ficaram as malas.
Pelo trabalho que faziam
As crianças já sabiam
Aonde havía as minhocas mais gordinhas,
Dos corpos que acabavam de enterrar
Alí as conseguiam ir buscar
E serviam para um bom jantar
Para as crianças coitadinhas.
Tenho tanta coisa a dizer
Dos horrores que ali foram feitos
Que não sei como vou parar
Ás vezes a turtura maior
Que um sere humano pode fazer
Até não é mesmo matar.

Este poema é dedicado aos prisioneiros de Gross-Rosen, situado a 15 kilómetros de aonde eu moro. Estima-se que durante o tempo de operações neste campo foram mortos á volta de quarenta mil pessoas, e estas são as que a administração admitiú.

Nunca Mais......


não digas nada... nadinha mesmo
 
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Franknbea
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